Fancy & Fancy: o dancefloor anthem do Twice e a bobagem trash da Iggy Azalea

Eu estava meio de bobeira nesse fim de semana e pensei: “ooh, e se eu fizer um bloco no blog onde eu falo de músicas asiáticas e ocidentais que têm o mesmo nome?”, aí, bom, decidi fazer um bloco aqui no blog onde eu falo de músicas asiáticas e ocidentais que têm o mesmo nome. E é meio que só isso mesmo. Inclusive, nem pensei num título fixo pra isso, aceito sugestões nos comentários.

Para esse debut, trouxe Fancy Fancy, do Twice e da Iggy Azalea. Quem bota quem para mamar? É o que conferiremos a seguir…

No oriente… 🇰🇷🇯🇵

O Twice surgiu em 2015 como um cavalo já premiado da JYP Entertainment, que conseguiu criar uma fanbase e expectativas para seu novo girlgroup mesmo antes da estreia, colocando suas trainees para competirem por uma vaga nele num survival show da MNET. Elas debutaram com uma proposta que mesclava girlcrushaegyo leve bastante interessante, estourando logo de cara. Mas calhou de, já em seu primeiro comeback, a empresa mudar sua imagem, inserindo-as numa fatia de mercado ainda mais aegyo e infantilizada. Deu certo? Sim. Seus lançamentos ficaram ainda mais na boca do cidadão coreano médio, rapidamente colocando-as como o novo grupinho da nação.

O problema com isso é que, para quem não tinha muita disposição para essas pataquadas infantiloides, o Twice acabou não funcionando de verdade. Meu caso, que dessa leva só escutava mesmo “TT” (na real, ainda é a minha favorita delas). Eis que o fim da década chegava e…

…com ela, a hora de a JYP jogar um novo girlgroup para jogo. Mas como debutar o ITZY como as irmazinhas do Twice se o Twice, até então, ainda mantinha o concept de irmazinhas da nação? A melhor resposta para isso foi “crescer” Momo e as outras, agora vendendo-as como um grupo mais elegante, com releases voltados para as pistas de dança, seja na Coreia do Sul ou no Japão.

“Fancy” foi o grande ponto de virada nisso. Para esse comeback, elas serviram um electropop vibrante, sem vergonha alguma de ser unicamente destinado à diversão geral. E isso se reflete no MV belíssimo, com elas performando e fazendo carões em cenários quem lembram clubes noturnos futuristas. Foi um sucesso. Gostei tanto que coloquei em #3 no ranking de melhores do ano passado. Daí pra frente, tanto na Coreia, quanto no Japão, elas soltaram mais outras músicas (e álbuns) que explorassem essa veia escapista deliciosa, como “Feel Special” (também no top 10 de 2019, ahein), “Fake and True”, “Breakthrough” e a recente “More & More”.

No ocidente… 🇦🇺🇺🇸

Lá por 2013, a gravadora Def Jam, com foco principal em artistas de Hip Hop e R&B, junto do rapper T.I., resolveram trabalhar a Iggy Azalea, uma nova garota que vinha chamando atenção entre fãs mais jovens de rap (em geral, meninas novinhas e pocs fãs de divas pop) na internet junto de outras rappers femininas que estavam ganhando espaço nos meios alternativos, como Azealia Banks, Brooke Candy e por aí vai, muito pela ânsia de novas mulheres rappers na cena gerada pelo sucesso da Nicki Minaj anos antes.

Iggy era uma australiana gostosona com cheiro de novidade, que conseguiu transitar bem entre os públicos de rap e pop ao longo desse primeiro run de promoções, rendendo canções divertidinhas como “Work” e “Bounce”. No entanto, foi em 2014 que sua persona enfim se tornou mainstream, furando a bolha ao lado de outra artista em ascensão:

Com “Problem”, parceria com a Ariana Grande, Iggy, como um “projeto”, deslanchou. Tal visibilidade permitiu que “Fancy”, single que já vinha sendo trabalhado por ela há algum tempo, enfim estourasse. O resultado: peak de #1 no hot 100 da Billboard dos EUA, com mais de sete milhões de cópias sendo vendidas por lá naquele ano. Iggy hitou, seu álbum de estreia, “The New Classic”, também vendeu pra caralho, além de garantir pra ela uma indicação ao Grammy de melhor álbum de Hip Hop.

Particularmente, acho que “Fancy” só funciona de verdade com o auxílio visual do clipe parodiando “As Patricinhas de Beverly Hills”. Fica bem legal de assistir ela reproduzindo uma porção de cenas que ficaram pra história do cinema teenager enquanto toca a música. Sem isso, não me desperta muito replay factor. Mesmo a participação da tosca da Charli XCX não acrescenta tanto. É um tipo de bobagem trash que não me pegou tanto aos ouvidos, só aos olhos. Mas foi um hit, não tem como negar.

Dela, curto mais outras faixas trabalhadas nesse período, como a “Black Widow” acima (o clipe também é ótimo e a apresentação no VMA fez bastante barulho à época), as já citadas “Work”, “Bounce” e o impagável feature com a Jennifer Lopez em “Booty”.

Depois disso, ela meio que… sumiu, não? Lembro de ter rolado um relançamento do álbum, mas aí ela foi cancelada após uma entrevista da Azealia Banks prum programa de rádio ou algo assim. Vocês chegaram a acompanhar o porquê dela ter sido deixada de lado pela mídia que tanto fez para ela acontecer? Ela realmente fez algo para ser apagada ou só pararam de ligar pras músicas dela e pronto? Não to comprando a briga não, só sou um ignorante nisso mesmo, já não acompanhava mais as notinhas do Popline nessa altura da vida. Se for por ser uma mina branca produto de uma gravadora fazendo ~urban~, Ariana tá aí vendendo milhões nesse mesmo esquema até hoje…

SxWxAxG

Me expliquem aí nos comentários, por favor, pois sou um tiozinho velho por fora das fofocas internacionais.

E a grande vencedora é…

“Fancy”.

Semana que vem tem mais, colocando lado a lado dois megahits do Shoujo Jidai e da Lady Gaga. Até lá. \o

15 comentários em “Fancy & Fancy: o dancefloor anthem do Twice e a bobagem trash da Iggy Azalea

  1. A Iggy teria lançado o seu segundo álbum, o Digital Distortion, mas o primeiro single flopou. A empresa esperou mais 1 ano, e lançaram Mo Bounce, que tbm flopou. O feat com a Anitta veio em seguida, mas o single vazou 1 dia antes, o clipe vazou sem edição, e a gravadora engavetou o álbum. Disso, ela quebrou o contrato com a Def Jem, mudou para um gravadoramelhor, que não deu suporte. Hoje ela está como artista independente elança um single ou outro por aí, mas ela está longe de voltar a ser forte como foi com Fancy e Problem

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    1. no tempo q ela ficou nessa outra gravadora ela lançou kream iconica, que ate fez barulho quando foi lançada (da ate dó da iggy dando entrevista falando q ela nem esperava q fizesse o sucesso q fez) mas a gravadora não aproveitou o hype gerado e nem promoveu a música… aí uns tempos atrás reviveram no lendário TIK TOK

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  2. A Charli XCX é americana? Eu achava que ela era britânica, não sei por quê…

    Enfim, o caso da Iggy foi que ela começou a sofrer hate por ser uma mulher branca fazendo rap, tomando crítica inclusive do Macklemore (que também é um rapper branco). O que é injusto, sim, mas o problema foi que ela respondia as críticas sem pensar, comprando brigas que ela podia facilmente evitar (tipo a Aguilera nos anos 2000, e nós vemos até hoje os efeitos disso na carreira dela…) e dizendo que estava sendo discriminada por ser branca (desnecessário dizer que o card do racismo reverso pegou MUITO mal pra ela). Pra ajudar, se não me engano, na mesma época também vazou uma sextape dela com um ex-namorado, que contribuiu pro desgaste da imagem dela. E o fato dela não ter conseguido ganhar credibilidade como rapper também não ajudou.

    Uma pena. Pior que vejo a situação dela no mesmo barco da Aguilera, Janet Jackson e Katy Perry, ou seja, de famosas que caíram e a essa altura não devem conseguir mais se reerguer.

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