TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [25-11]

Penúltima parte desse ranking. O que quer dizer que, hoje, rola aquele clichê de listas de melhores do ano da blogosfera fundo de quintal, onde são várias e várias as gemas intocáveis, lacradoras, fadas de cristal, donas de nossos furicos, destruidoras de nações inteiras e salvadoras do pop, mas que, por pura subjetividade desse belo rapaz que vos escreve, acabaram ficando fora das 10 mais de 2015 de acordo com esse blágh.

Uma porção de fan favorites rodam abaixo. Será que a sua SOTY aparece aqui? É clicar e conferir…

25. CRAYON POP – RA RI RU RE

Esse aqui passa meio despercebida até mesmo pela fanbase do Crayon Pop. “Ra Ri Ru Re” foi o segundo single inédito apenas para promoções na terra do sol nascente das cinco e ele está pé a pé em qualidade com outros hinos weird já lançados pelo grupo, como “Bar Bar Bar”, “Bing Bing”, etc. A base sonora de “Ra Ri Ru Re” parece ter sido tirada de algum jogo de Atari e, só por isso, a faixa já me conquistaria com certa facilidade. Entretanto, ela ainda vai mais fundo, com uma letra MUITO pegajosa, uma melodia ridiculamente fácil de gravar e reproduzir e toda uma aura que é fofa, mas de uma maneira bizarra como só o Crayon Pop consegue ser. Somem isso ao MV excelente, que mostra que uma ideia bem bolada é insanamente superior a um orçamento grandioso e pronto, temos um dos maiores destaques do ano. Uma pena a Pony Canon não ter investido mais pesado na imagem delas por lá, com mais releases inéditos e uma promoção um pouco mais trabalhada, pois o Japão poderia ter sido um refúgio pro grupo depois de o passe delas na Coreia do Sul ter expirado tão rápido.

24. WONDER GIRLS, PALOALTO – CANDLE

Mais uma da bíblia oitentista do Wonder Girls, “Candle” é um dos momentos mais sexuais do álbum, com as gostosas mandando o cara acender o clitóris a vela delas, pois já estão loucas com ele naquela noite e não aguentam mais esperar. Isso, é claro, num instrumental totalmente baseado no new age/synthrock feito por grupos como Depeche Mode, o Duran Duran, o New Order, Pet Shop Boys, dentre outros. O refrão explosivo é matador demais, como se fosse uma porrada no estômago. Yubin, Lim Feia e Paloalto destroem em seus versos de rap. Uma das que mais escuto do grupo e, de certa forma, uma das músicas mais catárticas de tal ano. E pensar que ainda tem coisa melhor no “Reboot”, puxa…

23. BED IN – C CHOU VENUS

Eu demorei bastante para comprar a ideia das tias do Bed In em reviverem a aura deplorável da década de 90 em sua música e estética visual, tanto que quase não dei bola para “C Chou Venus” em seu ano de lançamento. Porém, o tempo passou e cá estou eu considerando o primeiro álbum delas um dos melhores da última década, colocando “Golden Pleasure” e outras maravilhas dele no top 100 de 2016 e essa delícia trash aqui quase na ponta final das mais legais de 2015. Tem horas que é bem bom ser velho só para ter um passe livre em curtir cores berrantes, leques toscos e faixas com um tempo exageradamente alto sem que ninguém me julgue tanto assim

22. SHINEE – VIEW

Essa aqui é tão boa. E acho que uma das grandes assinaturas do LDN Noise, que meio que chefiou a onda de faixas house que começou nessa época aí no K-Pop. A grande coisa em “View” é que ela, numa totalidade, consegue passar aos ouvidos todo aquele clima de “vamos curtir os dias de férias como se não houvesse amanhã” que releases do tipo necessitam passar. Ela me traz uma sensação de entusiasmo crescente conforme os primeiros versos vão se amontoando, aí essa empolgação explode de vez no refrão chiclete e se mantém com força em todo o resto da música. E isso é bem refletido no MV, com o SHINee sendo sequestrado por uma modelos gostosas para viverem um último dia de verão (ou algo do tipo). E não pegou nem top 20, pra ver o quão espetacular foi 2015.

21. GOT7 – IF YOU DO

“If You Do” representou uma mudança na sonoridade muito bacana para o GOT7, que sempre vinha com releases mais teen voltados ao hip hop dos anos 90, também legais, mas meio incapazes de elevar eles de patamar dentro do jogo. Já esse dance todo melancólico é bem mais marcante, subindo o nível de credibilidade dos caras lá no cenário coreano. Os sintetizadores são bem colocados, a maneira como a bateria é destacada casa bem com a melodia, o refrão dor de corno é de cortar o coração. E ainda rola um voice over da Jamie falando que tá pouco se fodendo pra eles, é magia pura. “If You Do” me traz algo de “Dancing On My Own” sobre se livrar de seus demônios na pista de dança e isso no pop é puro ouro. Para mim, sempre será a melhor do repertório deles.

20. TWICE – LIKE OOH-AHH

Huh, sei que uma galera não gosta muito de “Ooh-Ahh”, mas, para mim, é fácil um dos melhores singles do Twice. Ainda mais por ter sido usado como debut, meio que ENGANANDO todos nós sobre o que seria o grupo. O limiar entre girl crush aegyo é excelente e matador, uma pena terem pendido mais para o segundo lado nos lançamentos seguintes. O instrumental é exagerado, com variações demais, mas funciona assim mesmo. Pontos extras para aquela cena da Momo na máquina de refrigerantes, um dos ápices visuais dessa década. Aliais, o videoclipe é todo muito bom. Fácil a melhor estreia de um ato da JYP (sim, fãs de “Bad Girl Good Girl”, eu acho o debut do Twice melhor, um abraço).

19. KYARY PAMYU PAMYU – MONDAI GIRL

Lembram que eu havia comentado que a música “8-Bit Boy”, da Natsume Mito, teria ficado bem melhor caso gravada pela Kyary Pamyu Pamyu? Bom, é exatamente isso que temos aqui. “Mondai Girl” é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores destaques da carreira da Kyary. No plano auditivo, temos o Nakata construindo um pancadão explosivo usando a sonoridade de arcades e moldando-a com uma carga dramática exageradamente dramática, fazendo com que tudo se pareça com uma final boss de algum RPG de Game Boy Color. No plano visual, temos Kyary mais fumada do que nunca, misturando realidade virtual, triângulos, soft porn censurado japonês e cosplay da Astronema, vilã de Power Rangers no Espaço. Eu honestamente não consigo não rir quando chega em 40 segundos e começa a coreografia da mãozinha. Como a vida era boa.

18. JINUSEAN, HANNA JANG – TELL ME ONE MORE TIME

Eu costumava rir bastante da galera que reclama da maneira que a YG Entertainment gere seus artistas, que nada mais é que aquela tática de spamar os lançamentos dos atos durante um pouco mais de um ano e descansar a imagem deles durante um período parecido – ou seja, nada diferente do resto do mundo musical, mas desconexo com o K-Pop como um cenário. Entretanto, até eu preciso admitir que deixar os caras do JinuSean sem lançar nadinha por NOVE FUCKING ANOS foi uma bela de uma burrice comercial. Deixando isso de lado, “Tell Me One More Time” foi outro dos grandes destaques de 2015, mesclando disco eletrônico com hip hop de maneira bem competente. Pra melhorar, temos ainda a participação da Hanna Jang, uma das trainees chutadas que não debutou no BLACKPINK e uma porção de lives com outras famosas, tipo a Dara, a Ailee, a Hani e por aí vai. E ainda rola um cameo da Uhm Jung Hwa chapada no calcitran só pra dar umas reboladas. Que pérola!

17. WEDNESDAY CAMPANELLA – SHAKUSHAIN

Mais uma do Wednesday Campanella a aparecer na lista. E talvez seja a mais experimental do grupo nessa era, visto um terço dela ser levada penas pela KOM_I acompanhada de alguns tambores marcando o tempo. Os demais elementos surgem apenas lá por 1:20 min, moldando-a num pancadão eletrônico apetitoso demais. Visualmente, creio que esse seja um dos MVs mais inventivos do trio, que explicita como um bom planejamento pode fazer com que qualquer baixo orçamento seja suficiente para uma filmagem grandiosa. É a minha terceira música favorita do grupo e a segunda melhor deles em 2015.

16. OH MY GIRL – CUPID

MELHOR DEBUT

Sabem o porquê de eu implicar tanto com grupos que fazem aegyo? Porque é muito difícil que esse acts consigam fazer MÚSICAS REALMENTE BOAS enquanto usam esse conceito mais infantilóide nos videoclipes. Geralmente, é só aquela bobagenzinha de pop/rock muito aguado, sem qualquer peso e pulso, nada marcante. Então, que bom que existem girl groups como o Oh My Girl que debutam já de cara colocando percussões extremamente fortes numa melodia doentiamente chiclete como elas fizeram. Não sei se “Cupid” é o meu single favorito delas (já que as próprias se superaram depois com “Windy Day” e “The Fifth Season”), mas, com certeza, é o melhor de 2015. Porra, dá até pra sair sambando, bicho… (Edit junho de 2021: aí outro parágrafo que envelheceu mal, já que o aegyo está MORTO e eu nem tenho mais do que reclamar!)

15. LADYBABY – NIPPON MANJU

TROFÉU CL DE MELHOR MÚSICA RUIM

*BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOM* com essa merda terrível rankeando altíssimo, quase pegando um top 10, enquanto suas favoritas morreram várias partes atrás!!1! Lady Baby! ❤ Falando sério, se vocês não gostam disso aqui, saibam que estão totalmente errados. Ou vocês estão levando a música pop oriental com uma seriedade equivocada, ou os seus parâmetros do que é ou não diversão estão muito distorcidos para que qualquer coisa lançada nesse nicho seja compreendida corretamente. “Nippon Manju” é uma tosqueira ma-ra-vi-lho-sa, com um vocalista de heavy metal australiano vestido de empregada se juntando a duas pirralhas idol fofinhas para cantar sobre os produtos de exportação japoneses enquanto, na maior cara de pau, divulgam uma loja de fantasia. E para piorar, a música é REALMENTE boa, instrumentalmente pesada, com uma letra divertida de acompanhar, um refrão grudento. Um dos maiores momentos de 2015!

14. IKON – WHAT’S WRONG?

MELHOR MÚSICA DE BOYGROUP

Eu sei que o queixo de vocês deve ter ido ao chão nesse momento, mas, sim, a melhor música de um boygroup em 2015 venho do iKON. “What’s Wrong?” em vez de pegar os lados farofeiros barulhentos EDM do BIGBANG, ou os de raps patéticos, ou reciclar deles as baladinhas R&B mela cueca, escolhe aquilo de mesclar pop/rock com eletrônico da YG que, quando bem executado, realmente fica memorável. Toda a faixa é maravilhosa, mas a estrofe final com eles gritando “if you ever love somebody say yes!” é a minha favorita. Uma pena não ter sido selecionada para o finado 2NE1 ou para o debut do BLACKPINK, mas meu bias Bobby, B.I. e os dançarinos mandaram muito bem aqui, então é deles esse posto.

13. RED VELVET – AUTOMATIC

“Ice Cream Cake” e “Dumb Dumb” (a caminho) fizeram muito mais sucesso e são as faixas que imediatamente surgem nas nossas cabeças quando remetemos o Red Velvet a 2015. Mas “Automatic” é uma gema escondida que faz das cinco platinadas de azazel algo acima do normal na competição. Outros grupos conseguem vender “red” muito bem, mas quase nenhum outro mantém o mesmo nível no “velvet” como elas. Ooh, céus, a melancolia desse instrumental é tão agradável. Amo o fato das cinco terem entendido o minimalismo característico desse tipo de produção R&B e limitado suas performances vocais a apenas seguir a melodia proposta e não inserir sei lá quantos melismas e agudos desnecessários. Porra, é elegância demais! Cada elemento sonoro colocado fez a diferença e a maneira como tudo foi montado me fascina. E de quebra, temos ainda um videoclipe maravilhoso sem o menor sentido, com os jogos e cortes de câmera que acabaram virando a “marca visual” do grupo.

12. 9MUSES – HURT LOCKER

FAROFAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Mesmo com o 9MUSES mortinho da silva atualmente, em 2015 a Star ainda dava uma foda para a carreira delas, soltando uma série de mini-álbuns ao longo do ano. Tudo foi muito ótimo. A melhor de todas as músicas foi “Hurt Locker”, um EDM/Eurodance es-pe-ta-cu-lar, com camadas que vão se grudando e crescendo até que tudo exploda num refrão absurdo. Cada parte da música está em seu devido lugar, com uma fórmula que até pode ser básica (é como se fosse um número do Euro Vision em coreano), mas que, de fato, funciona. E o rap da Euaerin? Puta que pariu…

11. STELLAR – VIBRATO

Stellar lindíssimas descendo e subindo nas pirocas imaginárias! Sou apaixonado por artistas que resolvem responder às reações negativas da mídia e da audiência em suas músicas. “Vibrato” não é só foda por conta do pop/funk espetacular do Sweetune, como por toda zoeira no MV. Quer semiótica maior que representações de vaginas em bolsas abrindo, melancias cortadas, buracos em persianas e lábios grudados pelo batom? Elas viram que os coreanos são uns punheteiros hipócritas e combateram isso indo ao limite da sensualidade esperada por girlgroup assim. Me renderam uma nota 10 na faculdade e serviram um dos trecos mais transgressores do K-Pop. No futuro, as pessoas, mais esclarecidas, evoluídas, olharão para o passado e reconhecerão o quão especial foi “Vibrato”. Pararam a internet e o meu coração… #DonasDoMeuCu

Ladybaby Japanese GIF - Ladybaby Japanese Future - Discover & Share GIFs

It is what it is, crianças e saudosos da pangeia. Agora, só restam as 10 mais. Chutem aí que vai aparecer.

Marotos spoilers: o top 10 é composto por 4 faixas japonesas e 6 coreanas. Do lado do J-Pop, duas das músicas são da mesma j-véia, uma é de uma banda e a última é de um trio eletrônico que apareceu nessa parte. Já do lado do K-Pop, uma das músicas é de uma solista que apareceu várias vezes na lista e as outras 5 são de girlgroups, incluindo as donas do aegyo mais fofinho, do melhor MV e da melhor album track. Alguém arrisca?

12 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [25-11]

  1. Não sei se algum outro ano supera 2015 no k-pop.
    Parece que quase todo mundo se empenhou em dar o seu melhor nesse ano, pqp.
    São todas músicas que rodam até hoje nas minhas playlists e eu nunca pulo as faixas. Hurt Locker farofão maravilhoso com elas sendo gostosas demais, View que me dá uma sensação tão boa e hoje um pouco de melancolia até, não sei explicar (e ainda tem Married to the Music que tem que estar nesse top), Candle é meu HINO de gostosa, e Automatic… Meu Deus, eu acho tudo nesse conceito tão chique e sensual, é uma das coreografias do RV mais lindas de se ver.
    Como é bom reviver esse ano, muito obrigada pelos mimos.
    ps: levemente ofendida por achar o debut do Twice melhor que o do Miss A, mas entendo que gosto é gosto e a cena da Momo na máquina de refrigerante realmente é o auge.

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  2. “C Chou Venus” e “Nippon Manju”… duas músicas tão trash, mas ao mesmo tempo TÃO BOAS…

    Pra mim, essa fase roqueira-escrachada do Ladybaby foi de longe a melhor das três eras do grupo, muito divertida de acompanhar (embora a era atual roqueira-“séria” também seja bacana). A saída do Ladybeard foi uma pena, já que ele dava o diferencial pro grupo, mas pra mim a saída da Rei foi ainda mais triste, já que parece que houve uma treta séria por trás da saída dela (enquanto o Ladybeard saiu de boas, tanto que até fez participação especial num single da formação atual do Ladybaby).

    Isso posto, a paródia que o Galo Frito fez de “Nippon Manju” ficou um lixo.

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      1. Sem dúvidas.

        Ah, e estou curioso pra ver a(s) música(s) do Reboot no top 10. Pessoalmente, minha favorita do álbum é “Baby Don’t Play” (inclusive uma das poucas músicas que elas chegaram a tocar como banda numa performance – se não me engano, “Candle” e “Rewind” só foram cantadas com coreografia, sem elas tocarem os instrumentos), mas desconfio que não será essa. Se bem que o Reboot é um álbum tão bom que qualquer música dele que entrar no top 10 é uma boa escolha.

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  3. Automatic acima de ICC = it’s what she deserves

    Acho que todo mundo já espera f(x) e WG no top 10, merecidamente, então nem perco tempo com isso. Ainda bem que If You Do está acima daquela bomba que é Just Right, até agora não me desce essa ter entrado no top 100 e ACIMA de outros hinos… É de longe a pior música que o Got7 lançou, pior que a imitação da YG que foi Hard Carry, pior que a genérica Never Ever, de TÃO ruim.

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  4. Ah, sobre “Candle”, faltou destacar o talento da Lim nas rimas; quem mais pensaria em rimar “poker face” com “joker face”?

    Mas falando sério, é interessante que o k-pop tem essa mania de enfiar raps em quase toda música, sendo que os trechos de rap frequentemente não acrescentam nada à música (muitas vezes inclusive ESTRAGAM ela)… mas “Candle” não só tem TRÊS raps diferentes ao longo da música, como TODOS eles se encaixam perfeitamente nela e dão uma liga muito boa. O que só reforça a genialidade musical das Wonder Girls.

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