Dando continuidade à série de posts time machines aclamando a carreira da Koda Kumi em razão de seu aniversário de 20 anos desde o debut, é hora de falarmos sobre o seu grande auge comercial: a era “Black Cherry”, que teve como tema principal a icônica, deliciosa, maravilhosa, destruidora de almas, dona de cus e tombadeira Juicy…
Como disse no post passado, a Koda Kumi encontrou o seu nicho através da imagem ero-kakkoii, utilizando a sensualidade como uma grande arma para atrair a atenção do público e, assim, vender músicas que conversassem com essa pegada. Se isso funcionou bem no álbum anterior e nas duas coletâneas bests of, enormes sucessos fonográficos, em 2006 as coisas atingiriam ainda outro auge.
Nesse ano, extremamente em alta, com seu nome na boca de todo mundo, sendo o momento no Japão e, enfim, consagrando-se como um dos pilares entre solistas no J-Pop, ela soltou o maxi single “4 Hot Wave”, contendo não uma, mas QUATRO a-sides de uma vez só: Ningyo-Hime, I’ll Be There, With your smile e, claro, “Juicy”. A avex/Rythym Zone fez disso algo grande, provavelmente injetando uma grana alta no projeto. Para o photoshoot, mandaram ela pro Marrocos. Pra gravar dois dos videoclipes, pra Austrália.
HAHAHAHAHAHAHAHA, a capa ridícula! ❤
E o bagulho DEU CERTO, com o “4 Hot Wave” vendendo quase MEIO MILHÃO de cópias, charteando por semanas na Oricon (principal parada musical japonesa), se tornando o maior single da Kumi em todos os tempos no que diz respeito à vendas, quebrando um recorde lá de estreia que a Ayu mantinha há anos e por aí vai. Fora isso, as canções também acabaram fazendo barulho em outras mídias, sendo usada como CFs de diferentes trecos (marcas de joias, campeonatos de beisebol…), trazendo ainda mais reforço para o que era a Koda Kumi à época.
Eu gosto das três outras faixas. São variações bacanas dos rockzinhos que a Koda Kumi costuma lançar, com “Ningyo-Hime” sendo a mais interessante da trinca. Mas a real é que “4 Hot Wave”, na minha cabeça, é sinônimo de “Juicy”.
Pra mim, “Juicy” é um exemplo perfeito do lado safadona-urban da Koda Kumi dos anos 2000. Musicalmente, ela está em linha com o que, por exemplo, a Britney fazia em seus álbuns da primeira metade da década, inspirada nos instrumentais do Pharrell Williams, onde há um minimalismo sapeca em que alguns poucos elementos são utilizados para dar o balanço dos quadris. Ela poderia fácil estar na tracklist do “In The Zone” ou do “Britney”, em comparação. Os signos étnicos árabes-mediterrâneos-hindus-e-variações deixam tudo com um sabor ainda mais gostoso, que é complementado pelo videoclipe sexy pra caralho (Miley Cyrus reciclou a ideia de se alisar debaixo dos lençóis em Adore You).
“Juicy” é um enorme hit na carreira da Koda Kumi e, junto do resto do single, provavelmente responsável pela “terceira onda” de sua carreira, que atingiu aqui seu ápice comercial e, por motivos que explicarei no post seguinte, começaria a declinar aos poucos nos anos seguintes. É uma daquelas músicas assinaturas de grandes momentos de consagração, onde o artista, que vem de um sucesso crescente, precisa para pontuar o seu auge, como Into You, Genie ou Sorte Grande.
E aí, em dezembro de 2006, ela lançou seu quinto álbum de estúdio, Black Cherry, que pegou #1 na Oricon e passou de UM MILHÃO DE CÓPIAS, sendo este seu único LP de inéditas a conseguir tal feito (os outros dois álbuns, como já disse, eram coletâneas). Ele ficou quatro semanas em primeiro lugar, quebrando outro recorde da Ayu nessa época, hahahaha. Além disso, junto do álbum, saiu um filme, que eu nunca assisti, intitulado “Cherry Girl”, que me parece ser uma espécie de “As Panteras”, mas com a Koda de protagonista. Dizem que, para um “presente pros fãs”, não é tão ruim, hahahaha.
Outro hino!
Enfim, 2006 foi um grande ano para a Koda Kumi e, penso eu, decisivo para que ela ainda continuasse no imaginário coletivo nipônico por mais de uma década daí em diante. Claro, houve percalços no caminho, mas ela ainda é a Koda Kumi que eu tanto gosto até hoje, logo, não há muito do que reclamar.
Mentira, há muito do que reclamar sim, mas isso virá em breve…
Ah, Juicy… como esquecer o videoclipe dessa música? Praticamente a versão japonesa da Dança da Boquinha da Garrafa (só que ainda mais promíscuo)!
Um single com quatro A-sides combina muito com a megalomania que a Kumiko tinha na época, né? Lembro de várias ideias extravagantes dela, como lançar um single por mês e no final de um ano juntar todos pra formar um álbum, lançar um single duplo onde as duas A-sides na verdade são A MESMA MÚSICA mas com letras e arranjos diferentes, as tracklists entupidas de interludes (se bobear até mais que os álbuns da Janet Jackson), e por aí vai.
O 4 Hot Wave era interessante por cada música ter um estilo diferente (R&B piranhudo em Juicy, pop feliz em With Your Smile, baladinha tropical refrescante em I’ll Be There e rock pesadão em Ningyo-Hime), e pelos videoclipes formarem uma história (mesmo que a transição do clipe de I’ll Be There pro de Ningyo-Hime não faça NENHUM SENTIDO).
Foi uma ideia bizarra, mas que rendeu ótimos resultados – pra ela e pra nós também.
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Never forget ela reciclando faixa do PRIMEIRO album dela DEZ anos depois no Suki de x3 / Anata Dake Ga.
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Kumiko, o ícone da transgressão no j-pop.
Adoro as maluquices dessa mulher. Bem que ela podia voltar com outras doideiras em vez de continuar repetindo a mesma dos últimos anos, de lançar dois álbuns simultâneos toda nova era (embora eu curta essa ideia – pena que ela nunca conseguiu explorar a dualidade entre os dois álbuns com a mesma propriedade com que a Tommy february6/heavenly6 fazia nos dela).
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Se não tiver review do épico 4 TIMES eu denuncio você.
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Ainda estou pensando aqui se uso o 4 Times ou So Nice pra representar a era Japonesque na parte quatro. @_@
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Nesse caso é melhor falar de So Nice, que foi a única faixa além da intro e do interlúdio que seguiu o tema do álbum :V
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