Recentemente, a cantora norte-americana Selena Gomez anunciou em sua conta de Twitter que participaria como feature no próximo single do BLACKPINK, que segue, ainda que a passos lentos, preparando terreno para seu tão aguardado (por quatro anos) primeiro álbum de estúdio.
Desde que foi cogitado que Jennie e as outras três colaborariam com algum artista ocidental, uma porção de nomes de sua mesma gravadora nos EUA, a Interscope, foram especulados por fãs. Apontaram desde um segundo round de “Sour Candy” com a Lady Gaga ou com acts de também larga fama, como Maroon 5, Kendrick Lamar (huahua) e Billie Eilish, até uma parceria com alguém de alcance internacional mediano, como o The 1975 (seria hilário), a Carly Rae Jenpsen ou a Jessie Ware. Nem um, nem outro. A selecionada pelo selo foi a Selena Gomez.
Não me entendam mal, eu adoro a carreira musical da Selena Gomez (ou nem faria esse post), mas tá meio na cara que isso é uma daquelas táticas de produtores para que um nome tímido se apoie no outro e, nisso, ambos gerem mais burburinhp do que teriam normalmente. Embora chame atenção entre o público adolescente capopeiro, BLACKPINK ainda é um act super nichado. Já Seleninha, hoje, faz mais barulho como tuiteira/instagramer que como cantora/atriz.
Levando em conta que seu último grande álbum (em relevância e qualidade) é de 2015 e que o BLACKPINK só debutou em 2016, é provável que um sem número de blinks de 12, 13 anos tenham coçado a cabeça em dúvidas sobre quem diabos é essa garota. Para ajudar essa galerinha jovem, resolvi lista aqui cinco das minhas prediletas da ex-namorada do Justin Bieber, caminhando por diferentes eras que eu acho que representam bem sua evolução de disney girl até act-que-faz-sexy-concept de sucesso. Venham com o titio Lunei em uma viagem que começa na década retrasada…
Naturally (2009)
Essa delicinha dançante aqui é uma das que mais gosto da Selena em início de carreira, quando ainda era a garotinha engraçada de Os Feiticeiros de Waverly Place que a Hollywood Record (gravadora da Disney) tentava vender como vocalista de banda (daí o “The Scene” no título). O clipe é a pura cafonice pseudo-futurista de Windows dos anos 2000 que envelheceu bem mal, mas “Naturally”, como música, segue impecável. São vários os momentos de puro grude na letra, com destaque especial para o refrão que dá vontade de sair pulando.
Love You Like a Love Song (2011)
Essa aqui é a minha favorita em todas. Na real, “Love You Like a Love Song” é uma das minhas preferidas do pop da década passada no geral (quando pensei em fazer um listão aqui no blog, essa disputava o topo do ranking contra “Dancing On My Own”, da Robyn, e “Radioactive”, da Marina and The Diamonds). Ela é completinha no que se espera de uma ótima faixa pop, com melodias gracinhas que grudam no cérebro por anos (boa sorte aí tentando tirar o refrão da cabeça). Qualquer um que acompanhava rádio ou canais de música na TV (Multishow, MTV, MixTV, etc.) sabe como isso foi um fenômeno, tocando várias vezes num mesmo dia. Não tinha como escapar. E acho que ninguém queria escapar mesmo não.
Come And Get It (2013)
Minha era predileta dela, embora a mesma já tenha declarado que não curtiu muito fazer, pois as músicas “não eram ela”. Aí já não é problema meu que o que de mais legal ela tinha oferecer era algo EDM “idol” formado por produtores, né? “Come And Get It” é uma viagem instrumental, mesclando electropop com influencias orientais/hindus. Gosto bastante. Se fosse hoje em dia, vocês chatos de Twitter iriam reclamar de “apropriação cultural” para angariar uns likes espertos, mesmo sem entender o que isso significa de verdade.
Ouçam o “Stars Dance” completo. Ele é daqueles álbuns onde há a impressão de que os produtores estavam disputando entre si para ver qual faixa seria trabalhada como single, resultando numa tracklist inteiramente radiofônica e pegajosa. Além de “Come And Get It”, adoro “Undercover”, “Save The Day”, “Slow Down”, “Stars Dance”, e “Like a Champion” (a “Why So Lonely” de 2013).
Hands To Myself (2015)
Após o “Stars Dance”, Selena decidiu encerrar seus trabalhos com a Disney, entregando uma coletânea best of preguiçosa que não vale a menção. E em 2015, assinando com a atual Interscope e após uma porção de coisas de imprensa envolvendo seu namoro com o Justin Bieber, ela soltou o “Revival”, que deveria marcar o nascimento de uma nova Selena, mais adulta (com a capa e a proposta temática do LP se inspirando no “Stripped”, da Christina Aguilera). É claro que quase ninguém levou isso a sério, com ela continuando sendo apreciada por adolescentes e não conseguindo fazer uma transição de imagem e público real. De qualquer forma, o que vale aqui são as boas músicas que vieram no processo, com “Hands To Myself” sendo a mais interessante da tracklist. É supostamente sexy, mas com um instrumental ligeiramente mais alternativo que o comum para cantoras pop da época. Hininho.
Bad Liar (2017)
Depois do “Revival”, ela caiu na mesma armadilha que quase todos os acts pop dos EUA caíram na segunda metade da década passada: a de se levar a sério demais no conceitinho. A maioria de seus releases daí em diante foi de trecos trabalhados demais na história por trás e nas eventuais interpretações que poderiam gerar em vez de focar em servir boas melodias divertidas para ouvir de maneira despretensiosa. Consequentemente, o flop veio junto. A única de lá pra cá que, em minha opinião, realmente valeu o esforço foi “Bad Liar”, que chega num meio-termo bacana disso tudo. Basicamente, é ela sussurrando uns troços enquanto toca um instrumental minimalista por trás. Parece bocó, mas o entretenimento é garantido.
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E é isso aí, galerinha. Espero que, com essas faixas acima, vocês conheçam um pouco da cantora de sucesso que a Selena Gomez foi um dia. Assim, a surpresa não será tanta quando o feat. com o BLACKPINK finalmente aparecer. Isso se não for cancelado novamente. Não duvido nada. Digo, é bem provável que a YG, vendo que o Treasure não alcançou o grande sucesso que eles esperavam, decida adiar o que viria de outros grupos para focar nos novos pirralhos. Imagina se rolar um LP deles antes do delas? Seria mágico.
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Ai que hino de post 😍😍😍 Mas na minha opinião o melhor álbum é When the Sun Goes Down, puro eletropop adolescente que se leva a sério o suficiente pra parecer maduro, mas não deixa de ter músicas meio bestinhas pra acompanhar (na verdade, acho o Stars Dance meio genérico apesar das faixas serem EXTREMAMENTE GRUDENTAS!), mas, no fim até que faz sentido ser ela a parceria do Blackpink, instagramers que cantam ocasionalmente na Coreia fazem feat com instagramer que canta e atua ocasionalmente nos EUA… Parando pra pensar ia ser até eatranho se fosse alguém que realmente tá mergulhado no cenário musical 🤔🤔
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Ooh, faz mesmo todo sentido
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Obrigada, estou me sentindo super idosa agora. Como assim já não conhecem Selena Gomez.?
Sério. O que está acontecendo?
Adorei o post. Amo a voz dela, Hands To Myself no topo das músicas gostosinhas.
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Seleninha gomez a única ex disney famosa (bridgit mendler diva injustiçada foi a única que ganhou meu coração de vdd) que eu gostava de escutar mesmo ela sendo a mais fraca da trindade miley-demi-selena. Bizarro pensar que eu sou velha de guerra e tem adolescente que nem sabe que a selena existe hahahhahaha
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Flop? Você sabe que Lose You To Love Me foi 1 na hot 100 ano passado né?
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e morreu
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o importante é o #1
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contribuindo com esse post com uma música dela que eu adoro e ocasionalmente ouço quando lembro que existe
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Grande música. Lembro até hoje dela declamando a letra no antológico EMA de 2011, que foi apresentado por ela mesma:
E nessa mesma noite rolou a melhor performance de Marry The Night:
Sdds MTV montando premiações que prestem.
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EMA ainda existe? VMA eu sei que virou um Teen Choice da vida… meio triste ver o que o cenário musical como um todo se tornou com o tempo… nem falo da mudança de gênero que faz sucesso, já que isso eventualmente ocorre, mas ninguém se dá mais ao trabalho de fazer algo memorável, tanto no cenário oriental como no k-pop (ou eu realmente sou uma pessoa amarga, existe essa possibilidade)
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Eu vim no post sedenta por essa música!!!!!!! A melhor dela, sério, me traz uma saudade dos idos de 2012 e de certos acontecimentos que……………
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Vou nem criar expectativas para o feat, mesmo achando impossível lançar uma música pior que HYLT (não quero que os produtores achem que isso é um desafio). Pelo jeito, parece que o tal lado pink do BP vai dar as caras nesse release, amém.
2012, cara… Puta ano, isso sim, em vários aspectos. Mal entrei nos vinte e já me sinto uma idosa relembrando o passado saudoso. Ainda tenho um carinho muito grande por Hit The Lights, que uma amiga da época me apresentou (e faz anos que a gente não se vê/fala, tanto que nem lembrava dela até ler o post – estranho como pessoas que um dia significaram tanto simplesmente somem da sua vida e você nem percebe); até porque, o significado da música é muito bonito. É o “carpe diem” da Disney, e resume um pouco daquele começo da década passada, de quando a gente tinha tanta esperança e alegria, e isso estava nas músicas também: parece que de lá para cá a gente desaprendeu a colocar magia e passionalidade nas músicas. Antes mesmo os pops farofas ou bops de verão despretensiosos ainda tinham /alma/, sabe? Difícil de explicar e ainda mais difícil de replicar. Já faz uns bons anos que a indústria musical (não só o pop, vejo muito isso nas novas bandas de “rock” em ascensão) se tornou asséptica ao extremo. Por mais que não dê para negar que exista um esforço dos produtores aí para tornar tudo mais “limpo” e compatível com a imagem de uma estrela da Disney, existe uma alegria singela, uma joie de vivre em tudo, em uma adolescente/jovem adulta agindo conforme a própria idade, se divertindo, como nós que ouvíamos as músicas. Sem pressa para crescer, sem fingir ser adulta e madura demais.
Da trinca Miley-Demi-Selena, simpatizava com a Demi quando ela entrou naquela fase pop rock em que lançou os maiores bangers da carreira (Here We Go Again, Don’t Forget, Remember December) estando na pior fase emocionalmente, mas de coração, tinha (e ainda tenho) mais carinho pela Selena por causa dessa amiga, que era super fã dela.
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Eu era muito fã da Selena, pq amava a Alex dos Feiticeiros de Warvely Place (adolescente né, vivendo na fase rebeldinha da vida, se achando o auge da humanidade, qualquer um adoraria a Alex debochada).
Mas fui perdendo o gosto por ela justamente por ter ido pra um direcionamento muito cult, draminha e “white people problems” pagando de tumblr conceitual. Ja eu fui envelhecendo e só ficando mais rampeira.
Então entre ouvir Selena sussurrando sobre a dor de amar o Justin e ver Britney mandando todas as cadelas irem trabalhar pra ficarem gostosas.
Óbvio que seguiria o caminho contrário da cabeçudinha.
Mas acho que gosto dela colaborar com as BlackPika. Acho que pode sair um as if it’s your last 2.0. O que é um bom sinal visto o repertório de click clack badabim badabum das modelos da YG
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Saudades da minha epóca de guerra
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Amo 01 post irônico, kkkkk!
Quanto às suas escolhas de músicas p/ apresentar a atual blogueirinha, só tiraria essas Hands to Myself e Bad Liar e botaria tranquilamente o single pré-The Scene “Tell Me Something I Don’t Know” e todos os singles que ela lançou com a “banda”
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Meu deus esse papo de apropriação cultural chegou até na musica? galera do twitter já ficou mais chato que rato andando no forro de casa durante a noite
e sei lá, pode sair algo interessante desse feat, a selena gomez parece gostar de algo mais soft e blackpink tá realmente precisando dar uma acalmada nesses sintetizadores insuportáveis
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