Oi, Tio Lunei. Espero que você esteja bem. Aproveitando que a gente deve ficar umas semanas trancados em casa por conta desse corona váirus, você podia recomendar alguns filmes (e animes, que acho que você assiste também, mas posso estar confundindo com aquele Carlo) para a gente assistir e passar o tempo lá no Miojo? Gostei daquela vez que você fez um top com os maiores filmes do ano passado, mas não gostei do Coringa.
Essa mensagem aí é adaptada de um e-mail que eu recebi no início de ABRIL, quando o lockdown por conta do COVID-19 estava começando, mas só li mesmo ONTEM de noite, porque eu ESQUEÇO que tenho um e-mail apenas para o blog (inclusive, perdi vários press releases de acts japas dum mailing internacional que me incluíram sabe-se lá o porquê). Não sei se vai fazer muito sentido escrever um post com recomendações a essa altura do campeonato, já que o seguidor que mandou a mensagem deve ter achado que eu ignorei gostoso e possivelmente morrido de raiva disso, mas, aah, não tem muito lançamento recente legal no asian pop pra comentar mesmo, então vamos de off topic por hoje.
Separei filmes, séries, desenhos, shows, documentários e reality shows que, ou conheci recentemente, ou já tinha visto antes, mas revi nessa primeira metade do ano. A maioria é super escapista, ótimo para se divertir e esquecer, mesmo que por alguns momentos, as notícias ruins da distopia atual, mas outros aí são mais, ahn, “densos”, provavelmente não agradando muito quem só quer espairecer, embora sejam espetaculares. Aah, e como sei que vocês são de uma geração que praticamente só consome coisa disponível em streaming, com preguiça de baixar torrent, todas as indicações estão em serviços do tipo oficialmente, com link direto, embora eu (INFELIZMENTE) não tenha recebido NADA para fazer propaganda de empresa alheia por aqui. Ahein, vamos lá… =P
TRECOS NO YOUTUBE
Show da Tina Turner em Barcelona em 1990
Eu amo pessoas caras de pau que sobem shows antigos inteiros de DVDs/VHSs no YouTube sem qualquer medo de processo, facilita muito a vida de fãs. Essa aqui é uma apresentação da Tina Turner na Espanha no começo dos anos 90 que me mandaram o link no Twitter umas duas semanas atrás e, desde então, tenho a colocado pra tocar na televisão enquanto faço almoço ou coisas do tipo.
Pra quem não conhece, a Tina Turner é uma grande cantora que, basicamente, serviu de inspiração para a Beyoncé ser a Beyoncé hoje em dia em questão de “vejam só como eu sou uma grande gostosa do Pop e canto e danço muito no palco sem perder a voz, suas vagabundas básicas”. As músicas são todas uma delícia, o som da gravação está ótimo, a banda consegue ser quase tão legal em presença de palco quanto ela (e, acreditem, eles realmente tentam aparecer, com destaque especial para o meu bias saxofonista cabeludo bombado suado de movimentos pélvicos invejáveis). Acho o show inteiro maravilhoso, mas se precisarem de highlights para serem convencidos, no primeiro comentário do vídeo tem as minutagens das músicas. Foco especial em: “Addicted to Love”, “The Best”, “Private Dancer”, “What’s Love Got To Do With It” e “Proud Mary”. São todos bops de rádio que vocês já devem ter ouvido em algum lugar, mas não sabiam quem é que cantava.
Os 20 anos de Pokémon no Brasil através de algumas histórias
O site JBox, do qual eu sou colaborador há alguns anos escrevendo resenhas de animes da temporada e filmes japoneses que eventualmente saem por aqui, soltou em seu canal no YouTube (do qual eu não participo em nada, então não é um autojabá), no ano passado, essa série documental celebrando os 20 anos da estreia do desenho de Pokémon aqui no Brasil. Se vocês aí também são umas cacuras fãs de Pokémon, acredito que vão gostar bastante de assistir.
Originalmente, foram 7 episódios entrevistando nomes importantíssimos da “marca” Pokémon quando o anime era uma explosão por aqui entre o final dos anos 90 e mais ou menos a metade da década de 2000. Meus favoritos são as entrevistas com a Janaína Bianchi, cantora da primeira abertura, e com o Nil Bernardes, responsável pela trilha sonora nacional da série, que chegou a sair em CD à época. E recentemente (tipo, dias atrás) saiu também um novo episódio, que ainda não assisti, com o Eric Araki, editor da revista Pokémon Club.
MARAVILHOSOS DESENHOS
Kipo e os Animonstros
Isso aqui é uma viagem de ácido das boas. Num resumo rapidão: a Terra que conhecíamos meio que foi pro beleleu por motivos aí, obrigando a humanidade a viver em tocas no subterrâneo. Sem a interferência dos homens, os demais animais conseguiram evoluir, crescendo tanto em tamanho, quanto em intelecto. Aí, por conta dum incidente, Kipo, uma menina de pele colorida, precisa se virar na superfície e nos vários problemas que as tribos animalescas criam entre si. Tem sapo mafioso, coelhos gigantes, gatos lenhadores, ratos zoando a Disney comandando um parque de diversões horrível e muito mais. Tá na Netflix.
Midnight Gospel
Esse desenho aqui é MUITO bom (provavelmente o melhor de 2020), mas eu só recomendo com duas ressalvas. A primeira, tomar cuidado com quem irá assistir junto com vocês, pois é cheio de palavrões, piadas visuais de duplo sentido (parte integrante do cenário principal é um portal em forma de vagina gigante) e temas delicados para uma ala mais conservadora (o primeiro episódio fala sobre maconha, por exemplo). A segunda, checar em qual mood vocês estão no momento, já que a história toda, já no segundo episódio, vai prum caminho MUITO TRISTE, o que pode se meio bosta dependendo de como o espectador está psicologicamente ao assistir.
Com isso avisado, saibam que “Midnight Gospel”, novo trabalho dos responsáveis por Hora da Aventura, voltado pro público adulto, é praticamente sem amarras no que diz respeito a pautas ou viagens utilizando as possibilidades da animação como meio. A história gira em torno dum cara que visita mundos a beira do colapso num simulador para entrevistar pessoas para seu podcast espacial. É inacreditavelmente legal e inventivo. Tá na Netflix.
Kaguya-sama: Love is War
Sou apaixonado por esse anime. Temos aqui uma paródia maravilhosa desses romances colegiais batidos, daqueles em que o casal não consegue se declarar um pro outro, então uma porção de situações ocorrem a partir disso. Pode parecer qualquer coisa falando assim rápido, mas o roteiro consegue construir algo divertidíssimo com essa premissa, ora rindo de todos esses clichês repetíveis à exaustão, ora USANDO esses clichês para tocar a história pra frente na maior cara de pau. Pra mim, foi um dos melhores do ano passado. Revi umas semanas atrás e continua uma delícia. Tá na Crunchyroll.
Yuru Camp
Ainda outra gracinha fofinha e divertida que serve unicamente para trazer aquele quentinho pro coração. “Yuru Camp” conta a história de um grupo de garotas no colégio que montam um clube de acampamento. E aí elas saem pra acampar. De novo, falando assim por alto, parece o treco mais idiota de todos os tempos, mas a interação entre as personagens e as situações criadas a partir delas são tão deliciosas e engraçadas e confortáveis e bonitinhas que, quando percebemos, já assistimos uns 10 episódios seguidos numa sentada. Tá na Crunchyroll e o primeiro episódio também tá no YouTube.
SÉRIES… OU MELHOR, “SÉRIE”, NO SINGULAR
Fleabag
Então, não sou o maior fã de séries em todos os tempos. É bem difícil eu me interessar em assistir algo e focar numa só história durante muito tempo, o que é ainda pior quando os roteiristas decidem empurrar com a barriga trecos que poderiam ser resolvidos em minutos, apenas para que tudo dure por vários e vários episódios. Recentemente, tentei ver a hypada “Killing Eve”, que tem um primeiro episódio muito legal, mas pisa no freio logo em seguida, por pura conveniência (daria um ótimo filme de espião, na verdade). Também dei uma olhada naquela “Scream Queens”, do Ryan Murphy (escritor Glee, American Crime Story e outras séries), que deveria parodiar filmes slasher, mas se importa mais em servir outra bobagem high school (sendo que é numa faculdade) cocozenta demais, cruz credo.
Dito isso, “Fleabag” botou no meu cu. É uma comédia de humor negro bizarra e, principalmente, HILÁRIA. Ela segue a vida de uma britânica lá pelos trinta e poucos anos, fodida financeiramente, com tudo na vida dando errado de uma vez só. A atriz principal e roteirista, Phoebe Waller-Bridge, é ótima, deixando tudo num limiar entre o trágico e o debochado espetacular de assistir. São duas temporadas curtinhas, com 6 episódios cada, de mais ou menos vinte minutos, que dá pra matar numa tarde. O primeiro episódio da segunda temporada, se passando num jantar, em especial, é um dos trecos mais legais que assisti na TV nos últimos anos. E ela tenta pegar um padre. Se tiverem mais de 16 anos, assistam no Prime Video.
ICÔNICOS FILMES
Yesterday
Depois de um evento misterioso, um músico inglês fracassado é o único no planeta a se lembrar da existência dos Beatles. Então, o safado decide regravar as músicas do boygroup, se tornando o maior fenômeno pop do mundo com esse repertório. É um filme “Sessão da Tarde” leve, divertido e cheio de faixas ótimas, daqueles que a gente assiste várias vezes e sempre termina com um sorriso pimpão no rosto. Tá no Telecine Play.
Meia-Noite em Paris
Meu filme preferido do Woody Allen na década passada. Aquele Owen Wilson feio pra caralho faz um escritor frustrado que viaja com a família chata da noiva insuportável (Rachel McAdams, a Regina George de “Meninas Malvadas”) para Paris. Contudo, ele descobre que, à meia-noite, num determinado ponto da cidade, um “portal” para o passado se abre, com ele viajando para o início da década e interagindo com uma porção de artistas daquele período. É bastante agridoce e com uma recompensa final deliciosa. Tem no Prime Video e no HBO Go.
Winners & Sinners
Grande clássico do cinema-policial-de-kung-fu em Hong Kong, Jackie Chan e outros grandes atores dessa cena vivem altas confusões contra um grande vilão afetado que quer fazer coisas malvadas com todo mundo. É lindo. Muita porradaria, umas cenas acrobáticas impraticáveis, rola até uma perseguição de estrada, resultando numa montanha de carros empilhados, que Hollywood deve morrer de inveja por nunca ter conseguido fazer tão bem. Uma pena o catálogo de filmes dessa época ser tão limitado por aqui, pois adoraria indicar mais uns trinta e quatro com os mesmos atores nessa lista. Fuen. Tá no Prime Video.
Esqueceram de Mim
A dica parece meio óbvia para a galera que já tem lá seus 25+ (cof cof) e assistia esse filme, ao menos, umas três vezes por ano na Globo, mas como sei que tem um povo -17 que tá lendo isso, é sempre bom reforçar. “Esqueceram de Mim” é um pipocão clássico, cheio de cenas que ficaram icônicas, estabelecendo uma fórmula de filmes infantis que seria seguida por outros diretores daí em diante. O plot básico: uma família cheia de gente vai viajar no Natal, mas esquecem o caçula dentro de casa. Aí, alguns ladrões estão atazanando a vizinhança e cabe ao moleque se livrar deles da maneira que puder. Já revi duas vezes só esse ano. Tá no Telecine Play.
Vingança à Sangue Frio
Um dos meus filmes favoritos do ano passado (o melhor foi “Parasita”, mas a delícia não está disponível em nenhum serviço de streaming, nhé). Liam Neeson faz um personagem Liam Neeson num filme estilo Liam Neeson onde alguém da família do Liam Neeson morre, aí ele se vinga à moda Liam Neeson. O lance é que o roteiro aqui encontrou maneiras bem criativas de trabalhar essa bobageira repetitiva, com mortes inventivas, locações maravilhosas e um punhado de personagens absurdos que tornam a experiência toda impagável. Tá no Prime Video.
A Terra é Plana
Documentário espetacular sobre terraplanistas dementes e todo o submundo bizarro dessa galera obscurantista. É um terreno ainda mais pantanoso que o K-Pop, com rivalidades, fanfics e shipps de fanbase. Um dos troços mais hilários que vi nos últimos anos. A cena final é o mais puro e fino deboche. Na Netflix.
PRA TERMINAR, MERDAVILHOSOS REALITY SHOWS
Rupaul’s Drag Race
Caso vocês não conheçam muito mais de “RuPaul’s Drag Race” que gifs no Twitter, esse é um survival show de drag queens (pessoas que se vestem de mulher pelo entretenimento, geralmente puxando pro humor), onde os participantes vão se enfrentando em desafios diferentes, que envolvem música, atuação, improviso, costura, piadas e tudo mais que vocês possam imaginar. E os dois piores de cada episódio, no fim, se enfrentam dublando por suas vidas. Memorável exemplo:
É entretenimento garantido. A sexta temporada é a minha preferida, pois traz o melhor elenco de todos até então. A terceira, a nona e a décima também são ótimas. E rola também o “RuPaul’s Drag Race: All Stars”, onde participantes de temporadas anteriores voltam para tentar novamente. Desse, gosto muito da quarta temporada (Manila rainha), da terceira (Bendela e Shangela ícones) e detesto a segunda. Tudo no Netflix aqui e aqui.
Instant Hotel
Uma porção de australianos ricaços que alugam suas casas para turistas, também cheios da grana, disputam para saber quem tem a melhor casa alugável do pedaço. É isso. A primeira temporada desse troço deve ter sido o bagulho mais ridículo que assisti na minha vida. Recomendo com força. E atenção especial para a tiazona plastificada dona de um prédio que frequentemente solta frases de duplo sentido (“everybody knows I love bick decks”, se referindo à varanda de uma das casas) e para a poc velha barraqueira que episódio a episódio diz ter conhecimento em decoração de interiores, só para, no final, todos terem uma surpresa hilária quando enfim chegam na casa dele. Arte. Na Netflix.
Ai que hino.
lunei humor negro é um termo racista (igual ao denegrir) substitua por humor ACIDO esse é o correto
CurtirCurtir
Sério? Mas vem de “dark humor”, que seria mais ou menos “humor sombrio”. Bom, tanto faz, vou parar de usar daqui em diante.
CurtirCurtir
já foi chamado de black humor nos eua inclusive q significava humor negro dps foi mudado para o dark humor q significa humor sombrio mesmo
CurtirCurtir
morrendo com esse instant hotel… adoro passear pela netfix e perder meu tempo vendo essas bobagens
do lado dorameiro da força: o app viki, por causa do covid, disponibilizou o serviço completo gratuitamente (agora dá pra ver sem ads e os exclusivos) então recomendo sky castle pra quem gosta de algo mais crítico e what’s wrong with secretary kim pra quem só quer se divertir mesmo (e tem o bônus de ter a park minyoung maravilhosa ❤ ❤ <3)
e tem um dorama que bombou ai na coreia q chama hospital playlist, parece ser bom (tem na netflix)
CurtirCurtido por 1 pessoa
a desgraça da OP de Love is war não sai da minha cabeça faz uns meses…
CurtirCurtir