Nos últimos dias, calhou de vários acts diferentes utilizarem elementos de rockzinho em suas músicas. Não é nada que reinventará o rock’n’roll ao redor do mundo, tirará Kurt Cobain de seu túmulo ou agradará Theo Becker em seu canal de YouTube, mas os resultados foram todos bem agradáveis, com vários novos pop/rocks gostosinhos que entrarão para minhas audições diárias.
Aí reuni tudo num post só para comentar e recomendar para vocês. Vamos lá…
Vou começar por Bye Bye Bye aqui do WEi (?), pois é a que eu mais curti ouvir em todas. Esse é ainda outro exemplo de música vinda de boygroup que não aposta nas repetições try-hard de Stray Kids da vida (que, agora, parece que são o padrão entre girlgroups, vejam que loucura). E o que me parece ser a ideia dela, assim como rolou recentemente com SHINee e outros, é construir um clima gostosinho e envolvente aos ouvidos, ser o tipo de música que a gente coloca pra tocar nos fones de ouvido para começar o dia de maneira bem alegre, pra cima, positiva, escapista.
As melodias e o instrumental me lembram Sugar, que é uma das únicas músicas que eu realmente curto do Maroon 5 (mas com ressalvas, pois o vocal da Adam Levine me irrita demais). E como “Sugar”, ela acerta com versos cativantes e um refrão chiclete matador. Tudo é bem radiofônico, simpático e, como eu disse, me desperta um sentimentalismo alegre bem bacana de experimentar. Talvez até supere Atlantis como a melhor música de oppas desse ano? Só o tempo dirá, mas tem chance hein.
Indo do pop/rock Maroon 5ish para o pop/rock One Ok Rockish, temos o também muito legal comeback mais recente do TXT. A estética sonora e visual de 0X1=LOVESONG me remete bastante ao que alguns acts japoneses com pretensões mais internacionais (tipo o citado One Ok Rock, a Aimer e outros) costumam fazer. Tem aquela levada mais dramática, com corais monossilábicos por trás, os integrantes cantando como se fossem adolescentes sofredores e um MV bonitinho sobre viver a vida ou algo assim.
O coro com o vocal feminino fica bem legal no produto final e a referência à Put It In a Love Song é tão avulsa no pacote todo que acaba funcionando. Não é a maior música do TXT em todos os tempos (eles jamais superarão essa aqui), mas cola legal, diverte muito e é uma opção diferente ao que costuma rolar deles num geral.
Outra que me lembra muito o que costumam fazer no Japão. Mas, no caso, Hello tá mais para os “produtos internos” do pop/rock nipônico, onde os grupos de lá misturam no arranjo influências de ska que acabaram se tornando uma referência para números desse tipo por lá. O que faz sentido quando conferimos a versão original dessa música, Goodbye 2003, e lembramos que o K-Pop daquela época era muito influenciado pelo que ocorria na ilha vizinha.
Eu gostei muito de “Hello”. A Joy me passa nela uma empolgação jovial muito contagiante e surpreendente vindo dela, que sempre foi a garota fatal do Red Velvet. Tinha achado essa história dela debutar solo com um álbum de remakes bem questionável, mas acabou funcionando comigo pela execução adorável dessa title. O MV setentista também é uma graça. Enfim, só vitórias para nós fãs das cinco crias abissais nesses últimos tempos.
Pelo que entendi, esse Ha Sung Woon é um ex-WannaOne (por onde andam?) e ex-HotShot-que-disbandou (tem cara de grupo que só o Sowon Xiita acompanharia). On and On é uma album track do EP de debut (?) dele, que eu não cheguei a ouvir todo (na verdade, eu nem sei como que eu cheguei nisso aqui), mas se ele seguir o clima dessa aqui e da title Sneakers, deve focar em influências dos anos 80 que vocês sabem que eu gosto bastante.
“Sneakers” é um single bem legal, mas “One and On” é ainda melhor, pois serve um baladão oitentista cafona meio Roxette, meio Bon Jovi, que é uma graça de ouvir. O tipo de música que tocaria num momento chave de filme adolescente de trinta e tantos anos atrás, onde o mocinho encontraria a mocinha no baile, eles brigariam, mas se entenderiam antes do fim da noite, quando dançariam essa última faixa tocada pela banda da festa e enfim se beijariam.
Por fim, o N.Flying que é, de fato, uma banda de pop/rock, embora também tenha público dentro da galera que escuta K-Pop, já que eles são da FNC, mais ou menos da mesma época do AOA. Das presentes nesse post, não é a mais inspirada, mas também diverte numa audição menos comprometida. O refrão é legalzinho e a levada yeyeye com a modulação no final deixa tudo bem bonitinho de ouvir.
Bem interessante essa “retomada” do pop/rock no K-Pop. Ela acompanha, dadas devidas proporções, a mesma coisa que vem acontecendo nos Estados Unidos e no UK, com Harry Styles, Miley, Olivia Rodrigo, a filha do Will Smith e outros acts. Seria uma evolução natural dos throwbacks, saindo dos 70s~80s para 90s~2000s? Logo logo Avril Lavigne já será retrô? Eu não estou preparado para a minha adolescência ser tratada assim não, caras…
Mas talvez eu esteja preparado para o visual chique-skatista retornar pra galera de fora do skate, pois fico ótimo com calças baixas…
TXT – achei razoável, talvez com o tempo, eu me convença
Joy – achei razoável, talvez com o tempo, eu me convença²
Ha Sung Woon – o instrumental é lento demais, mas pode acontecer o mesmo com os dois mencionados acima
N.Flying – funcionaria melhor se fosse gravada pelo Simple Plan
Avril Lavigne – PRINCESINHA DO POP PUNK
WEi – concordo contigo, a melhor música do post. E é irônico o título da música ser o mesmo de uma outra faixa de boyband que hitou nos anos 2000…
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P.S.: o HOTSHOT só teve uma música que prestou, que inclusive, lembro que apareceu no ranking de fim de ano do Sowon. Pra mim, foi a melhor música de boyband de 2017, um deep house bem sujo com um MV que casa bem com a proposta da faixa
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Vivi pra ver o Lunei exaltar o N.Flying… 💖
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