TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2020 [40-26]

E enfim chegamos à trinca final de posts. O que quer dizer que, daqui em diante, todas as faixas realmente fizeram algum barulho em minhas playlists, a ponto de, em dados momentos, serem consideradas para o top 10. Mas a vida não é perfeita para todos, então tais delicinhas acabaram barradas da festa um pouco mais cedo.

Sem mais delongas, vamos lá…

40. REFUND SISTERS – DON’T TOUCH ME

A melhor das estripulias envolvendo a Lee Hyori (cantando) esse ano. Ainda acho que a formação desse grupo não foi tão espontânea quanto a história dela falando que a unit de garotas ideal dela envolvia a Hwasa, a Jessi e a Uhm Jung Hwa, é bem provável que isso aqui já estivesse no papel quando ela soltou a bomba, mas não serei o chato que estraga os fanfics, hehe. O que importa é que “Don’t Touch Me” serve K-Pop feminino pré-era de ouro realness, sendo, sem tirar nem por, algo que o Timbaland produziria para algum de seus protegidos nos anos 2000 imaginando como seriam os anos 3000. E eu vivo por esse tipo de número, vocês sabem disso! Btw, adoro que a trama toda no MV começa da Uhm Jung Hwa “parindo” elas. Bem significativo com o que é a história do K-Pop feminino num geral.

39. NOM – I’M NOT BUT

Não tenho a mais remota ideia de quem são esses três gogoboys, mas alguém jogou “I’m Not But” na timeline no Twitter no lançamento, eu ouvi e viciei desde então. A música é um dance eletrônico sombrio de boate europeia que vai agradar bastante a galera mais velha que, assim como eu, conheceu o K-Pop no começo da década passada, onde era mais ou menos esse o template das faixas trabalhadas pelos acts ainda garimpando terreno em busca de atenção internacional. Se não for a praia de vocês, então fiquem só com o MV dos três descamisados se alisando enquanto mandam uns passos com um salto final gigante. Titio Lunei disponibiliza entretenimento visual para todas as cores da bandeira nesse blog.

38. TWICE – BETTER

Enquanto em “Fanfarre” o japanese Twice entregou o que o lado ~cute~ do E-Girls entregaria, restou à “Better” trazer o que o ~cool~ faria. Eu acho muito daora essa dualidade do grupo na outra ilha, principalmente por elas conseguirem acertar a mão em ambas as facetas. “Better” é mais um deep house gostosinho que tanto fez minha cabeça em 2020 (é um dos meus gêneros prediletos, nunca me canso). Tenho a impressão de que os produtores exigiram que elas interpretassem a faixa do modo mais descontraído que conseguissem, pois sinto os vocais delas (num bom sentido) bem jogados ao léu, despreocupados, sem necessidade de firularem onde não precisam. O refão é uma maravilha. E o rap depois da bridge é uma grata surpresa. Terceira melhor title do grupo esse ano. A segunda vem já já, aguardem aí.

37. REOL – Q?

MELHOR ANIMESONG

Alguns de vocês já devem saber, mas eu também escrevo sobre animes num site com amigos. Dentre os que fui acompanhando ao longo do ano, acabei responsável por comentar semanalmente o novo desenho de Digimon. Não se enganem: esse troço é uma merda e sofro a cada episódio, tão ofensivo ele é à série original lá dos anos 90. Contudo, uma coisa ótima que ele me trouxe foi essa OST da Reol utilizada como segundo encerramento por lá. “Q?” é a melhor faixa solo dela em todos os tempos, competindo inclusive com os bops do seu primeiro álbum, quando ainda era um trio de produtores. Toda ela é como uma fantasia eletrônica atmosférica que fica super intensa conforme os minutos passam. O final, com os sintetizadores gamers despirocando, é como se fossemos puxados de volta do ciberespaço contra nossa vontade. Melhor animesong de 2020, disparado.

36. ITZY – WANNA BE

A JYP Entertainment encontrou a fórmula sonora e visual perfeita para seu novo (e ao mesmo tempo velho) time de pirralhas desaforadas: cantar sobre amor próprio e não se importar com a opinião alheia por cima de batidas graves, porém chicletes, com o auxílio de videoclipes absurdamente coloridos, onde as integrantes, de alguma forma, não se enquadram nos cenários onde são colocadas. E se isso foi aplicado com perfeição nos dois releases do ano passado (ainda ouço “Dalla Dalla” e “Icy” quase que diariamente), em “Wannabe” o ITZY chegou ao ápice. As seções todas dessa música são muito contagiantes, envolventes, dão vontade de cantar e dançar junto, tamanhos são os ganchos pegajosos. E o refrão com os “AI DON’T WANNA BE SAMBARI, AI WANNA BE ME, BE MEEEE, AI WANA BE ME ME MEEEEEE” entrarão para a os anais do K-Pop com outros exemplares tão legais quanto desovados ao longo da última década.

35. WEEEKLY – TAG ME

Eu sei, eu sei. Sou um grande hipócrita. Passei anos arrastando o aegyo pra lama sempre que pude, mas mesmo num ano onde quase ninguém apostou no estilo, estou colocando alto assim o debut das irmazinhas do Apink. Mas se vocês quisessem coerência, não frequentariam esse blog, certo? Então, cliquem aí no MV acima para ver um bando de pirralhas transbordando de carisma enquanto encarnam a imagem de colegiais abobadas tentando fazer a melhor piadola em sala de aula, pois ficou muito legal e é isso. E ainda rola uma crítica-social-foda sobre a imagem nas redes sociais. K-Pop político! “Tag Me” entra naquela reduzida lista de grandes números white aegyo onde o instrumental utilizado para as fofices parte com bem mais punch que o comum ao resto. Segundo melhor debut desse ano.

34. KODA KUMI – KILLER MONSTER

A Koda Kumi está há muito tempo tentando soltar um mega jam trap na praça para se consagrar como uma artista que segue as tendências dos jovens. Tipo, muito tempo mesmo, tem uns seis álbuns disso já. Ahein. Mas ela finalmente conseguiu trazer um urban tão legal quando “W Face” em “Killer MonsteR”, que, tal como a title mencionada de anos atrás, acerta justamente em cheio ao saber dosar os momentos de maior peso do batidão com outros mais melódicos, onde ela pôde nos satisfazer com seu ótimo delivery vocal. Se eu fosse ela, apagaria todos os álbuns duplos desses últimos anos e fingiria que rolou um grande hiato após “Walk of My Life”, com ela retornando triunfante para seu aniversário de 20 com esse par de EPs tão bom. Ninguém vai sentir falta deles mesmo, Kodão. :V

33. ALEXA – VILLAIN

Falando em grandes gostosas bad girls do trap, Alexa, enviada de Putin para conquistar o K-Pop e espalhar a palavra da mãe Rússia, foi outra que também alimentou os jovens nos últimos meses. Vou confessar que tinha achado “Villain” bem qualquer nota no lançamento, mas há um fator de crescimento bem grande nessa aqui. Ela utiliza os maneirismos do gênero numa proposta bem mais, na falta de um tempo melhor, “teatral”. Prova disso é o refrão, com um efeito “trilha sonora de vilão” surgindo bem quando ela diz que podem chamar ela de vilã, pois tanto faz. E aí vem a parte de rap, e o pré-refrão novamente, e mais um refrão, e a bridge debochada, e o bate-cabelo do final. Sérião, que bop! Bem que o público internacional poderia fazer a Alexa acontecer igual fez, sei lá, com o Everglow ou o KARD. Ela merece mais atenção. ò_ó9

32. GWSN – BAZOOKA

GWSN! ❤ É aquele papo manjado de sempre: essa icônicas nugus-com-mais-grana estabeleceram para si uma assinatura sonora house “4 Walls” bastante interessante, que por mais que as ligasse direito ao F(x) em comparação, conseguia agradar de qualquer forma. Contudo, para o retorno desse ano, seus produtores resolveram trilhar por um caminho diferente, mais inespecífico, mas igualmente divertido de ouvir. Por mais que eu goste de house e que elas sempre tenham soltado ótimos números desse estilo, “BAZOOKAAA!” por si só entretêm. É um popzinho divertido, pra cima, empolgante, redondinho, ainda que não tenha nenhuma estilização mais evidente. Não é original, não segue tendências, mas não desaponta em momento nenhum. Melhor ainda: é tão contagiante em sua simplicidade que consigo ouvir e repetir umas quarenta vezes seguida e isso não cansa de forma alguma. E pensar que tem coisa melhor ainda no álbum. Mas disso eu falo mais lá pro top 5…

31. FEMM – CHEWING GUM CLEANER

“Chewing Gum Cleaner” é uma zona. Só que uma zona das boas. O FEMM junta uma porção de ideias diferentes de instrumentais eletrônicos numa faixa só, tornando a audição uma viagem de ácido que certamente agrada a bem poucas pessoas. Felizmente, eu me divirto bastante com esse tipo de tosqueira que parece não se levar tão a sério. Tem partes que, literalmente, parecem postas só pela sacanagem, como o grito de horror mais pro final e a descarga descendo a discografia do BLACKPINK pelo ralo. Isso sem falar na letra ridícula ao máximo. A execução toda é camp demais pra assimilar num primeiro momento, mas cola legal com o passar do tempo. O lance é que “Chewing Gum Cleaner” é uma bela representação dessa faceta mais “somos asiáticas louquinhasss” do duo. E essa, pra mim, é parte fundamental do que faz delas especiais.

30. JESSI – NUNU NANA

YAAAAAAAAASSSSSSSS!!11!! Ainda nem acredito que a Jessi enfim aconteceu. Quem acompanha esse blog há mais tempo sabe que eu sempre curti muito ela não só como subcelebridade gostosona que gosta de chocar a audiência em programas de TV, mas também por seu ótimo repertório. Ano a ano, sempre pudemos contar com ela batendo ponto com alguma canção sobre ser uma grande gostosa. “Gucci”, “Down”, “Who’s That B”. E finalmente ela saiu dos guetos da blogosfera fundo de quintal para hitar nos charts coreanos, caralhoooo!!! Obrigado, TikTok! E o melhor é que “Nunu Nana” é maravilhosa! É bem “Jessi” do início ao fim, com ela quebrando tudo nos raps e encantando nossas almas com esse vozerão de anjo enviado dos céus. O refrão da dancinha é viciante e todo o resto é pura arte contemporânea. Como ela mesma diz na letra, Jessi estava tentando nos dar algo a mais. E agora o público voou com elaaaa. Porraaaaaa, Jessiiii, aeeeee!

29. STAYC – SO BAD

MELHOR DEBUT

Eu genuinamente não esperava que, aos 45 minutos do segundo tempo, um bando de nugus surgisse do nada com um dos melhores e mais criativos números oitentistas do K-Pop em 2020. E pior: que hitassem com isso! “So Bad” não só fez bonito nas views de YouTube para a galera internacional, como foi um sucesso em vendas de álbuns lá na Coreia do Sul, provando que, no fim, investir em música é sim muito importante e faz a diferença na hora de chamar atenção em uma estreia. Os produtores pegam um dance intenso das pistas 80s como base e inserem nele uma evolução drum’n’bass que o destaca da manada, dando a ideia de que toda a faixa é tipo um remix de jogos de fliperama de décadas atrás. Aí vem a letra melancólica ao extremo e tira tudo do eixo mais uma vez. O resultado é de roubar o fôlego. Pra mim, o melhor debut desse ano.

28. HWASA – MARIA

A Hwasa é um dos personagens em ascensão mais provocativos da cena pop coreana atual. Acho interessantíssimo o modo como ela (e as outras meninas do Mamamoo numa proporção menor) provoca a opinião pública, tira os espectadores de sua zona de conforto, simplesmente por ser diferente do padrão de beleza idol de lá, mas ainda assim arranca suspiros, tão estonteante que é sua visão. E quando isso é levado também para suas músicas, que permitem que ela seja a grande gostosa sensual pra caralho que é, a história ganha ainda outra camada. Não é a toa que ela é um dos nomes mais relevantes de lá na atualidade. E talvez seja mesmo ela a nova Lee Hyori que tanto esperam. “Maria” é, em som, exatamente o que é a Hwasa em imagem. Provocativa. Curiosa. Instigante. Interessante. Ligeiramente esquisita. Mas inegavelmente charmosa. E sexy, MUITO sexy. Melhor release do Mamamoo nesse ano e melhor faixa solo da Hwasa até então.

27. RINA SAWAYAMA – BAD FRIEND

Acho que nenhuma das músicas presentes do LP da Rina Sawayama consegue ser tão triste, tão pra baixo, tão devastadora quanto “Bad Friend”. Isso aqui é de cortar o coração! O instrumental inicial, com ela contando sobre feitos com os amigos, vai por um caminho mais engrandecedor, cintilante, mas aí chega o refrão onde ela diz que, na real, é um lixo como amiga, e a voz dela é distorcida, como se fosse um robô, e eu sou levado ao fundo do poço. O sentimento fica ainda pior quando rola um coral gospel e ela implora para que seus amigos, abandonados, deixem erros dela de lado e a perdoem. Céus…

26. TWICE – MORE AND MORE

A presença de “More and More” tão perto assim da penúltima parte da lista provavelmente levantará algumas sobrancelhas, já que ela virou um desses casos de faixa oito ou oitenta. Há quem goste muito (oieee) e quem ache uma merda. E até entendo que ache uma merda. Os versos crescendo lentamente cortados pelo refrão tropical house super animado fazem dela estruturalmente bem esquisita. Mas calha de ser justamente isso que eu curto tanto em “More and More”. A confusão mental que essa junção causa da cabeça dá um barato legal, tal como o MV ilustra muito bem. No fim, é um número bastante ousado da parte do Twice, que segue fazendo tudo por minhas playlists desde o ano passado. Segundo melhor single do grupo em 2020.

Hwasa Maria GIF - Hwasa Maria Mamamoo - Discover & Share GIFs

E foi isso por hoje. Amanhã, aquele clichê de listas de fim de ano nesse blog, com um monte de gemas preciosas, lacradoras, sensuais e destruidoras de vidas que, por pura subjetividade desse que vos escreve, acabaram barradas do top 10. Flw vlw.

14 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2020 [40-26]

  1. Hwasa rainha ❤

    Stacy foi o melhor debut em tempos pra mim e o legal é que todas as integrantes tiveram destaque. Eu curti muito o lineup. Tomara que continuem assim e que não role o "efeito Suzy", já que parece que uma das meninas é atriz bem famosa lá.

    More and More não desce comigo de jeito nenhum =S

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  2. “são os ganchos pegajosos. E o refrão com os “AI DON’T WANNA BE SAMBARI, AI WANNA BE ME, BE MEEEE, AI WANA BE ME ME MEEEEEE” entrarão para a os anais do K-Pop com outros exemplares tão legais quanto desovados ao longo da última década.” E na parte do Me me ainda faz a mãozinha.
    Tá aí um grupo que me fez pagar a lingua. Virei os olhos forte para Dalla Dalla_ mas dai veio Wannabe com a coreo mais criativa que já vi e chiclete.

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  3. “Mas ela finalmente conseguiu trazer um urban tão legal quando “W Face” em “Killer MonsteR”, que, tal como a title mencionada de anos atrás, acerta justamente em cheio ao saber dosar os momentos de maior peso do batidão com outros mais melódicos, onde ela pôde nos satisfazer com seu ótimo delivery vocal”

    “Killer MonsteR” é ótima, mas acho que “Work It!” consegue ser ainda melhor. O instrumental que parece trilha de Tekken é estranho no começo, mas depois acaba funcionando MUITO BEM.

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