E vamos para mais uma parte desse enorme listão recobrando os melhores lançamentos do asian pop no ano de 2016. Nesse corte, enfim chegamos na metade do ranking, matando na praia também algumas faixas que colegas de outros blogs posicionaram altíssimo em seus respectivos tops à época (tem uma da Hyuseong que tenho certeza que serei xingado).
Talvez essa seja a última chance para algumas de suas favoritas mais íntimas, mas que não chamaram tanta atenção assim do público aparecerem. Será que elas darão oi aqui ou serão terminantemente ignoradas, igual o Crayon Pop? Hora de descobrir… :V
55. DAOKO – BANG!
Do repertório da Daoko, acho que essa aqui é uma das menos… “Daoko” nele. Até esse momento, seus singles focavam mais numa construção dançante a partir de sintetizadores eletrônicos bem avoados. “Bang!”, no entanto, explora uma estrutura mais orgânica, retrô, apostando nas palmas, no piano e na guitarra para trazer aquele ar despretensioso que tanto curto dela. É uma graça, gostosinha de ouvir, como se fosse um tema de desenho animado antigo da Hanna Barbera. Genuinamente pop do início ao fim. E ainda com o clipe bem bonitinho dela colocando os policiais pra rebolar. Grande entretenimento.
54. YURI, SEOHYUN – SECRET
Essa daqui também é tão excelente, nunca consigo ouvir uma vez só. É o tipo de pancadão house-bate-cabelo propício a lip synchs de drag queens que é sempre bom ter no dia a dia. Tudo muito grave, sujo, dando a impressão de que algo errado está acontecendo no ambiente. Uma pena nenhuma das duas ter seguido nessa linha em suas respectivas carreiras solo (tá, Yuri fez algo parecido em C’est La Vie, mas nem quis trabalhar como single, essa burra). “Secret” é um dos ápices coreanos dessa sonoridade noventista que eu adoro. E só não é o ápice dentro dos STATIONS porque uma outra soshi resolveu usar o espaço semanal da gravadora para o jam supremo de tal série até hoje. Aguardem a próxima parte.
53. JUN HYOSEONG – FIND ME
O público coreano cagou de leve para esse comeback da Hyoseong, mas essa grande gostosa sempre receberá deste blog os devidos holofotes… ❤ Lembro que a galera da blogosfera fundo de quintal deitou pra “Find Me”, em 2016, por ela carregar um instrumental comum à era de ouro do K-Pop, que não se prendia aos maneirismos trends internacionais. E faz sentido. Não rola pbr&b, tropical house, dancehall e variações do tipo, sendo “só” um eurodance que estaria em casa em alguma edição do Euro Vision que eu nunca assistiria por vontade própria. Ser genérica assim (no bom sentido) realmente fez com que ela se destacasse em meio a varias outras que tentavam ser diferentes, mas acabaram iguais aos ouvidos.
52. REOL – CHIRUCHIRU
O maior acerto do REOL nessa que é sua segunda melhor faixa em todos os tempos foi fazer com que toda ela pareça um remix bonitinho, chicletudo, esquisitinho, mas absurdamente cativante de trilhas sonoras de videogames 8-bits, tornando essa mescla algo definitivamente grudento. Vejo “ChiruChiru” como o tipo de música que toca no meio de um show e o público se esgoela insanamente para seguir todas as estrofes do início ao fim, tão divertido que é o pacote total. Bastante Yasutaka Nakata com Kyary Pamyu Pamyu (que resolveu ser ignorável em 2016 e não baterá ponto nessa lista, coitada) em seu auge.
51. RED VELVET – RUSSIAN ROULETTE
Sendo ainda outro exemplar de faixa do Red Velvet que eu não curti num primeiro momento, mas fui me viciando conforme o tempo passou (é assim com 90% dos singles delas, nem se surpreendam), “Russian Roulette” ganhou minha implicância imediata por, instrumental e conceitualmente, eu achar que ela casaria melhor com o Lovelyz. É, eu fui tosco assim. Obviamente, hoje, a coloco do repeat toda vez que surge no aleatório do meu celular. O refrão robótico é hilário, as viradas “Kyary Pamyu Pamyu” (puxa, não vai aparecer mesmo a coitada) que o instrumental dá em certos momentos são pura diversão, o MV satirizando desenhos ultraviolentos de antigamente é puro deleite. Um beijo para as cinco unhas podres da mão esquerda de lúcifer.
50. UTADA HIKARU – TOMODACHI
Essa aqui também é tão boa, mas tão diferente de todas acima. Interessante perceber em retrocesso que, em 2016, a cena musical japa rendeu bons frutos em propostas tão variadas. E “Tomodachi” consegue ser única mesmo dentro do “Fantôme”, já que a Utada inseriu uma série de elementos que tornaram o pacote final um híbrido de jazz, samba, salsa, com demais referências surgindo a cada nova ouvida. A letra é linda, o refrão é extremamente cativante. Um dos (muitos) pontos altos do LP. Um maravilhoso pagodão para todos aqueles melhores os momentos possíveis.
49. HEEJIN – VIVID
Alguns de vocês ficaram meio chocados com “ViViD” quase pegando o pódio do ranking que fiz listando todos os solos do Loona. A real é que o single da HeeJin tem sobrevivido em minhas playlists diárias ininterruptamente desde outubro de 2016. O projeto começou nela de maneira super competente, meio que mostrando o que a IU lançaria caso fosse uma ninfeta hoje em dia e não na década retrasada, com as atualizações tecnológicas necessárias para torná-la ainda melhor e mais palatável a longo prazo. E o resultado disso foi tão bom. Os “oh my god yeees, say oooohhh my godneeesss” do refrão tão legais pra caralho, a interpretação jazzística da HeeJin é legal pra caralho, o MV é legal pra caralho. Dessa primeira era de divulgação do grupo com o 1/3 (da qual a pirralha ridícula do sapo não faz parte, já que ela é uma solista exclusiva), é a melhor música.
48. FEMM – NEON TWILIGHT
“Neon Twilight” é, provavelmente, o melhor uso da “fórmula FEMM” de clipes com baixo orçamento (ironicamente, o vídeo original sumiu do YouTube, restando essa versão cortada acima). Em tela, só temos elas vestidas de diabinhas fashionistas com saco plástico num fundo preto, com luzes e a legenda da música correndo – e tudo funciona perfeitamente. É óbvio que nada colaria sem o pancadão bubblegum 2000s delicioso que é a música, grudento do início ao fim, daqueles que desperta uma vontade incontrolável de ir rebolando até o chão, mas come on, é FEMM, já sabemos que elas são especialistas nisso, nem preciso salientar.
47. BRAVE GIRLS – DEEPENED
Essa onda pbr&b se tornou bem frequente dentro do K-Pop ao longo do ano, sobretudo vinda de boygroups. No início de 2016, no entanto, eram raros os lançamentos em tal seara. E mesmo em comparação com o que rolou nos meses seguintes, “Deepened” ainda fica anos luz acima de porcarias feitas por NCTs da vida. O refrão é uma delícia, a “climatização” sensual é envolvente demais, do tipo que dá vontade de dançar e se sentir sentimental ao mesmo tempo. Uma adição inusitadamente mais elegante que o usual na galeria de bops do Brave Brothers. Pena que o Brave Girls não chegou a decolar de maneira nenhuma, né? Tem coisas que simplesmente não são para acontecer.
46. UHM JUNG HWA – DREAMER
“Dreamer” é um troço lindo. Foi um dos bagulhos que eu mais escutei em 2017. Inclusive, mesmo à época do outro blog, que bom que pude refazer esse top, pois as faixas da primeira metade do LP da Uhm Jung Hwa acabaram ficando de fora da lista original, já que a velha decidiu só liberar o trabalho NA ÚLTIMA SEMANA DO ANO. Eu fico abismado com ela conseguindo passar numa faixa para as pistas a emotividade ideal utilizável para uma ballad. A dramaticidade é contagiante e é impossível não se deixar levar quando chega o refrão (bem Robyn, numa comparação). Puta jam. Querem se sentir felizes, sensuais, poderosos, confiantes? Que tal tudo isso ao mesmo tempo? Ouçam “Dreamer”!
45. WEDNESDAY CAMPANELLA – MATSUO BASHO
Eu aplaudo de pé o fato de o Wednesday Campanella ter, em 2016, se tornado relevante o suficiente para fechar parceria com sei lá quantas marcas, sempre rendendo uma porção de singles e clipes temáticos como comerciais realmente ótimos. Esse CF para a Toyota é inacreditável. Musicalmente, um house bem viajado e trabalhado, mas que não deixa de soar pop em comparação com o que há de mais obscuro na música eletrônica japa. Além disso, há elementos de trap e dubstep, que casam bem com a mistura de rimas rápidas e vocal agudo da KOM_I. Em tela, o videoclipe é aquela delícia fumada de sempre que eles nos proporcionam. Pelo que eu entendi, ela faz parte de uma sociedade científica secreta que a permite transcender a realidade através de uma conexão com os veículos da Toyota. Ou isso, ou drogas. K-Pop apenas sonha.
44. UTADA HIKARU – NINGYO
Ainda outra que é bonita demais. Uma das mais emocionantes do “Fantôme”. A Utada é uma criatura impressionante quando o assunto é composição. “Ningyo” é, basicamente, uma canção fúnebre, com todos os artifícios sonoros remetentes à velórios sendo utilizados para construir uma faixa ideal pruma despedida. Arrepiante, triste, tocante, bem pra baixo no início, mas com aquela vibração mais positiva ao seu término de ter aproveitado ao máximo o tempo em vida com a pessoa amada (no caso, a mãe dela). Uma das melhores baladas de seu repertório e uma das melhores baladas de 2016.
43. BED IN – GOLDEN PLEASURE
Muito sobre o nosso gosto para músicas, filmes etc. está relacionado aos sentimentos despertados, aos lugares que essas peças artísticas nos transportam internamente. No cancioneiro nipônico, confesso ser super afetado pela nostalgia do que eu ouvia quando mais novo, em animes, tokusatsus. “Gold” é a minha faixa favorita do Bed In nesse ano por retomar o estilo roqueiro hair afetado daquilo que era produzido para shonens em décadas atrás. É muito virtuosismo para uma música só. Do instrumental carregadaço, com guitarras solando em momentos aleatórios, sei lá quantos teclados reverberados num tempo enorme a bateria num peso hediondo, até a empostação exagerada na interpretação vocal das duas. As tias conseguiram retratar fielmente o “desespero” trash podre do que era feito musicalmente no período dos anos 80/90 no Japão. O videoclipe tem erotismo gratuito, roupas coladas de cores duvidosamente berrantes, cenas completamente aleatórias, expressões faciais que deixariam a Maroca do BBB com inveja e todo um espírito sátiro que é muito bem vindo. O interessante disso tudo é que eu demorei para levar o grupo a sério. Que bom que mudei de ideia, afinal, é para esse tipo de coisa no-sense que eu acompanho o J-Pop e não as bobagens que surgem no hot 100 da Billboard.
42. LADIES’ CODE – THE RAIN
Levando em conta o ocorrido previamente com o Ladies Code, “The Rain” me parece mais um move on, um primeiro passo para, enfim, controlar a dor da perda e continuar a vida. Para isso, a letra repete a tática de dupla interpretação, com a chuva (ou as lágrimas) representando um relacionamento finalizado aos que não pegaram o contexto do acidente, ou o final do luto aos que estão cientes. A parte mais representativa nela são os refrãos, com elas relatando que até tentam fingir indiferença quanto a essa tristeza, mas que tudo vai por água abaixo quando a “chuva” começa a cair. Na bridge, elas falam sobre a luz do sol (esperança), e do quanto querem agarrá-la quando estão molhadas pela “chuva”. Por fim, a última frase dita na letra “hear the rain” (ouça a chuva), talvez sintetize que é necessário passar por isso, continuar, mas também que não será possível isso acontecer, dali em diante, sem recobrar aquilo. Excepcional.
41. WEDNESDAY CAMPANELLA – CHUPACABRA
Mais um CF do Wednesday Campanella, dessa vez para a RedBull, “Chupacabra” também foi usada como lead single do quarto álbum do grupo, o “UMA”. Amo a piração desse House realmente pesado, com os elementos eletrônicos se somando em micro melodias extremamente agradáveis, embora densas, até que aconteça um clímax e, BOOOM, chegue o break techno salvador de vidas depois de 2 minutos. O videoclipe é a cereja do bolo, com outra viagem maluca da cabeça deles, dessa vez usando a lenda do chupacabra como pano de fundo. Então é isso que acontece quando injetamos Pepsi diretamente na veia? Achei que o resultado fosse engravidar.
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E é isso aí. Só faltam mais três partes, que pretendo soltar ao longo da semana que vem. A partir daqui, todas as canções selecionadas brigam de verdade entre si, com suas posições sendo determinadas na unha, por motivos cada vez mais específicos. Arriscam chutar quem aparecerá?
Spoilers do top 40~26: 5 representantes do J-Pop (é a primeira vez que serão minoria nesse ranking) e 10 do K-Pop (incluindo a melhor faixa de boygroup, 8 bops de girlgroups e uma solista servindo o melhor single de STATION em todos os tempos).
“E só não é o ápice dentro dos STATIONS porque uma outra soshi resolveu usar o espaço semanal da gravadora para o jam supremo de tal série até hoje.” TIFFANYYYYYYYY
Fiquei surpresa com russian roulette na lista lol
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Meu maior choque nisso tudo é que este é o primeiro post dos seus tops 100 que conheço todas as músicas 😂😂
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A solista com certeza deve ser a Tiffany, porque “I Got Love” da Taeyeon só saiu em 2017 e todos os outros stations com baladinhas mornas dela são verdadeiras bombas, sofro kkkkkkkkkkk. Ainda sim discordo porque acho Secret o melhor station lançado por qualquer soshi, e não consigo gostar da voz da Tiffany; acho que ela força muito o registro agudo dela, sendo que a voz dela é naturalmente grave e ela não consegue sustentar essas notas, não com consistência. É sempre uma roleta russa (oi, RV) para ver se ela vai dar conta de atingir a nota ou se vai gritar desafinado que nem uma cabrita.
Achei que Ningyo da Utada apareceria mais alto, mas fiquei satisfeita com a posição. Russian Roulette é uma das title tracks mais fracas do RV para mim, achei até alta demais no ranking kkkk.
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Eu não estou entre os surpresos com o posicionamento de ViViD nos seus rankings (do LOONA e do ano de 2016), também acho a música ótima. Embora seja um pouco estranho que na fase mais “inocente” do pré-debut tenham dado essa música safadinha pra HeeJin. Mas ficou muito boa, e isso que importa.
Quanto a Tomodachi, é o verdadeiro hino sapatão da discografia da Utada. E uma música deliciosa de ouvir! Arrisco dizer que talvez seja minha música favorita da era Fantôme…
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Até agora concordo com tudo kkk, talvez daria uma posição mais alta pra russian roulette mas não ligo pra onde ficou tbm, enfim não tenho muito pra falar
Além de que o Bts ouviu a piadinha do Lunei e fez uma versão inglês de Dynamite é isso, bye kkkk
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