TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [10-01]

E enfim chegamos ao fim do quinto top throwback do Miojo Pop, listando quais foram os 100 melhores lançamentos do asian pop durante o cataclísmico ano de 2015 (AINDA um oferecimento COVID-19). Muitas foram as ótimas músicas que passaram por aqui nos últimos dias, mas só 10 conseguiram atingir o ápice em tal ranking.

Sem mais enrolações, qual bop se juntará à epítome do citypop de Soul Lady, da Yukika, ao glorioso pancadão da Anda, What you Waiting For, ao baladão ultraemotivo da BoA, Fly, ao sex anthem Eclipse, da Kim Lip, ao rockzão poético She Hates Me, da Anna Tsuchiya, e ao pop heaven de Aladdin, do Wednesday Campanella, no panteão de bests of aqui do blog? Confiram…

10. IU – 23

Eu fico imaginando a cara dos engravatados da gravadora da IU quando ela chegou em uma reunião mostrando uma música onde zombava da hipocrisia do coreano médio punheteiro com o aegyo e criticava sua própria empresa por obrigá-la a interpretar mocinhas ingênuas apenas para aticar a imaginação alheia. Não sei se rolou alguma briga, mas, felizmente para todos nós, “Twenty-Three” existiu. Eu amo quando as pessoas conseguem usar a música para passar mensagens mais profundas, mas fazendo isso de uma maneira divertida e acessível, visto isso aqui ter sido o single mais popzão dela em muito tempo. Ponto pra ela, ponto para a Loen e um belo de um dedo do meio para todos os internautas tosquíssimos que tentaram sabotar esse lançamento. “Twenty-Three” vendeu pra cacete e a IU continuou riquíssima, influente e bem sucedida.

09. SHEENA RINGO – KAMISAMA, HOTOKESAMA

Já devo ter falado isso aqui, mas a Sheena Ringo deve estar entre os meus, sei lá, três artistas nipônicos favoritos da vida (pra ver como eu consigo separar as coisas, hahaha). Amo o trabalho dela solo, com o Tokyo Incidents e como tudo isso acaba se misturando no final das contas. Então, não há qualquer surpresa em imaginar o quanto eu pirei com o double-A-side que ela lançou nesse ano, com ambas as canções trazendo toda a riqueza instrumental e lírica de seus releases da década passada e, ainda assim, mantendo um apelo pop admirável e atual. No caso, o primeiro deles, “Kamisama, Hotokesama”, é ridiculamente pesado, com influências de jazz na maneira como vários ganchos e mini diferenças de andamento são adicionadas, além de uma certa cara mais folclórica e quase sobrenatural trazidas pelo enka e pelo uso de instrumentos tradicionais da cultura japonesa. Tem como não se empolgar com os momentos finais grandiosos dessa faixa? Melhor j-véia mesmo.

08. GESU NO KIWAMI OTOME – WATASHI IGAI WATASHI JA NAI NO

2015 foi um grande ano para o Gesu No Kiwami Otome. Eles conseguiram aperfeiçoar uma fórmula sonora servindo de molde para que diferentes – e boas – músicas fossem lançadas, sempre com a assinatura sonora da tal mistura de um andamento jazzístico com rockzão das massas, elementos do folclore nipônico e da música negra norte americana. De tudo o que eles mostraram naquele ano, o grande ápice foi “Watashi Igai Watashia Ja Nai No”, o momento mais progressivo de tal era do grupo. Céus, que música boa. Gosto de absolutamente tudo nela, de todos os momentos diferentes que surgem na backtrack, de cada oportunidade dada para que os instrumentos tenham o seu brilho mesmo que por poucos segundos, do piano extremamente melancólico em maior evidência, da voz de gás hélio do vocalista, de tudo. Não são raras as vezes em que me pego involuntariamente cantarolando partes da melodia no meu dia a dia. É tudo tão harmônico e perfeito, mas ainda assim sujo e interessante. Só mesmo o Japão para isso.

07. LOVELYZ – AH-CHOO

MELHOR AEGYO FOFINHO

Uma das coisas mais divertidas a respeito do Lovelyz é o fato de o aegyo infantilóide delas ser tão absurdo, mas tão absurdo, que a impressão final é de que toda essa interpretação, na verdade, é propositalmente tosca, fazendo com que tudo soe como uma paródia de outros grupos desse estilo. Eu quase consigo imaginar os DigiPedi mandando as gatas exagerarem nas expressões abobalhadas no MV acima apenas pela sacanagem. E o melhor de tudo é que isso funciona maravilhosamente, ainda mais com canções espetaculares como “Ah-Choo”, cuja base eletrônica synthpop parece mais ter sido tirada de algum videogame antigo. A propósito, aconselho vocês a acompanharem o clipe com as legendas, pois a tradução é um dos trecos mais ridículos da história do K-Pop. O white aegyo não fica melhor que isso não.

06. WEDNESDAY CAMPANELLA – MEDUSA

De uma porção de músicas lançadas pelo Wednesday Campanella nesse ano, elejo “Medusa” como a melhor. Sou louco pelo começo com os “eeeeeeeeeeehh” já explodindo sonicamente em nossos ouvidos, dando logo lugar para que o baixo surja com acordes gravíssimos e a guitarra faça a contrapartida mais alta. É uma doideira que fica maravilhosa com o vocal distorcido da KOM_I. Aí rola aquele break de house espetacularmente sórdido mais pro final, já fazendo o gancho para a segunda parte da faixa, que aumenta ainda mais a animação. É de tirar o fôlego. Não consigo pensar em nenhum número de música eletrônica lançado em 2015 melhor ou que, ao menos, se aproxime do que “Medusa” proporcionou. É como se o Wednesday Campanella tivesse a receita de uma magia negra que penetra com força no cérebro e a utilizasse através de sua música para colocar uma vontade louca de sair dançando por aí instantaneamente quando escutada.

05. BROWN EYED GIRLS – BRAVE NEW WORLD

O Brown Eyed Girls mostrou que tem muito mais bolas que todo mundo na Coreia do Sul ao chutar a bunda da gravadora delas, assinar com outro selo e lançar um full album cheio de hinos repletos de mensagens com duplo sentido disfarçados em uma temática sobre fucking física quântica (nunca esquecerei a zoeira com “buraco de minhoca” sendo traduzido como “fogo no rabo”), todos bem tocados, bem produzidos e bem cantados. Elas mostraram aí que, mesmo estando juntas há uma década, ainda tinham muito para mostrar. E a melhor de todas as músicas foi, justamente, utilizada como lead single. Se só a introdução de “Brave New World” já é capaz de arrepiar todos os pelos do meu corpinho, vocês já podem imaginar o meu estado de êxtase quando ela chega ao fim, certo? Do videoclipe fumado ao break de rap da Miryo, tudo me agrada. E a Gain nua coberta de glitter dentro de um satélite foi um dos troços mais lindos que vi na vida. Donas da disco music.

04. WONDER GIRLS – BABY DON’T PLAY

MELHOR ALBUM TRACK

Todas as faixas do “Reboot” foram maravilhosas e mereceriam uma vaga aqui nessa lista. Sério, todas mesmo. Só que, para ser sincero comigo mesmo e com vocês que ficam lendo as besteiras que posto, decidi eleger em minha cabeça qual a melhor em todas. Nesse caso, a minha veia roqueira de tiozão velho falou mais alto e “Baby Don’t Play” saiu na frente. O começo totalmente orgânico com a Yenny cantando sendo rapidamente infestado por sintetizadores eletrônicos que parecem ter sido retirados de algum fliperama é TÃO anos 80 que, imediatamente, me dá vontade de sair pulando por aí, ou dançando, ou praticando exercício de collant na frente da TV, ou resolvendo um cubo mágico, ou dançando que nem as meninas em San Junipero naquele episódio de Black Mirror, ou… Sei lá, bicho! VAMOS LÁ, TODO MUNDO JUNTO: BABY DON’T PLA-A-A-A-AY, DON’T PLA-A-A-AY

03. SHEENA RINGO – NAGAKU MIJIKAI MATSURI

MELHOR J-POP / MELHOR MÚSICA DE SOLISTA

O que esperar de alguém de fora cantando aquele tipo de samba/bossa feito como trilha para representar o Brasil em filmes gringos onde o Rio de Janeiro, a Amazônia e a Bahia ficam um do lado do outro? E se, apenas pela sacanagem, esse alguém fosse lá e enfiasse vários efeitos eletrônicos na voz, de maneira exagerada e incômoda, para ela fique mais robótica que a de um Vocaloid? Bom, nisso aí, a Sheena Ringo conseguiu o meu J-Pop predileto de 2015. Essa “Nagaku Mijikai Matsuri” é tão empolgante que é quase impossível que o seu corpo fique indiferente enquanto ela começa a tocar. Ela inicia pequena, mas vai evoluindo até chegar no refrão, só para mudar de direção nos versos seguintes e partir prum batuque violento e, depois, voltar a explodir e, novamente, desacelerar num bossão jazzístico excelente que leva até um final épico. Duvidam? Confiram ela com o apoio visual desse vídeo, onde uma japinha psicopata prende o namorado numa banheira, tortura ele e sai para dançar como se não houvesse amanhã. A vontade que dá é fazer tipo ela no final, se requebrando toda no meio do matagal. Eu sou um boy from rio e permito que você se aproprie do meu corpinho da minha cultura para bops assim quantas vezes quiser, Sheenão! Nisso, sobram dois capopes para encabeçar a lista do melhor ano do asian pop. Quem será que ficou em primeiro? Bom, não foi o Red Velvet… :V

02. RED VELVET – DUMB DUMB

MELHOR VIDEOCLIPE

Eu sou obcecado por essa aqui. Tudo sobre “Dumb Dumb” é tão espetacular. O instrumental mistura a levada e alguns ícones sonoros do funk dos anos 70, ao mesmo tempo que rolam vários sintetizadores eletrônicos de fliperamas remetentes aos anos 80 e as gatinhas creepy colocam seus vocais como se interpretassem um rap nos anos 90. O break com versos referenciando faixas do Michael Jackson é puro no-sense. O vídeo autodepreciativo, tirando sarro da linha de montagem que é o K-Pop em si, é um dos melhores em todos os tempos. “Dumb Dumb” é fácil a canção assinatura do Red Velvet, foi ela a responsável por tornar as cinco estrelas da manhã em um dos grupos mais importantes de sua geração, além de ser estabelecido boa parte do que seria o K-Pop feminino dali em diante. Mas calhou de a melhor demo da SM Entertainment nessa década ter ido parar com as irmãs do meio…

01. F(X) – 4 WALLS

MELHOR K-POP / MELHOR MÚSICA DE GIRLGROUP

Ninguém imaginava que depois do estouro sônico que foi “Red Light” o F(x) retornaria tão diferente e tão bem com um Garage House fodido como “4 Walls”, aproximando mais o grupo ao que é feito aqui no ocidente por grupos como o AlunaGeorge e o Disclosure que ao idol pop oriental. O minimalismo dançante aqui é espetacular, brincando com transições e andamentos que seguem o rumo da vozes delas e só estouram mesmo lá no último refrão. A letra é aquilo que o F(x) faz de melhor: falar sobre sexo de maneira metafórica. No caso, elas falam sobre como trepar com o cara/garota as faz descobrir diferentes coisas, viajar nos sentidos e por aí vai. O MV fumado é brilhante, o refrão é grude puro. Não é a toa que o colunista da Vice colocou isso aqui como o melhor K-Pop de 2015 e nem que os colegas do Jesus Usava Chanel colocaram como o maior K-Pop da última década. Num geral, pensando pelo conteúdo lírico e pela genialidade da produção na backtrack, talvez seja mesmo. “4 Walls” é o tipo de música que me faz dar graças a Deus por estar vivo nessa época. É delicada, bonita, energética, desperta o que de melhor há dentro de mim em um pouco mais de três minutos de duração. A maior música do maior grupo no maior ano do pop asiático.

ミ Esteriótipos sobre a Coréia do sul. | •Kpop• Amino

E, Brasil… foi isso aí que rolou de melhor em termos asianpopeiros no ano de 2015. 4 pro K-Pop e 3 pro J-Pop até então. Concordam? Discordam? Digam nos comentários. Compartilhem também as suas favoritas desse ano, assim poderei rir de seus respectivos péssimos gostos musicais, tal como vocês fazem comigo.

E caso vocês tenham chegado aqui por meio de algum link divulgado em grupos de Facebook ou Twitter e gostem de descobrir sobre canções mais antigas dentro desse nicho, saibam que vários outros posts especiais relembrando lançamentos de outros anos já rolaram nesse blog. Vocês podem conferir eles em formato de tops para 20202019201820172016 e 2010, ou em formato de playlist para 200020012002 e 2003.

22 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [10-01]

  1. Gostei do top 10, especialmente de “Baby Don’t Play” entrar nele! E a medalha de ouro pra “4 Walls” é merecidíssima (uma pena que a Sulli não participou dessa música).

    Acho que ainda é cedo pra saber que músicas entrarão no Top 100 de 2021, mas acho que é seguro dizer que esta aqui NÃO vai entrar:

    A primeira parte da música, mostrada naqueles vídeos divididos por “times”, já não era grande coisa, mas é impressionante como ela fica PIOR a partir dali…

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      1. Faltou alma, faltou coesão entre as partes da música, faltou originalidade… faltou tudo.

        Sem falar na Mnet vendendo a ideia desse reality como um “encontro de três mundos” e botando a música inteira em coreano… até “Nekkoya” do Produce 48 tinha tanto uma versão coreana quanto uma japonesa, com as performances misturando as letras e idiomas das duas.

        O programa já começou errado.

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  2. Que ano maravilhoso!! Saudades do F(x) servindo tuuudo, nunca entendi a SM dando as melhores músicas para o grupo mais mal trabalhado da empresa.
    Tenho orgulho de dizer que eu presenciei esse ano maravilhoso, com troços icônicos sendo lançados.
    Espero que ainda tenhamos outro ano icônico 🥰🥰

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  3. Passando pra informar que a gente amou o lobby da Shiina Ringo no top 10. Esse single duplo dela foi muito icônico mesmo, uma das últimas vezes que ela lançou algo com uma qualidade assim… digamos… mais apurada hahahah. Ótima lista no geral. 💗

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  4. Top 5 maravilhoso, mas eu substituiria o 3º lugar para 23 da IU – já que eu não manjo muito dos j-pop – e colocaria ah-choo em uma posição beeeem mais baixa.
    Como é bom relembrar 2015, uma pena que a maioria dos grupos morreu ou está quase morrendo. Na espera de algum ano ser tão bom quanto esse.

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  5. amei a lista toda do começo ao fim, tinham coisas que eu não conhecia/não acompanhei na época e vou ouvir com atenção depois. dúvida: vc pretende algum dia fazer posts pros anos que só tem playlist?

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  6. Eu fui ficando eufórico ao passo que o TOP ia terminando e Dumb Dumb ainda não tinha aparecido (nunca que ia imaginar elas batendo na trave assim)… só não fiquei decepcionado por não pegarem o primeiro lugar, pois é óbvio que você ia socar um garage house nele…

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  7. f(x) em primeiro lugar é a aclamação que o grupo merece, SM por que choras?

    Pena que não levou melhor videoclipe também, porque é um dos meus favoritos da história da música: aquelas cenas depois do gif da Krystal que aparece no post, com a Victoria emergindo da banheira cheia de flores e se transformando na Luna depois de levantar, nossa, poetic cinema DEMAIS.

    Em geral, top 10 excelente, primeira vez que eu concordo com as posições até kkkkkkkkkkkk (exceto essa do Lovelyz, vai, ruim demais aegyo)

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  8. Que ano meus amores, o top 5 tão icônico que qualquer faixa dessas poderia estar em primeiro lugar tranquilamente. Bateu uma tristezinha pensando que das 5 faixas só a sheena tem certa garantia de carreira futuramente…

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