TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2020 [70-56]

Mais uma parte desse interminável listão. Dessa vez, cobrindo as faixas entre a septuagésima e a quinquagésima sexta posição. 5 representantes do J-Pop e 10 do K-Pop, incluindo a melhor música ruim de 2020 e… um single do BLACKPINK.

Oh wow…

70. CHERRY BULLET – ALOHA OE

TROFÉU CL DE MELHOR MÚSICA RUIM

O Cherry Bullet deve ter o corpo fechado. Aposto que as integrantes tomaram uns banhos de sal grosso e tudo mais por conta dos escândalos internos da FNC. Porque só isso explica todas elas não terem sido queimadas em praça pública (pelo Twitter) após “Aloha Oe”. Num 2020 onde as pessoas se preocupam mais em parecer engajadas do que em pensar e se importar de verdade, todas as peças para que essas pirralhas fossem canceladas por “apropriação cultural havaiana” foram dispostas, mas esse hate intenso não chegou a rolar… né? Digo, (G)I-DLE ou Mamamoo, por muito menos, angariaram vários comentários maldosos. A YooA, com a “Bon Voyage” da parte anterior, foi acusada por ocidentais de roubar o folclore… asiático. Minha teoria: ninguém ouviu “Aloha Oe”, por isso ninguém reclamou. Piadas à parte, que musiquinha merdavilhosa. O break de hula é tão hilário e disforme dentro do instrumental que faz a volta e se torna cult. Princesinhas do verão.

69. WEKI MEKI – PARADISE

O Weki Meki é um grupo bem diferenciado de seus pares pós-Produce 101 por se esforçar em construir materiais que vão além das titles trabalhadas. Desde anos atrás, sempre pudemos contar com album tracks bastante interessantes vindas em suas tracklists. Algumas delas, inclusive, melhores que os singles escolhidos, caso de “Paradise”, que consegue dar de 10 em “Oopsy!” (que também é boa, diga-se de passagem). Mas “Paradise” vai além, dando ao ouvinte toda aquela impressão de, ahn, puteiro que esses r&bs eletrônicos sensuais costumam evocar. Só é uma pena elas ainda não terem feito de vez a transição para o sexy concept (e será que algum girlgroup ainda fará?), pois adoraria um MV a la First Love, com elas rodando pra lá e pra cá em paus de puta.

68. SHIROMA MIRU – DO NOT GO (IKENAIKOTO)

Me falaram que essa mina aqui do NMB48 (que era o meu 48 favorito, mas eu meio que perdi o interesse depois da formatura da Sayaka Yamamoto) é bem famosinha e fez algum barulho durante o Produce 48, que eu não assisti. Então, parabéns para ela que conseguiu se destacar em meio a tantas meninas e até descolar um single solo num dos lançamentos do grupo esse ano. “Do Not Go” é ao mesmo tempo bem característica do tipo de coisa que acts 48 soltam, mas com um refinamento instrumental e vocal bem mais maduro que o geral. A Miru manda bem por cima dessa mistureba ska-pop-rock-lambada adorável, com um timbre e uma empostação que colaria bem em OSTs de animes shoujo. Poderiam inserir ela nessa fatia de mercado, eu curtiria bastante mais uma ou duas dessa por ano daqui em diante.

67. MOMOLAND – THUMBS UP

Mais outra pepita do finalzinho do ano passado, mas que bem poderia ter sido lançada lá pelo começo de 2019, enquanto elas ainda eram o joke act mais quente da Coreia do Sul (e tudo foi morto pela chatérrima I’m So Hot, nada a ver com o momentum do grupo até ali, wtf). “Thumbs Up” é uma palhaçada de primeiro nível, com as minas que sobravam até então, basicamente, entregando uma “Bboom Bboom” 3.0, com o tempo altão, aqueles sintetizadores dance dos anos 2000 em evidência, os instrumentos de sopro bem utilizados e o MV maluco dando o tom de que esse não é um número que se leva tão a sério. Até o break de trap pós-refrão foi requentado. Uma pena ter sido tarde demais. Eu digo que não é o Momoland que não merece a Coreia, sim a Coreia que não merece o Momoland. Bando de adolescentes chatos dando uma de conceituais enquanto ouvem CAPOPE.

66. NADA – MY BODY

Nada é um desses nomes ligeiramente onipresentes dentro de conversas do público que acompanha o K-Pop há mais tempo. Desde a época do Wa$$up ela já era reconhecida e comentada como uma eventual grande rapper, que poderia render bastante nessa indústria caso bem utilizada. Mas não foi. O Wa$$up não só não decolou como o esperado, mas problemas com a gravadora travaram qualquer evolução que as integrantes pudessem apresentar. Corta para 2020, sete anos depois do início do grupo e só agora ela conseguiu se livrar dos empecilhos e, enfim, debutar solo. E com uma música boa assim! “My Body” é uma farofinha tropical muito boa e engajante, com uma porção de momentos feitos unicamente para grudar na cabeça. Minha parte predileta é o refrão com sintetizadores amalucados e rebolativos, ideais para requebrar a tabaca igual a Nada faz no MV.

65. BISH – STORY OF DUTY

Adoro a proposta do BiSH de ser uma opção de grupo idol mais rebelde aos modismos de grupos idols, embora, no frigir dos ovos, os resultados não sejam assim tão diferentes do que acts como BABYMETAL e LADYBABY fariam num geral. Mas eu adoro o BABYMETAL e o LADYBABY, então uhul! “Story of Duty” é exatamente o que poderíamos esperar dessas misturas de pop eletrônico nipônico com metal, levando o tempo lá pro alto e causando aquela reação “personagem pegando a estrelinha no Mario Kart” que tanto me agrada em números assim. Pensem numa música que tocaria numa cena de filme de ação pós-apocalíptico onde os personagens precisam fugir de umas instalação militar tomada por zumbis que irá explodir em 5 minutos. Hino. E a Ainda The End está cada vez mais gostosa. Que bom que debutou solo e, futuramente, teremos mais e mais vídeos dela sendo linda pra câmera. O futuro será maravilhoso, eu tenho fé.

64. CRUSH – OHIO

O nicho “músicas para tocar em cafeterias” muito me agrada e sei que sou minoria absoluta nisso dentre meus colegas blogueirinhos, que não devem entender nem um pouco o porquê de eu pirar quando algum coreano que quer pagar de conceitual resolve catar alguma referência brasileira para seus singles voltados pros universitários que, em dado momento do amadurecimento, negam o K-Pop do passado para apostar em “artistas” em suas playlists no Melon ou algo assim. É que eu sou uma grande putinha do mpb, adoro bossa nova e todas essas coisas de velho e acho uma graça ouvir isso sendo reinterpretado em outra língua. E o Crush (que é um rapper que mais acerta do que erra em geral, sugiro darem uma olhada no repertório dele) fez isso muito bem em “Ohio”, então claro que me viciei, claro que deitei pro hino e tudo mais.

63. TWICE – BRING IT BACK

Se não me foge à memória, esse é o maior “momento cachorra” do Twice em todos os tempos, não? O “Eyes Wide Open” é um álbum espetacular, com uma porção de bops que exploram diferentes facetas do grupo, musical e conceitualmente. E “Bring It Back” serve elas num amálgama de sexy concept com girlcrush do urban que, impressionantemente, casa muito bem com as nove. Os refrães com os “I’ll bring it back” imediatamente seguidos do drop safado para ir até o chão em que elas repetem o título devem fazer dessa album track um sonho molhado para a Koda Kumi, que vem investindo nisso de gostosa do trap há algum tempo (mas ela meio que acertou bastante nessa esse ano, então nem vou pegar no pé). Twice rainhas das ruas.

62. TOKYO INCIDENTS – EIEN NO FUZAI SHOUMEI

De um punhado de coisas que eu poderia esperar de 2020, garanto pra vocês que um retorno do Tokyo Incidents não estava na minha lista não. Jurava que a Sheena Ringo seguiria apenas como uma solista daqui em diante. Mesmo porque, as linhas de repertório e desenvolvimento criativo entre ela “cantora” e “vocalista de banda” são praticamente inexistentes. São até os mesmos músicos em sua maioria. Mas, ó, que ótimo que eles retornaram e fizeram a minha vidinha de jotapopeiro velho mais feliz. “Eien no Fuzai Shoumei” é linda, intensa, me vendendo o sentimento triunfante, teatral e esquisito que os releases do grupo sempre me apresentaram durante minha adolescência. Por mim, quanto mais Sheena Ringo, melhor é a vida.

61. ALEXA – DO OR DIE

Grande conquistadora de views aqui pro blog vindos da fanbase que curte produções adultas com russas marombadas, AleXa me é um dos nomes mais interessantes dessa geração feminina mais recente do K-Pop (que eu conto como pós-Produce 48). Há uma ideia bem clara na imagem e sonoridade dela, levando o estilo girlcrush mina fodona mais a fundo que a média. “Do Or Die” é uma versão ainda mais pesada, densa e agressiva da “Bomb” que ela usou como debut no ano passado. E eu adorei “Bomb” no ano passado, logo, também pirei quando ouvi isso aqui. Sua fórmula é bem definida e foi ainda utilizada em outros lançamentos pelo ano, que, inclusive, curti até mais que essa. Uma abraço para AleXa Russa Musculosa e um abraço pra galera que chegar nesse post pelo Google achando que é um daqueles sites cuja prévia dos vídeos aparecem quando o ponteiro do mouse para por cima.

60. RINA SAWAYAMA – WHO’S GONNA SAVE YOU NOW

Essa também é tão boa. Que álbum, Rina, que álbum! Dentro do “SAWAYAMA”, “Who’s Gonna Save u Now?” acontece à tracklist como um fundo de poço, onde a história narrada encontra um ápice depreciativo e o eu lírico parece não ter muito para onde ir. Fora dele, a faixa soa aos ouvidos como um enorme rockzão de estádio, empostado, gutural, agressivo, intimidador, só que levemente cafona, como várias dessas bandas de glam ou hair metal inevitavelmente soam hoje em dia. O solo de guitarra sendo interrompido para mais uma sequência do refrão, só que ainda mais gritado e alto, dão ao final da faixa um ar de grandiosidade que a eleva às alturas.

59. FEMM – SIT DOWN

Falando em cafonice, acho bastante interessante a capacidade que o FEMM tem de conseguir, ao mesmo tempo, soar ridículo e, huh, futurista em determinadas músicas de seu catálogo. Nada que elas fazem é realmente inédito, mas dentro de toda a proposta de manequins do pop (que agora evoluíram para grandes robôs de inteligência artificial, icônicas demais), aquilo que elas colocam a mão acaba ganhando um ar camp especial. “Sit Down” está entre as minhas prediletas do mais recente mini delas, com as batucadas todas levando o ouvinte pruma zona desconfortável que ninguém esperava (ouçam com uns fones potentes). Charli XCX adoraria estragar isso aqui em seu catálogo.

58. BLACKPINK – LOVESICK GIRLS

O BLACKPINK é o grande nome feminino do K-Pop internacionalmente na atualidade, não tem como não admitir isso. Só é uma pena que a escalada do grupo ao sucesso não tenha tido seus pontos altos em canções mais, ahn, “pops”, tal como “Lovesick Girls”. Adoraria que o grupo, em seus lançamentos anuais, nos brindasse apenas com delicinhas redondinhas e que não tentam reinventar a colher como essa aqui. Essa mescla de EDM com rock já foi feita pelo 2NE1, pelo BIGBANG, pelo iKON e deve ter tido suas variações também em outros acts da YG, mas é uma tática sonora tão agradável que não cansa em momento nenhum. Os versos crescentes, o refrão energético catártico, as linhas bem boladas (“nós nascemos para ficar sozinhas, mas continuamos procurando o amor”), o rap realmente esperto e não vergonha alheia. Tudo muito, muito legal, mas exceção no catálogo do quarteto, pois o que hita de verdade são estripulias desamarradas demais para ouvir mais que uma vez. Fuen.

57. IZ*ONE – FIESTA

IZ*ONA! Outras minas que devem ter a mensalidade com a mãe de santo paga em dia, porque OLHA, tinha TUDO pra dar errado, mas deu ainda mais certo que o esperável! Em ocasiões normais, o público destruiria a vida das integrantes e inviabilizaria a carreira delas para todo sempre, mas a impressão que tenho é que os escândalos da MNET com o Produce 48 sendo descaradamente armado, com o grupo sendo usado para lavar dinheiro na forma de um compositor ghost writter e tudo mais só fortaleceu o act ainda mais. Ícones da bandidagem mesmo. Das várias e várias músicas delas nesse ano de farewell, a melhor, sem sombra de dúvidas, foi “Fiesta”, que vem com aquele garage house colorido e cintilante para levar o ouvinte num festival de sensações positivas e eletrizantes. Aquele pancadão com as cornetas após os refrães me parece a transposição musical perfeita do que seriam os brilhos de fogos de artifícios, tão contagiantes que são.

56. BRAVE GIRLS – WE RIDE

Fechando o listão de hoje, o Brave Girls (e o Brave Brothers) saindo da tumba para surfar na onda oitentistas-citypop-vaporwave que tanto fez a cabeça dos artistas coreanos em 2020. Por mim, apenas vitórias nessa junção! “We Ride” emite perfeitamente a sensação melancólica de algo que nunca vivi, sendo ao mesmo tempo feliz e triste, como se fosse o grande jam de uma banda japonesa esquecida há décadas, mas recuperado por usuários do Tumblr (ou Tik Tok, sei lá, não uso nada disso) em edições de vídeo que em nada tem a ver com o assunto. E as quatro que ainda estão presas ao contrato com a Brave Entertainment conseguem vender bem essa forçação desconfortável proposital bastante característica de cantores da época, fazendo da experiência de acompanhar o MV algo ainda melhor (ou talvez elas já não aguentem mais trabalhar nessa empresa e estejam verdadeiramente desoladas, que seja).

Eita.

Opiniões?

9 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2020 [70-56]

  1. Putz Fiesta morreu mais cedo do que eu esperava. Essa do Cherry Bullet kkkkkkkkkkkk Pior que eu curti muito mais aquela do Beethoven do começo do ano na primeira ouvida mas simplesmente esqueci da existência dela depois de um tempo …. Enquanto Aloha Oe ainda me tira umas risadas

    Curtido por 1 pessoa

  2. Preto rosa e Iz*one um atrás do outro quem diria kkkk

    Falando de forma sincera que músicas fracas, mas o resto do top tá daorinha tenho muito que reclamar não

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