Time Machine: Lembram quando o BLACKPINK debutou cagando em nossos ouvidos com “Boombayah” e “Whistle”? (2016)

E aí que, se nada der certo, o BLACKPINK enfim terá seu comeback após mais de um ano sem soltar nenhum material inédito na Coreia do Sul. Na teoria, “How You Like That” entregará o oitavo MV do grupo, com Jennie, Lisa e as outras duas, enfim, completando o ciclo de 8 videoclipes prometidos para a promoção de seu debut. Uma tática de divulgação parecida já havia sido utilizada antes pela YG Entertainment em 2015, com o iKON, rendendo ao boygroup um full album ao fim daquele ano após alguns meses de releases. Com o BLACKPINK, o plano foi ainda mais grandioso, durando quatro anos.

Piadas à parte, resolvi aproveitar a ocasião para relembrar o que, considero eu, foi a melhor contribuição do quarteto no K-Pop até então: sua estreia, com BoombayahWhistle

O BLACKPINK debutou num momento estranho para a YG em relação a nomes femininos e por cima de algumas especulações que, até hoje, não foram realmente esclarecidas. A gravadora já vinha prometendo um novo girlgroup há algum tempo, previamente intitulado “Pink Punk”, com diversas trainees sendo cogitadas e ganhando fama antes mesmo de serem confirmadas. Com a demora, várias delas acabaram migrando para outros selos, como a Miyeon indo para a Cube (e debutando anos depois no (G)I-DLE), a Euna Kim indo pra Maroo Entertainment e flopando no The Ark (essa aí passou por um monte de lugares), dentre outras menos conhecidas.

Lá por 2013, quando os primeiros feats. da Jennie com artistas da casa rolaram, cogitavam que o Pink Punk contaria com 9 integrantes, montado para ser uma espécie de “novo Girls’ Generation”, mas que com uma pegada girlcrush. Só que o tempo passou, e passou, e passou, e passou. E o Pink Punk não debutou. Aí chegou 2016 e a cena era outra. Tenho pra mim que os engravatados viram que, com a ascensão de grupos enormes como Twice e I.O.I, grandes sucessos da época, além da pegada white aegyo que imperava nos charts, o investimento deveria ser outro: um girlgroup mais enxuto, só com 4 integrantes, mas mantendo a vibe mina fodona inicial, se diferenciando de todo o resto. O resultado foi o BLACKPINK, só com 4 das trainees. Um novo girlgroup de 4 gatinhas para pegar o posto que havia sido deixado vago pelo 2NE1, já morto, porém ainda não enterrado.

E deu certo. É só comparar com o tanto de grupos femininos desse mesmo período, a maioria com oito ou mais cabeças, sem trabalhar a individualidade dos line ups, com sonoridades e imagens bem semelhantes e inespecíficas. Ou demoraram muito mais para acontecer, como o Oh My Girl e o WJSN (não que as garotas cósmicas tenham acontecido DE VERDADE, mas enfim), ou sofreram com a total indiferença do público, como o Gugudan, o Pristin, o DIA, o Weki Meki, o Momoland (que bombou, mas depois sumiu) e a lista segue cruel. Claro que a falta de incentivo das próprias gravadoras e suas decisões contribuíram para isso, mas aí já é pano pra manga para outro post. Mas falta de investimento por falta de investimento, a YG com o BLACKPINK é mestra nisso também, não?

A questão é que o BLACKPINK hitou logo de cara. E, hoje em dia, admito que esse sucesso inicial foi merecido, pois foi no debut que elas trouxeram o que de melhor tinham em mãos. Conclusão meio triste para se chegar com 4 anos de estrada, eu sei.

“Boombayah” é uma farofa quebra-cu “étnica” deliciosa, ridícula na medida, cheia de ganchos merdavilhosos que ficam na cabeça por dias (“click clac, badabim, badabum”, “oppaaaa!!!1”,like taran taran rantan“), que ganha pontos por ser algo inesperado de um act a-list (eu imaginaria um Laysha ou um Pocket Girls com isso no catálogo) e sobrevivendo ao tempo como diversão escapista, sem pretensões maiores que divertir o ouvinte do início ao fim.

Já “Whistle” vai por um outro caminho, totalmente diferente, com as quatro explorando uma sonoridade mais alternativa em sua construção, que não chega a explodir de verdade em momento nenhum, mas conquista, justamente, pela disposição de ideias e elementos esquisitos aos ouvidos. É a BAE BAE delas. E os ganchos chiclete ridículos também são utilizados aqui (“make a whistle like a missil, bump bump, everytime a show ya, a blow up, huuh”, “rippparan, ripadanpadanpadan”), dão ao produto final o ar “K-Pop” necessário para durar por anos em minhas playlists.

MAS LUNEI, SEU BLOGUEIRO RIDÍCULO QUE NÃO SABE COMO COMPARTILHAR VÍDEOS NO TWITTER SEM RETUÍTAR O TUÍTE ORIGINAL, POR QUE ENTÃO QUE TU TÁ FALANDO QUE ELAS CAGARAM NOS NOSSOS OUVIDOS, HEIN?

…dirá algum leitor mais novo desse blog. Vou explicar a piada obscura que só fãs mais cacuras do falecido Esquadrão Lunático pegariam.

O título do post faz menção ao que eu fiz na época do debut. Em 2016, embora não tivesse desgostado dessa estreia com todas as minhas forças, minha impressão a respeito do BLACKPINK foi um grande “tá” indiferente. Mas eu bem que queria tirar uma casquinha do furor todo que a fanbase já vinha causando nas redes sociais, então bolei esse título clickbait, ainda que o conteúdo do texto não fosse tão pesado assim. E, ó, funcionou bem mais do que eu imaginava! O post teve TANTO VIEW que a popularidade do blog, ainda iniciante, cresceu vertiginosamente, atingindo outros públicos, conseguindo likes na fanpage do Facebook (grande inutilidade, já que, logo no ano seguinte, eu fecharia minha conta e mal mexeria nela mais), com o que mais que eu postasse sobre K-Pop dali em diante conseguindo bem mais leitores e comentários do que nos meses seguintes.

Se não me engano, esse post sobre o debut do BLACKPINK só não ficou acima, em questão de visitas e comentários furiosos, de um onde eu dizia que o GOT7 estava imitando “Fire”, do BTS, na terrível “Hard Carry”. Coisa de quarenta e tantos mil views contra setenta e tantos mil. Quem diria que houve um tempo onde o GOT7 conquistava alguma atenção?

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Enfim, se for levar pelas prévias liberadas até então, não acho que “How You Like That” derrubará “Whistle” em qualidade e “Boombayah” em diversão. De qualquer forma, a falta de expectativas pode ser positiva em casos assim. Ou não? Sei lá. Descobriremos amanhã.

Sério que as pessoas gostavam de “Hard Carry”? Que que esses fãs têm na cabeça?

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29 comentários em “Time Machine: Lembram quando o BLACKPINK debutou cagando em nossos ouvidos com “Boombayah” e “Whistle”? (2016)

  1. Oito videoclipes em quatro anos… que vergonha, YG. A JYP lançava essa mesma quantidade de videoclipes do TWICE em quatro MESES.

    Sorte das Blackpink que mesmo assim elas conseguiram cativar o público. Mérito inteiramente delas, porque se dependesse da agência delas, o grupo tava lascado.

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    1. Eu ainda não entendo o sucesso delas não. Talvez por não acompanhar programas de tv coreanos e coisas do tipo, não consigo ver o “diferencial” delas perante outros grupos que o resto do mundo enxerga. É a vida.

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      1. Bom, pelo que alguns blinks disseram na vez em que fui massacrado no Twitter (por dizer que acho que o k-pop tem girlgroups melhores que elas), a sonoridade delas supostamente é mais ocidentalizada e por isso mesmo quem não gosta de k-pop ainda poderia curtir as músicas delas. Talvez seja isso.

        Também disseram que elas são maiores que o k-pop e que os outros grupos que sugeri (Mamamoo, EXID, AOA, LOONA, etc.) eram um bando de “mendigas flopadas” (no caso do LOONA, a parte do “flopadas” não dá pra gente negar mesmo), e um debochou quando eu disse que as Mamamoo eram o girlgroup com os vocais mais potentes (talvez o Blackpink tenha vocais superiores aos das Mamamoo e eu nunca percebi, quem sabe). Pode ser isso, também.

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        1. Não entendo o que essa galera enxerga como “sonoridade mais ocidentalizada”, sendo que o K-Pop, na própria ideia central, é uma adaptação de sonoridades, gêneros, modas e coisas do tipo vindas do ocidente. Se os grupos que você tivesse sugerido fossem, sei lá, full white aegyos, como GFRIEND e Lovelyz, ainda dava pra puxar eles pro lado mais japonês da coisa, mas porra LOL

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          1. Ou as musas do Crayon Pop (Bar Bar Bar é praticamente uma música de j-pop gravada por sul-coreanas).

            De resto, realmente pra mim o Blackpink nunca soou “mais ocidental” que outros grupos de k-pop. Não mais por exemplo que o KARD (que durante certo tempo tinha sonoridade mais próxima da América Latina que da Coreia do Sul). Ou que as Pocket Girls (EDM estilo Jovem Pan na madrugada, cantado por panicats/discípulas do Banana Split).

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      2. Esse vídeo que meio que explica o porque blackpink é ser tão popular (pelo menos nos dias de hoje)

        Na verdade, blackpink é um dos grupos mais entediantes em termos de personalidade – só a jisoo se salva embora que acho que ela se restringe para não apagar as outras que são um tédio –

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    2. Para maior parte dos grupos o mérito de sucesso e fracasso é totalmente da agência. O mesmo vale para o BlackPink. Não é como se elas tivessem liberdade para participarem do processo criativo dos seus trabalhos. A agência simplesmente tem condições e dinheiro para jogar elas como garota propaganda em qualquer coisa

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  2. Acho que, pra mim, a melhor faixa delas ainda vai ser Kick It (a única coisa que ainda escuto religiosamente do catálogo delas), mas acredito que a grande força do grupo é em seus números mais calmos (tirando aquela baladinha horrível) como em Stay e Really… Mas enfim, acho que, pelo menos, elas conseguiram se diferenciar da imagem derivativa do 2NE1 quando debutaram…

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      1. Ah, acho que a partir de Du, Dudu e Edu as coisas mudaram de figura, porque começaram a passar uma demos das boybands da YG pra elas, porque o 2ne1, apesar de ser bem fierce, não tinha faixas que tem uma melodia tão pesada e barulhenta típica de oppa vida loka… Em Kill This Love acho a mesma coisa, aí acabei já desassociando no processo

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      1. A Jisoo e a Rosé são muito inespecíficas, inclusive nem sei qual é qual. Enquanto a Jennie já era famosa antes do BLACKPINK e a Lisa tem uma franja. Logo, é normal que elas sejam lembradas enquanto as outras duas sejam, bom, as outras duas.

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  3. “se nada der certo” KKKKKKKKKKKK
    aprendi a gostar dessas, mas pra mim aiiyl humilha a discografia toda tranquila, é a única que ouço com regularidade (sem contar a sagacidade do nome, pq todo comeback desse grupo é Como Se Fosse Seu Último)

    sobre falta de expectativa, até hoje ela não me ajudou a gostar dos comebacks meia-boca do BP. só sobem no meu conceito depois de uns meses de k-pop desovando coisas piores mesmo lol

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  4. Nossa, pra mim Whistle é a melhor delas. Lembro que na época que lançou eu meio que torci o nariz, mas depois isso cresceu comigo que não parei mais de ouvir. Estranhamente eu sempre fico no hype nos comebacks delas (acho que por ser uma vez a cada mil anos), mas dificilmente me agrada. As músicas não são ruins, mas parece que falta algo no quesito “grupo” pra mim. Eu acho elas gurias extremamente talentosas, mas como conjunto fica meio desconexo. Parece amigas que se junta pra dar close (e elas dão um close muito bom). Claro que isso tudo pode ser só uma impressão errônea minha por não acompanhar elas de verdade, mas é o sentimento que tenho. Ainda assim acho bem legal esse sucesso que elas conseguiram internacionalmente, já que se dependesse do YG, o sucesso seria no porão mesmo.

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  5. Nunca dei uma foda para Blackpink. Mas segue as minhas teorias . Acho que o sucesso surgiu porque a sonoridade delas é, em comparação aos grupos que eram de fato maiores na época, realmente mais próximo de boygroup. Na real, que essa geração de fã de Blackpink sua grande maioria não curte muitos artistas do kpop, muitas delas não conhece boa parte dos grupos, então não é como se a gente pudesse alegar que elas tem escolhas melhores. E me lembrando das minhas experiências iniciais com o Kpop, acho que foi lá por 2014, essa sonoridade do BTS e do Blackpink é mais digerivel, nao sei se é de fato mais ocidentalizada, mas com certeza é mais digestivo que outros subgeneros do kpop, com o tempo é claro vc vai aceitando outras sonoridades como Mamamoo, Red Velvet, TWICE e quando vc vê cê tá lá escutando até GFriend – falo isso como uma velha que tomou gosto pelo kpop pela sonografia mesmo e que iniciou com BTS e BAP e migrou para o lado girlgroup da força.
    Ah, sei tambem que tem fanfics da Lisa com o Jungkook, vai que é isso.

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  6. Não acredito que você deitou pra Boombayah e Whistle KKKKKKKKKKK Conheci o falecido blog justamente na época desses posts. Fiquei meio puta na época porque tinha acabado de conhecer elas e entrar pro mundinho kpop e todo mundo sabe que kpopper novato adolescente é uma praga, mas no fundo concordei contigo e fui ler os outros posts, conheci outros blogs também e fiquei por aqui. Até hoje não escuto Boombayah, essa música me dá MUITA vergonha alheia. Atualmente meu xodó da discografia delas é Whistle mesmo.
    How you like that acabou de sair e eu não sei o que pensar ainda, mas acho que muitos não vão gostar.

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  7. Nada a ver com o assunto do tópico, mas como sei que você ama a Pirralha do Sapo (agora já não tão pirralha assim), saiu hoje um vídeo do “vlogão” dela no canal do LOONA:

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  8. Que titulo rídiculo. Tudo bem não gostar das meninas e não compreender o seu sucesso, mas apelar desse jeito só mostra que vocês estão deseperados por atenção haha. 💛

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