TOP 70 | As melhores músicas do asian pop em 2010 [40-26]

Anteriormente, nesta bagaça: alguns de vocês permaneceram chocados com “What’s Wrong?”, do T-ara, sendo cortada em último lugar no ranking, mesmo com o cover de “If U Seek Amy” sendo um bopzão farofeiro bem melhor à longo prazo.

Para hoje, mais quinze hinos serão cortados, incluindo aquele que considero o melhor MandoPop de 2010 – que ninguém vai fingir ser surpresa por ser um single da Jolin…

40. JOLIN TSAI – HONEY TRAP

MELHOR MANDOPOP

Eu acho é ótimo que desde essa época aí a Jolin já nos presenteava com uns pancadões eletrônicos datadíssimos que a Jovem Pan tocaria de boas antes de se tornar palco pra maluco bolsonarista defender privação de direitos individuais. “Honey Trap”, de fato, é uma armadilha docinha que nos prende sem que percebamos. O refrão é bate-cabelo sem vergonha alguma, com todo o resto soando como se fossem sonhos molhados de alguma raça alienígena robótica com vontade de expandir seu domínio pelo universo. Uma das melhores farofas da carreira dela e de 2010 como um todo. Uma pena o clipe estar com qualidade tão baixo no YouTube, pois gostaria de acompanhar com maior nitidez os sei lá quantos figurinos de drag ela serviu usou aqui, mas são as dores do tempo cobrando seu preço, não há o que fazer.

39. PERFUME – ARTIFICIAL GIRL

Mais um hino do Perfume. Sou obcecado por esses primeiros anos do grupo, onde o Nakata conseguia fazer com que elas soassem clubbers, mas sem perder aquele fator oriental estranho que meio que caracterizava o grupo. Em coisas como “Artificial Girl”, consigo observar o trio transitando como favoritas de diferentes tribos: os alternativos hipsters diferentões que gostam de coisas malucas; os pirralhos nipônicos que consomem idol pop; as pocs amantes de divas pop, já que, sem os tratamentos robotizados nos vocais, isso aqui poder servir como uma faixa para cantoras sem tirar nem por; e segue a lista. “Articifical Girl” é lindinha demais, como um algodão doce sendo montado no palito ao vivo, ou como o sorvete saindo da máquina e entrando em espiral no cone, ou uma gelatina vermelha sacudindo na bandeja quando tiramos ela da forma.

38. ONE OK ROCK – KANZEN KANKAKU DREAMER

O One Ok Rock é um dos meus pontos fracos como jotapopeirinho velhote. Quase tudo que é solto por eles rodou tanto em meus aparelhos mp3 ao longo dos anos que uma impressão de nostalgia surge e eleva minha percepção pro repertório deles mesmo com tanto tempo passado. “Kanzaku Kankaku Dreamer” não é novidade dentro do que eles já fizeram (inclusive é bem parecida com vários outros singles), mas é impossível não sair pulando e batendo o pescoço como um roqueiro fedido quando esse refrão chega. É como se me ligassem na tomada.

37. 4MINUTE – HUH

Deve ser meio esquisito para capopeiros atuais, que possuem um leque bem grande de boygroups entregando o “mina fodona concept” mensalmente, imaginar que, uma década atrás, esse era o nicho mais escasso do meio. Era 2NE1 e 4MINUTE, com umas nugus que não ficaram na memória pintando aqui e ali sem ninguém se importar muito. Então, imaginem o quão cataclísmico foi “HUH” à época para conseguir vender quase TRÊS MILHÕES de cópias. Um sucesso merecidíssimo, com HyunA e as outras servindo girlcrush como se quisessem socar nossas caras, mas fazendo isso de modo suavemente assassino. 4MINUTE andou pra que (G)I-DLE, BLACKPINK e Everglows da vida pudessem correr hoje em dia.

36. ANNA TSUCHIYA – HUMAN CLAY

Outra faixa do “Rule”, meu LP favorito da Anna Tsuchiya. Enquanto a “Shout In The Rain” da vez passada entregava aquilo de ser sombria em forma de baladão gótico sinfônico para perambular no cemitério, “Human Clay” faz isso utilizando mais ânimo e cores em seu instrumental. Eu curto muito como ela utiliza instrumentos de verdade junto de uns sintetizadores eletrônicos que dão um tom meio “computador dando erro” na backtrack. Somem isso a versos pegajosos e um refrão matador e, wow, temos mais um mega jam rockish, mas não tão rockish assim, vindo dessa j-véia que faz muita falta no cenário atual. Quem já conhecia esse álbum e o burburinho causado por ele à época, ou chegou a achar algum texto antigo meu para um certo site que eu escrevia, deve imaginar que tem mais duas GRANDES por vir dele ainda. Se não for o caso de vocês, é só aguardar o top 10 para descobrir quais são.

35. SHINEE – LUCIFER

Aaaaarrgh, essa aqui ainda é tão merdavilhosa!! “Lucifer” é um daqueles números de boygroup da virada de década que meio que ainda ditam em minha cabeça o que “K-Pop” representava à época. Diferente dos lançamentos atuais de oppa, aqui não há QUALQUER intuito em soar “conceitual”, “adulto”, “alternativo” ou qualquer porra dessas. O SHINee só está lá na caixa da SM, com uns carros luxuosos atrás, vestidos e dançando como se parecer alien e campy fosse a coisa mais cool de todos os tempos. E, ó, era bem isso mesmo na era de ouro, viu. Esse mesmo desprendimento se reflete no instrumental, um pancadão eletrônico maravilhosamente datado, e nos versos cantados pelos cinco, entregando engrish absurdo que jamais sai da cabeça (Loverholic?Robotronic? AHEIN?). Um recorte maravilhoso da era de ouro que, infelizmente, não retornará (fãs de boygroups agora gostam de se sentir chills e pensativas em vez de se divertir).

34. MAON KUROSAKI – THE DAY YOU AND THE SUN DIED

High School of the Dead foi algo. Bem no meio da febre de zumbis na cultura pop, revivida por The Walking Dead, a animação se mostrou uma superprodução em investimento, não só com o que ia para a TV, mas também aos ouvidos. Vejam bem, convidaram essa mina aí para preparar uma trilha sonora onde cada faixa nela seria utilizada no encerramento de cada episódio, de acordo com a climatização de cada um deles. A melhor entre essas endings é “The Day You And The Sun Died”, um baladão J-Rock ladrão de almas. Até hoje, ouço isso e me sinto enviado pruma zona esquisita entre o céu e o inferno, tão conflitante ela é em soar “gospel” e “soturna” ao mesmíssimo tempo. Ouçam mas sintam medo.

33. GAIN – IRREVERSIBLE

E cá está a melhor música do excelente álbum de estreia da Gain. “Irreversible” é o ápice da ideia de criar números pop a partir de elementos associáveis ao tango. Tá tudo lá, sendo impraticável não imaginar um casal performando isso em alguma competição de dança de salão mundial (ou no Domingão do Faustão, tanto faz). E a dramaticidade é levada ao extremo através da performance vocal quase chorada colocada por ela. O timbre da Gain é um dos mais bonitos do K-Pop, caindo como uma luva para esse tipo de proposta. E ainda tem o vídeo lindíssimo dela dançando no deserto e fodendo a maquiagem. Debuts solo de integrantes de girlgroups devem ser daí pra cima.

32. F(X) – MR BOOGIE

E vocês aí que acharam que a minha favorita do F(x) em 2010, ao descartar “Nu Abo” na parte anterior, era “Mr. Boogie”, lhes digo que… ACERTARAM EM CHEIO! É maravilhoso perceber que, mesmo em início de carreira, o F(x) já se provava como um grupo que iam além das titles em seu esforço de repertório. girlgroups de outras gravadoras se estapeariam para lançar isso aqui como single. Btw, o line up tá reduzido nessa apresentação porque, pelo que me lembro, durante as promoções de “Nu Abo”, a Amber machucou o pé e precisou voltar pro EUA para se tratar. Aí, a SM resolveu trabalhar “Mr. Boogie” só com as quatro nos Domingo da Gente. A boa vontade da Krystal é inspiradora. -q

31. RAINBOW – MACH

Muitos de vocês nem devem saber disso hoje em dia, mas a DSP (empresa que hoje cuida do KARD e do April), nessa época, além de fazer rios de dinheiro com o KARA na Coreia do Sul e no Japão, começava a fazer o mesmo com ainda outro girlgroup, o Rainbow (que segue como um dos nomes femininos mais populares de lá ainda hoje, pois as integrantes se tornaram famosas individualmente em outras atividades, sem nunca terem disbandado de verdade). O esforço com as sete era o mesmo que rolava com as irmãs mais velhas: Sweetune assinando esses números ultraintensos que eles eram craques e que serviriam tanto para garotas, quanto para garotos, além de funcionarem bem em coreano e em japonês. “Mach”, originalmente, era b-side de um outros single aí que falarei mais pra frente, mas pro público nipônico rolou um MV caprichadão, com elas emulando corredoras gostosas com as cores do arco-íris (du-uh). Poderia ter sido usada como música tema de algum tokusatsu qualquer da Toei, tão “vigorosa” que a faixa é do início ao fim. Segunda melhor delas, na minha opinião.

30. SISTAR – PUSH PUSH

O Brave Brothers é um ser humano genialmente ridículo. Quem mais teria a ideia absurda de iniciar uma música com a Hyolyn gemendo “EMPURRA EMPURRA, BEIBEE, QUE NEM SUA IRMÔ e isso dar certo? Pontos para ele, para a StarShip pela escolha e, claro, para o Sistar, que já chegou com o pé na cara de todo mundo, entregando sexy concept safado já no debut. “Push Push” é uma das minhas estreias de girlgroups favoritas em todos os tempos, pois consegue me dar ares trash que icônicos nomes como Blady, Pocket Girls e Laysha entregariam na nugulândia e fariam desse um blogueirinho rampeiro feliz, mas ainda assim soar refinado e, bom, a-list, como o quarteto se provaria anos mais tarde. PUSH PUSH BEIBEEE, OHH PUSH BEIBEE, PUSH PUSH BEIBEE, JUST LIKE XISUTAAA…

29. MIWA – CHANGE

Mais animesong. Já era tão bom ser otaku em 2010, sendo ainda melhor poder reviver a memória dessa época através das várias e várias faixas utilizadas como OSTs em animes que se tornaram “clássicos” desse meio. Se bem que “Change” nem se encaixaria nisso, já que eu nunca gostei muito de Bleach e sequer cheguei a assistir o run que teve isso como tema, mas ahein, ignoremos tais pormenores. “Change” é daquelas músicas que, à época, conseguiu extrapolar a fanbase, atingindo outros nichos de otakinhos que curtiam ouvir o pop japonês. É ainda outro exemplar de pop/rockish fofinho, cujas melodias grudam na cabeça por muito tempo. Se for a praia de vocês, sugiro o clique.

28. 2NE1 – FOLLOW ME

2NE1, 2010, VOCÊ SABE COMO FAZEMOS! SE NÃO SABE, AGORA VOCÊ SABE! DEIXE ME MOSTRAR ALGO MUITO RÁPIDO, SIGA-ME!!!1! Aviso de gatilho para vocês que ficam encrencando com as ~apropriações culturais~ da Soyeon hoje em dia: nem cliquem em “Follow Me”. Ou melhor, CLIQUEM em “Follow Me” e vejam como o K-Pop, desde sempre, foi um aglomerado de sonoridades vindas de diferentes partes do mundo. E está tudo bem, pois a música pop, num geral, faz isso! Devem rolar umas influências africanas no batidão desse instrumental, talvez algo latino e jamaicano também. Tudo empacotado em vocais robóticos e animação à mil, como só o K-Pop é capaz de entregar. Eu amo isso aqui, a letra é todinha formada por uma porção de melodias grudentas que não se ligam muito em fazer sentido, só em entreter, o MV é espetacular (Dara torturando os stormtroopers elas de salto alto indo até o chão na floresta de baseado arte), o refrão é chiclete demais… Do mesmo modo que eu falei do 4MINUTE mais pra cima, o 2NE1 andou para que (G)I-DLE, BLACKPINK e Everglows da vida corressem.

27. MISS A – BREATHE

Mais apropriação cultural! Eu ainda sou apaixonado pela introdução desse clipe, com as quatro entrando na caixa colorida como se estivessem entrando no palco do programa Raul Gil ou de qualquer outro de auditório que use esses telões que se movimentam para levar o artista. E daí em diante, é só amor e glória, com o miss A se jogando numa miscelânea de ritmos caribenhos onde os quadris se tornam inúteis em manter o controle do ouvinte. “Breathe” é aos ouvidos exatamente como se mostra em vídeo, uma explosão de cores e carisma e felicidade e diversão e sensualidade e remelexo cativante ao extremo. Quando ele quer, o J.Y. Park consegue ser um gênio do bubblegum pop para seus acts mesmo. E olha que essa aí nem foi a melhor dele para o grupo nesse ano de debut

26. GIRLS’ GENERATION – OH!

A fase aegyo emulando Perfume do Girls’ Generation ainda é tão boa. Acho que esse molde aqui que deveria ter se tornado o principal a ser seguido por grupos aegyo da nova geração em vez dos trecos aguados pré-Gee, mas vai entender o gosto dos coreanos. Enfim, “Oh!” é adorável do início ao fim, com o OT8 + Jessica de feature servindo cheerleaders cheias de açúcar por cima duma base chupinhada de alguma fase de Top Gear ou algo no estilo. Lembro que rola um movimento de dizer que isso aqui é ainda melhor que “Gee”, mas, nah, discordo. Ainda assim, é um clássico dentro da discografia das soshi, só não rankeando ainda mais alto nessa lista porque, nesse mesmo ano, elas deram uma virada de imagem e soltaram outros bops ainda mais legais. Nos vemos no top 10, sones. 😀

Run Devil Run | Wiki | ° Kperfect Girl's ° Amino

Agora sim, falta pouco. Para a próxima parte, aquele clichês de listas de melhores do ano em blogzinhos fundo de quintal, com todos aqueles bops atemporais que morrem na praia antes do top 10, mas acabam sendo tão emblemáticos quanto. Tanto que, nela, aparecem o melhor debut de 2010, a melhor animesong, a melhor música ruim e o melhor videoclipe. Arriscam chutar?

Spoilers: são 5 representantes do J-Pop (sendo 3 dessas OSTs de anime) e 10 do K-Pop (6 de girlgroups e 4 de solistas). Até quinta (ou sexta, depende do quanto de trabalho o álbum da Rina Sawayama ainda vai me dar.)

21 comentários em “TOP 70 | As melhores músicas do asian pop em 2010 [40-26]

  1. A nostalgia batendo forte ao lembrar que passei quase UM ANO INTEIRO ouvindo o H.O.T.D. direto. fuss fuzz, THE last pain, Under the Honey Shine… É um hino atrás do outro.

    Outra coisa: HUH não tá muito baixa não?

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