O Japão recentemente não tem servido o tanto de bops na mesma proporção que rolava ali entre 2012-2017, onde vários e vários artistas soltavam vários e vários trabalhos todos os meses e conseguiam até mesmo bater de frente com o K-Pop em quantidade. E isso se mantém agora em 2021, com a playlist aqui do blog estando absurdamente desproporcional, com o lado coreano ocupando mais que dois terços dela.
Mas no último mês uma porção de acts soltaram algumas das faixas nipônicas mais divertidas e viciantes desses tempos. Como tem muito coisa para comentar, vou chamar isso aqui do pacotão em vez de raspa no tacho. E vou encerrar logo essa introdução, pois são QUINZE pancadões para eu rasgar seda sem perder a atenção dos vinte e três leitores que clicarão nesse post (vocês são uns preconceituosos com J-Pop, que vergonha).
Ah, e só separei coisas legais. Ou seja, nada do comeback de verão mais recente da Koda Kumi…
[ AiNA THE END – Romansu no Chi ]
A Aina, pra quem não conhece, é uma daquelas idols que, por uma série de fatores, acabam conseguindo acontecer e ganhar um brilho próprio fora de seus grupos. No caso, ela faz parte do BiSH (que eu adoro), um girlgroup meio “Dreamcatcher” em sonoridade (pra ficar numa comparação com o K-Pop), mas com o plus de a gravadora delas ter reunido garotas “fora do padrão” pro line up (lê-se: elas não têm uma aparência infantilizada). Pros que acompanham jams hipster de boates, ela é a grande gostosa de False Sympathy, do Mondo Grosso, que chegou a ficar em segundo lugar na lista de melhores de 2018 aqui do blog.
Com a atenção que ela vinha angariando, ela ganhou um debut solo oficial no ano passado, cuja era se concretizou no primeiro full album dela, “The End”, lançado no início desse ano. Agora, ela vem promovendo o que será o seu segundo álbum, “The Zombie”, marcado para sair no próximo dia 24 de novembro, que aparentemente reunirá músicas de dois mini-álbuns digitais, o “Dead Happy”, esperado pro dia 25 de outubro, e o “Born Sick”, que saiu no dia 20 desse mês. Nasceu doente, morreu feliz e agora viverá como um zumbi, entenderam? CONCEITO!
Das músicas do “Born Sick”, a que mais curti é, justamente, a que está sendo trabalhada como single: “Romansu no Chi” (“Romance de sangue”). Ela é um daqueles exemplares de faixas japonesas que misturar no pop elementos de rock, jazz e ska, mas com uma interpretação extremamente dramática, exagerada, como se fosse algum cântico de fim do mundo. Ajuda muito a Aina embutir uma performance vocal passional, gritada em vários momentos.
O resultado é catártico, como se vários sentimentos saíssem do peito ao longo de quase quatro minutos de duração. O solo de guitarra é lindo demais, a maneira como a track vai se contorcendo e dividindo em fones diferentes no final é agoniante. Sheena Ringo ficaria orgulhosa. Outra que daria orgulho à mamacita da extrema direito é essa aqui, ó…
[ Chanmina – Harenchi ]
Chanmininha segue seu caminho a um eventual sucesso no J-Pop. O feature dela com o Genie High (uma das minhas músicas prediletas desse ano até então) teve resultados bem bons nos serviços de streaming e agora que ela está preparando terreno para seu próximo álbum (leiam mais no post que o Dougie soltou anteontem), ela voltou com essa mesma sonoridade jazzística sapeca onde ela pode cantar como se estivesse bêbada às 4 da tarde de uma terça-feira em algum beco de Tóquio. Por mim, tudo excelente.
[ True – Storyteller ]
Já assistiram aquele anime em que o otaku pervertido morre em nosso mundo e reencarna como uma geleca azul num mundo de fantasia e instaura um regime ditatorial utópico após absorver um dragão ultrapoderoso? É maravilhoso! Aí rolou a segunda temporada dele esse ano que teve como tema de abertura essa belezinha cintilante aqui.
“Storyteller” me vende exatamente o sentimento fantástico e vibrante que “The Time That I Got Reincarned As a Slime” parece construir. É daqueles pop/rockzinhos coloridos e iluminados que dão uma energia a mais no fim do dia. Provavelmente só vai agradar otaquinhos que nem eu, que já contam com uma bagagem de OSTs nessa linha acumuladas ao longo da vida, mas aí a culpa é de vocês que não são assim.
[ PUFFY – Always ]
Lembram do PUFFY, aquela banda que originou o grande clássico da Cartoon Network “Hi Hi Puffy Ami Yumi”? Ela também estão de volta à ativa (não que elas tenham parado PARADO, mas nunca mais chamaram minha atenção de verdade) com ainda outro pop/rock/ska/jazzy que a galera lá do Japão parece estar adotando como tendência recentemente.
“Always” é bastante simpática e divertida de ouvir. Não é o tipo de coisa explosiva que impressiona logo de cara, mas agrada conforme nos deixamos levar pelo clima ensolarado que o instrumental propõe.
[ DISH – Ari no manma ga itoshii kimi e ]
Estão curtindo a onda pop/rock que está se embrenhando pouco a pouco no pop internacional (e no K-Pop, com TXT e outros)? Então vale a pena dar uma olhada nesse single do DISH (não confundir com o BiSH, da Aina The End mais acima). É bem “música de banda colorida adolescente” e o videoclipe é “artístico” demais pro meu gosto, mas é o tipo de coisa que, de novo, dá uns sentimentos legais e fofos quando escutamos. Se também for a de vocês, vão nessa.
[ SHE’S – Take It Easy ]
A thumb do vídeo no YouTube engana. Esses SHE’S não é um girlgroup com cinco gatinhas de cabelo igual, mas uma banda masculina que também faz uns pop/rocks adocicados bacaninhas de ouvir. O instrumental, a levada, a letra e o vocal do feioso lá constroem um pacote bastante agradável que me tiram um sorriso do rosto. Mais ou menos o equivalente japonês masculino de um fromis_9 da vida.
[ w-inds – Strip ]
Eu não tenho a mais remota ideia do que que é um “w-inds”, mas o grupo (que o Google diz que é um trio, mas só dois estão aparecendo no clipe) já está sem seu DÉCIMO QUARTO álbum de estúdio, com essa “Strip” sendo o carro chefe dele que virá em breve.
Com esse título, poderia ser um pancadão sexual pro Wonho rebolar besuntado de óleo enquanto geme por três minutos, mas calha de a faixa ir prum lado mais “funkzinho de grupo masculino da SM” que me é ainda mais satisfatório de ouvir.
[ ATARASHII GAKKO! – Pineapple Kryptonite ]
A 88rising tem umas escolhas… curiosas de artistas para promover internacionalmente. “Pineapple Kryptonite” certamente será o bagulho mais fumado (aos ouvidos e aos olhos) que vocês ouvirão em um bom tempo. E eu VIVO por birutices assim vindas do Japão! ❤ Pelo amor de deus as quatro toscas vestidas de colegiais deitando o alienígena na porrada no meio do deserto enquanto toca um trance merdavilhoso com elas sussurrando no refrão. ❤ Icônicas demais! ❤
[ BRAHMAN – Slow Dance ]
Essa aqui só deve agradar uns dois ou três que chegarem aqui no post, mas eu sou um roqueirinho safado e gosto quando grupos metem uns trecos folclóricos no instrumental para dar mais peso à música. Então, yay, que hino! #RockWins
[ Capsule – Future Wave ]
Carros são o novo fetiche do Nakata? Já é o segundo clipe do Capsule dirigindo, o Perfume também fez isso no de “Polygon Wave”, capaz da próxima ser a Kyary. “Future Wave” é mais uma delícia da dupla nesse ano. Não é tão explosiva (e SOTY Contender) quanto “Hikari no Disco”, mas lhe serve perfeitamente como um follow up divertidíssimo. Como é bom viver nesse momento da história onde o Nakata voltou a prestar musicalmente, caras. Vocês não sabem os anos de sofrimento que passei.
[ Polkadot Stingray – Diver ]
Tinha botado o olho nessa banda aqui por conta da OST ótima deles pro anime péssimo do Godzilla lá na Netflix. Agora em “Diver”, eles aparecem um pouco menos barulhentos, mais contidos, mas ainda mantendo a energia pop mais agressiva. É bem J-pop rock in a nutshell isso aqui, talvez valha como uma porta de entrada para quem queira começar a entender esse cenário. Pra eu que sou burro velho, é mais outro jam ótimo que agregará muito em minhas playlists.
[ Genie High – Takkyu Monkey ]
Falei do Genie High mais acima no parágrafo da Chanmina e eles estão promovendo seu mais novo álbum de estúdio, “Genie Star”, que saiu no comecinho desse mês. Dentre as faixas dele, uma das escolhidas como single foi essa gracinha aqui. Achei bem diferente do feature com a Chanmina, mais “normal” dentro do nicho do pop/rock japa num geral, mas também é bem divertida. Vou dar uma ouvida no álbum e se rolarem coisas ainda melhores eu incluo na playlist desse mês.
[ Sokoninaru – Brilliant City ]
Mais rockzinho, dessa vez com uma construção mais “épica” da parte do instrumental. Acho que vai casar legal com vocês aí que também curtem DAY6.
[ Miyavi – New Gravity ]
Essa aqui está TÃO BOA! Já mencionei o Miyavi aqui no blog algumas vezes, mas pra quem não lembra, ele é um tiozão guitarrista que vai alternando sua carreira entre colaborações com outros artistas, onde ele produz e toca as faixas enquanto os convidados cantam, e lançamentos mais convencionais, em que ele é o vocalista. Caso dessa “Gravity”, que me soa como uma música de videogame de corrida para playstation 2 ou algo do tipo. O solo de guitarra no final é tão violento que a gente precisa sair de cadeira de rodas depois de ouvir.
[ Mizki – River ]
Encerrando o pacotão, essa mina aí que nunca ouvi falar, mas que me indicaram no Twitter por saberem que eu gosto de gostosas japonesas fazendo baladões R&B eletrônicos que parecem vindos dos anos 2000. Uma graça.
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