TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [100-86]

2015 foi um ano emblemático para o pop asiático. Tal como 1999 para o cinema, ocorreu nele uma série de fatos que moldaram o que viria a ser o nicho dali em diante, com uma quantidade gigantesca de bons lançamentos sendo entregue num espaço curto de tempo.

No K-Pop, ele marcou o que considero o final da “era de ouro”, abarcando vários grupos clássicos em alguns de seus últimos respiros de investimento ao lado das novidades mais quentes que suas gravadoras preparavam para substituí-los (BIGBANG x iKON, f(x) x Red Velvet, Wonder Girls e miss A x Twice, SNSD x Taeyeon solo e a lista segue). No J-Pop, rolou um tantão de artistas mais velhos com trabalhos também muito fortes competindo de igual para igual com outros mais jovens. E quem saiu vencendo fomos nós, ouvintes.

Posto isso, vamos com mais outro throwback aqui no blog, comigo listando quais foram as minhas 100 faixas prediletas (+ uma menção honrosa) desse ano. E como listas assim sempre trazem novos leitores, é sempre bom destacar:

MARAVILHOSAS REGRAS

O top é meu, baseado única e exclusivamente em minha opinião, minha subjetividade. Então, coisas como charts, vendas, popularidade e relevância pra o meio em nada influenciam isso;

Meu maior critério de escolha, na real, é o quanto as faixas duram em minhas playlists diárias. Quanto mais ouço, mais alto ela aparece. Mesmo que eu considere uma música “melhor” que outra em questões técnicas (exemplo aqui com uma do SHINee), se eu ouvi pouco conforme os anos passaram, tchau;

Vocês têm todo o direito de discordar das minhas opiniões e até sugerir outras melhores para as posições ocupadas, mas saibam que estarão errados, pois meu gosto musical é perfeito. Bjokas.

Façam suas apostas e não me xinguem por a única canção o Girls’ Generation a marcar presença ser “Catch Me If You Can”:

MENÇÃO HONROSA: GIRLS’ GENERATION – CATCH ME IF YOU CAN

Como vocês sabem, sempre gosto de começar essas listas com alguma música que foi bem representativa do ano como um todo, mas que, por diferentes motivos, calhou de não entrar no corte final, já que várias outras melhores merecem mais esse lugar e tals. E, de 2015, a melhor nessas definições, sem dúvida, é “Catch Me If You Can”, do Girls’ Generation. Eu até hoje não entendi direito todos os pormenores contidos aqui. Sabe-se que o vídeo e o single em japonês foi gravado antes da expulsão da Jessica, o que nos proporcionou um dos momentos mais hilários de tal ano, mas por que exatamente elas regravaram tudo em duas versões se não as trabalhariam corretamente em ambas as cenas? Não entrou no (legalzinho) LP que elas soltaram na Coreia, não serviu de início para uma nova era na terra do Goku… Vai entender.

Mas enfim, agora que o tempo passou, preciso dizer que eu genuinamente gosto de “Catch Me If You Can”. Os versos são bem fortes, o refrão sendo, basicamente, elas sussurrando o título enquanto rola um break de bater cabelo é ótimo, a coreografia é deliciosa de assistir em clipe e ao vivo (gosto muito dessa performance na KCON NY e dessa com a Hyoyeon gostosíssima de cabelo curto no Music Core). Só não entrou mesmo no ranking porque, huh, todas as outras que virão a seguir me agradam ainda mais. Vida que segue. Vamos ao top…

100. DALSHABET – JOKER

Nem tem nada de inovador na fórmula sonora por trás de “Joker”. É uma canção midtempo gostosinha, com um instrumental orgânico sensual Brave Brothersish muito parecido com o que o AOA fazia em 2014. Só que a grande mágica que a permeia é o jogo de palavras nela que a fez ser banida de algumas emissoras da rede pública coreana. Dando uma resumida, “Joker” em coreano se pronuncia da mesma maneira que “pênis gigante”. Então, só pela sacanagem delas cantarem sobre uma pica que tira o ar delas a noite inteira, mas disfarçando como se estivessem se referindo ao Coringa, do Batman, essa faixa já entrou no meu coração à época e mora lá desde então. Btw, o post que fiz explicando isso num site famosinho em 2015 foi o meu primeiro grande hit como blogueirinho fundo de quintal.

99. MAISON BOOK GIRL – BATHROOM

Tenho um pouquinho de pena das meninas do Maison Book Girl. Lembro que, à época, os comentários eram de que elas seriam “o novo Perfume”, visto a estética visual e sonora um pouquinho mais bizarra e tendendo mais para algo ~artístico~ que idol. O problema é que ninguém comprou isso (no sentido de gastar dinheiro com elas mesmo, pois floparam gostoso). Uma pena o sucesso não ter chegado, pois essa “Bath Room” é excelente, mesclando piano, instrumentos mais orgânicos, um fucking xilofone e uma bateria eletrônica que proporciona uma melodia contínua quase que hipnotizante. Pontos extras também para o videoclipe-elfas-da-floresta ridículo. Vacilo dos hipsters ignorarem elas, viu.

98. JAY PARK, OKASIAN – YOU KNOW

Vários de vocês irão virar os olhos comigo por barrar T-ara, AOA, Gain e mais outros grandes nomes femininos dessa lista, mas dar um biscoito pro fucking Jay Park. Mas eu sigo ouvindo “You Know” e me sentindo um grande traficante mulherengo da yakuza (ou algo do tipo) como se ainda fosse 2015 e não houvesse amanhã. “You Know” é um “K-Hip Hop” crocante demais, que sabe imprimir aquilo de clima yolo a cada verso, elemento do instrumental, na interpretação dele e do outro rapper lá e no MV maravilhoso. E ainda rola um cameo da HyunA, que supostamente deveria estrelar com o Jay Park uma dance version piranhesca que jamais viu a luz do dia (adoro essas fanfics). E falando em HyunA…

97. HYUNA, ILHOON – ROLL DEEP

Eu até hoje dou risada de “Roll Deep” ter sido um dos maiores sucessos da HyunA em todos os tempos. O lance é que isso aqui é uma bobagem ridícula e funciona exatamente por isso. Temos HyunA fazendo CL de pano de chão e entregando o que a vesga tentou em seu primeiro não-debut americano, naquela fórmula padrão de rapper pagando de fodona, dizendo que é a mais gostosa, sexy e icônica do pedaço, mas com um trabalho que possibilita melodias mais grudentas e um pacote completo bem mais divertido que Hello Bitches (que eu até gosto) se mostrou ser a longo prazo. Tudo com o plus dela ainda colocar o Ilhoon de feature e conseguir um “respeito das ruas” pela presença de um real bandidão na música… :V

96. BIGBANG – SOBER

Falando em bandidos, BIGBANG! 😀 A YG Entertainment tem para seus acts alguns arquétipos sonoros que são facilmente identificáveis como “músicas de YG”. A maioria é meio bosta, com barulho demais e diversão de menos aos ouvidos. Contudo, quando eles resolvem apostar nessas faixas EDM misturando os sintetizadores com instrumentos de verdade, quase sempre saem joias que ficam por anos na minha cabeça. A melhor do BIGBANG nessa pegada é “Sober”. Eu vivo por esse pancadão que tem toda cara de música de estádio, mas ainda assim nos faz querer dançar sozinhos no quarto enquanto expulsamos nossos demônios interiores. Uma pena essa ser uma exceção no repertório de G-Dragon e cia, mas é uma das exceções que já valem a existência deles.

95. CRYSTAL KAY, NAMIE AMURO – REVOLUTION

Vou confessar aqui que eu meio que cago para a carreira da Crystal Kay num geral. Eu só comecei a prestar atenção nela nesse maxi single de 2015, que teve a participação da Namie Amuro em “Revolution”, justamente pela presença da Namie e, bom… meio que parei lá mesmo. Ela ainda tem lançado coisas boas? De qualquer forma, “Revolution” é uma delícia, pois basicamente pega o EDM fritado que os acts da Exile costumam lançar e coloca na voz das duas, o que fica ainda mais legal de acompanhar. Não é a melhor coisa nem de uma nem de outra nesse ranking, então já imaginem o nível das várias que ainda virão por aí das duas.

94. RED VELVET – TIME SLIP

O “The Red” é um dos álbuns de girlgroup mais completos, divertidos e grudentos dos últimos anos. Até hoje eu o escuto inteirinho, esperando pelos vários momentos de glória bubblegum presentes nele. Um dos maiores, sem dúvida, é “Time Slip”, com a SM e a Charli Taft (sim, uma das minas que produzia o Loona na época do Jaden, saudades) seguindo primorosamente a onda de rap sungs com afinações mais baixas, graves, e versos/refrães estupidamente pops e marcantes por cima. Iggy Azalea fez isso várias vezes, Charli XCX tambémTinashe e por aí vai. A do Red Velvet é ainda melhor que a maioria dessas.

93. BED IN – POKER GAME

Muitos de vocês mais novos que só começaram a acompanhar esse e outros blogs de pop asiático recentemente não devem conhecer as tias do Bed In. Elas tem essa banda cujo objetivo é reviver o tipo de pop/rock camp que faziam no Japão durante a virada dos anos 80 e 90, quando a bolha econômica estava para estourar e essa estética exagerada aos ouvidos (e aos olhos, deus do céu) era o que tinha. Olhando num primeiro momento, pode parecer muito para assimilar, como se os limites entre o sério e a chacota não fossem tão delimitados, mas as faixas delas são TÃO BOAS que nem é necessário se ligar em qualquer outra coisa sobre o conceito delas. Sugiro o play no vídeo acima e preparem-se para o impacto!

92. GLIM SPANKY – HOMEROYO

Glim Spanky! ❤ Dessa safra de grupos pop japoneses que buscavam por um caminho mais roqueiro no meio da década, esse aqui ainda é um dos meus favoritos. Isso porque a grande parte de seus lançamentos, embora apresentem um peso instrumental bem forte, são munidos também dum apelo catchy muito gostoso de acompanhar. “Homeroyo” não foge à regra, com versos que prendem bastante e um refrão quase que impossível de esquecer. Somem isso à voz marcante da vocalista e ao clipe bacana e pronto, temos o pacote completo. É isso, eu sou um roquista safado e saudosista dos tempos de adolescência mesmo.

91. MISS A – LOVE SONG

O “Colors”, mini do miss A de 2015, é o melhor trabalho fechado do finado grupo, tendo em “Only You” um tiro certeiro como lead single e nas demais faixas presentes um pacote completo de canções tão memoráveis e criativas quanto, ou até mais que a canção escolhida para trabalhar – e esse foi o caso de “Love Song”. A introdução só ao piano e nos pratos da bateria é um troço lindo pra caralho, que se torna ainda maior com as camadas que ela vai recebendo conforme passam os segundos, até que tudo exploda num break de violino que dá vontade de fazer a Samira e sair gritando ixalá! por aí. A mistura de elementos pode parecer esquizofrênica no papel, mas totalmente funciona na prática. Por mim, tinha sido title!

90. F(X) – PAPI

O “4 Walls” é um daqueles LPs pop que mostram que um repertório pode ir por diferentes lados, mas ainda assim se manter coerente dentro de uma proposta. A linha narrativa dele é o house e uma porção de faixas da tracklist exploram variações dentro do gênero. A mais curiosa, creio eu, é “Papi”, que carrega Luna e as outras pruma maluquice latina meio Glória Estefan, onde a ideia é soar mais festiva, como uma daquelas trilhas sonoras de filmes da Hollywood clássica em que artistas latinos tocavam em festas e todos dançavam usando figurinos cheios de plumas, paetês e demais clichês. É caricato para um caralho, mas divertido ao extremo. Que refrão, não?

89. WEDNESDAY CAMPANELLA – NAPOLEON

2015 foi o melhor ano do Wednesday Campanella. Não só por eles terem conseguido um alcance bem maior como grupo, conquistando audiências internacionais que provavelmente devem ter ajudado nas várias campanhas publicitárias que eles fizeram nos anos seguintes, mas por terem vindo com algumas das melhores músicas deles em todos os tempos. Se não me engano, o hype começou com “Napoleon”, com eles indo na mesma linha do novo garage house que Disclosure, AlunaGeorge e outros acts europeus vinham fazendo à época, mas com o twist de tudo ser cantado em japonês. É pra colocar bem alto nos fones de ouvido e ir fazendo uns vogues pela casa.

88. HELLO VENUS – WIGGLE WIGGLE

“Wiggle Wiggle” já fez a volta de porcaria trash para maravilha cult? Pois deveria. Na minha cabeça, ao menos, já aceitei esse banger como um dos maiores urban-para-cachorras da HISTÓRIA do K-Pop! Poderia ter sido assinado pelo Pharrell Williams para alguma americana gostosa no início dos anos 2000 sem tirar nem por? Poderia! O MV com elas de shortinho atochado no cu rebolando pra câmera poderia ter sido gravado pelo É o Tchan!? Certamente! É justamente isso que torna “Wiggle Wiggle” tão icônica! Não sei o que gosto mais aqui, se é o refrão suspirado, a parte de rap, os “I laique laique” no final ou os figurinos tenebrosos. Saudades Hello Pênis Venus. (HUAHUAHUA o YouTube só deixando abrir o vídeo no próprio site achando que é um grande pornozão e não um MV de K-Pop, rainhas!)

87. DEAN, ZICO – POUR UP

Mais um número de oppa fodão na lista para vocês me crucificarem. E não estou nem aí! “Pour Up” é uma das músicas mais legais do Dean, adiantando já lá em 2015 esse conceito de faixas urban com trap que a Ariana Grande popularizaria pro pop tempos depois (embora um monte de gente já fizesse isso no hip hop, mas vocês não se importam). Isso aqui é uma delícia, trazendo a mistura de rap com vocais mais rasgados que meio que se tornou a marca dele. E sexy pra caralho. O refrão é literalmente ele despindo a garota e “Pour Up” nela, aí chega o Zico falando que vai colocar ela pra cantar no microfone dele, vai se foder…

86. WONDER GIRLS – REWIND

Fechando essa primeira parte, temos o grande baladão do “Reboot” grifando a primeira das muitas aparições do Wonder Girls nesse topzão. Bicho, que hino! É como ouvir um daqueles clichês de filmes, onde os protagonistas se encontram num momento de ápice narrativo e toca a música tema. E com toda a sujeira sônica meio abafada dos anos 80 presente, aquela bateria molhada onde os tambores continuam ressoando depois que batidos, uma estranheza de rádio AM na interpretação vocal delas e uma melancolia alegremente entristecedora de se deixar levar. “Rewind” é uma música lindíssima e, em minha humilde opinião, a melhor balada do Wonder Girls num todo.

E esse é só o começo. Logo logo, volto com o segundo corte.

Quais serão as músicas assassinadas logo na segunda parte? Vocês não perdem por esperar… rs

11 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [100-86]

  1. Não bastasse tirar “Heart Attack” do top 100, você ainda coloca “Wiggle Wiggle” no fim da lista?? Essa música é top 20 fácil…

    Mas gostei da inclusão de “Poker Game” das BED.IN! A posição baixa é compreensível, já que elas mesmas têm músicas bem melhores, mas ainda assim é um rock trash bem divertido.

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  2. Apenas fato curioso para eu não te xingar por não ter Lion Heart no seu TOP 100 e ajudar no engajamento: Conheci o SNSD com CMIYC em 2015, então a ausência da Sica não me afetou tanto hahaha

    Na vdd, eu tinha ódio da mulher, e só queria sair chutando ela de tds os singles anteriores até eu me acostumar com a existência e a voz de fanha dela

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  3. Catch Me If You Can provavelmente seria o início da nova era japonesa mesmo, mas o single deu uma flopada lá e, como naquela época o Japão estava minando todo e qualquer ato coreano da mídia, a Universal deve ter achado mais fácil não investir mais no grupo

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    1. Sendo que a tia tocando guitarra também sensualiza (nunca esquecer aquela foto lendária dela enfiando um picolé cilíndrico inteiro na boca, no palco, de biquíni fio-dental, enquanto toca guitarra).

      Ainda sonho com um crossover delas com a Kumiko (mas tem que ser a Kumiko raiz, vulgarzona mesmo, não a atual que bota música eletrônica pra parecer xóvem mas ao mesmo tempo vende a imagem de bela, recatada e do lar).

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  4. O top promete, considerando que um monte das minhas faixas favoritas (Papi, Roll Deep, Time Slip e Rewind) já morreram cedo, que isso – mas tem coisa melhor no 4 Walls, então não reclamo, mesmo sabendo que minha faixa favorita do f(x), When I’m Alone, nunca entrará nos tops de ninguém pois apenas a elite consegue apreciar essa obra divina. Gosto refinado é para poucos.

    Ah, e You Think esmurra CMIYC tranquilamente.

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