Brave Girls viajam ao passado e nos levam junto na deliciosa “We Ride”

Tem um tempinho que essa aqui saiu, mas só fui prestar atenção de verdade nos últimos dias, então finjam junto comigo que essa é a novidade mais quente do K-Pop.

Quem acompanhou meus últimos dois tops throwback de melhores do ano já deve conhecer o Brave Girls de espetaculares fracassos como DeepenedHigh HeelsLollin’. Pros mais desatentos, uma bio improvisada. Esse é grupo formado pela Brave Entertainment, do Brave Brothers (não o comentarista assíduo aqui do blog, mas o produtor que fez bastante sucesso na primeira metade da década passada), já bem… velho de guerra. Elas debutaram lá em 2011, como um quinteto, e tentaram engrenar até 2013. Contudo, parecia que o maior empenho do chefão estava em fazer com que acts de outras empresas chegassem ao sucesso (Sistar, AOA, 4MINUTE numa segunda onda, por aí vai) e faturar uma nota preta nisso, de modo que suas filhas ficaram na geladeira até 2016, quando três das gostosas pediram as contas e outras CINCO foram adicionadas no lineup.

Mas já era tarde demais. No ano seguinte, as duas originais também meteram o pé, depois uma das sobressalentes também desistiu e, honestamente, eu jurava que a marca já tinha ido para o ralo, com a gravadora eventualmente investindo num novo girlgroup para uma nova década. Nah. Elas estão de volta como um quarteto e bastante antenadas com o que é tendência entre jovens que gostam de estudar e ler enquanto escutam playlists lo-fi no YouTube.

brave girls: we ride | Tumblr

Tecnologia

We Ride está totalmente em linha com a moda de músicas ~retrô~ atuais, tanto no pop oriental, quanto no pop ocidental. Ela traz elementos de disco com synthpop 80scitypop, naquilo de ser feliz e melancólica ao mesmo tempo. Não chega a estourar em momento algum, mas consegue ser bastante competente e construir a atmosfera ideal que releases desse tipo necessitam. Se eu fechar o olho, consigo ver nitidamente uma animação em estilo japonês com alguma adolescente de fones de ouvido lendo algo em seu caderno enquanto um gato passa atrás na cama e o sol se põe na janela. E, honestamente, estou vivendo por isso.

Das várias e várias modas que já passaram pelo K-Pop nos últimos tempos, a retrô é, de longe, a que mais me agrada. Eu levando as mãos pros céus e glorifico todos os dias por aquele vídeo pirata de “Plastic Love” ter viralizado, alimentando todo um sub-nicho online que decidiu redescobrir canções nipônicas de décadas atrás e influenciar parte da indústria pop oriental para esse caminho. J. Y. Park e Wonder Girls foram visionários.

SOTY?

Desse ano, ao menos sete faixas nessa linha têm feito minha cabeça e, eventualmente, aparecerão bem alto no ranking de melhores de 2020: “Soul Lady” (que está brigando pela primeira colocação com XS, já adianto logo), pporappippam, 1 Billion ViewsInitial SSay SoWanna Be MyselfSatellite. E ao que parece, o próximo mini do Everglow vai investir nesse filão também. Por mim, nenhum problema.

Enfim, grande comeback esse do Brave Girls. E fica ainda melhor com o MV baixo custo que casa perfeitamente com a ideia. Não acho que ele servirá para pagar mais que duas coxinhas e um suco de caju pras integrantes no final do ano, mas fica aí de ótima adição para minhas playlists diárias.

brave girls: we ride | Tumblr

Iriam?

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9 comentários em “Brave Girls viajam ao passado e nos levam junto na deliciosa “We Ride”

  1. Você poderia fazer uma playlist com comentários só com essas inspirações city pop realmente boas. (Capaz de você já ter feito, mas enfim haha)
    E sim, muito grata por Plastic Love ter bombado por uma aleatoriedade do YouTube e ter aberto as portas para esse subgênero

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  2. Ficou muito bom mesmo!

    Mas é surpreendente que o Brave Brothers não tenha enfiado um “Brave Sound, drop it!” no começo da música, ou sussurrado qualquer besteira sem sentido na intro, ou colocado as Brave Girls pra soletrar o nome do grupo enquanto a câmera dá closes nas nádegas delas mas sem dar pra ver direito pela iluminação ruim… sabe, as “assinaturas sonoras” dele.

    Mas o resultado final deu certo, e isso que importa.

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    1. Pois é. Acho que ele já não deve achar que trazer a marca sonora faça muito sentido a essa altura do campeonato. Mas fiquei mais impressionado de não ter rolado um “2CHAMPS” no começo do que um “and Brave Sound!”, viu.

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