Relembrar momentos legais do passado é sempre bom. Por isso, amo fazer esses tops throwback, pois me vejo de volta, através dessas músicas, em períodos muito bacanas da vida onde elas tocaram.
Adoro o ano de 2014 no asian pop. Foi um ponto de explosão de blogzinhos fundo de quintal que falavam desse nicho, vários artistas que gosto muito vieram com trabalhos emblemáticos, e embora não seja um período de muita variedade, os acts mais fortes soltaram álbuns tão bons que supriram em quantidade e qualidade o tanto de coisas para formar um listão como o que virá a seguir.
Btw, como sempre chega gente nova no blog nesses best ofs, é válido destacar algumas coisas:
MARAVILHOSAS REGRAS
O top é meu, baseado única e exclusivamente em minha opinião, minha subjetividade. Então, coisas como charts, vendas, popularidade e relevância pra o meio em nada influenciam isso;
Meu maior critério de escolha, na real, é o quanto as faixas duram em minhas playlists diárias. Quanto mais ouço, mais alto ela aparece. Mesmo que eu considere uma música “melhor” que outra em questões técnicas (exemplo aqui com uma do Mamamoo), se eu ouvi pouco conforme os anos passaram, tchau;
Vocês têm todo o direito de discordar das minhas opiniões e até sugerir outras melhores para as posições ocupadas, mas saibam que estarão errados, pois meu gosto musical é perfeito. Bjokas.
Posto isso, vamos lá!
100. FEMM – WE FLOOD THE NIGHT
O “Femm-Isation”, debut album do FEMM, me é um desses marcos culturais dentro do J-Pop. Ou melhor, dentro do mundinho indie do J-Pop, já que o grande público nipônico cagou e andou para as manequins, que seguem desconhecidas por lá até hoje. Mas poucas vezes na última década um act japonês reuniu uma tracklist tão perfeitinha, sem fillers ou gorduras desnecessárias. A proposta nele (e do grupo até então) era colocar todo mundo para dançar, com elas aproveitando de sonoridades EDM dos anos 2000 para essa tarefa. Nisso, “We Flood The Night” abre o LP nos trazendo aquela sensação de que estamos prestes a deixar todas as nossas preocupações de lado e mergulhar num mundo colorido e vibrante, porém piranhão, de escapismo musical. Nada melhor para abrir essa lista.
99. PERFUME – CLING CLING
Vejo “Cling Cling” como uma filha estranha do Perfume. Uma filha adorável, divertida, que aprendi a amar com o tempo, mas que ainda é estranha. A mistura do eletrônico do Nakata com algumas estéticas folclóricas da China resultou num número igualmente esquisito e bonitinho. À época, meio que passou despercebida por mim (ainda estava ouvindo o “Level3”, não me julguem), mas tenho a impressão de que o trio derrapou tantas vezes depois disso que, em comparação, “Cling Cling” até se tornou melhor. Mil vezes um Perfume ousado nas ideias, porém imperfeito, do que algo mais polido, porém bocó naquilo de EDM-grass. Foda-se o EDM-grass, Nakata. Você nunca foi bom nessa merda! (btw, no final do clipe elas tiram um vibrador de dentro da pasta?)
98. GIRLS’ GENERATION – MR. MR.
Essa aqui gerou bastante controvérsia na época. E nem estou falando da disputa com o 2NE1 (que elas ganharam DE LONGE, já que “Come Back Home” é o PIOR K-Pop da última década), mas por uma galera dentro da fanbase mesmo ter torcido o rosto com “Mr. Mr.”, que jamais foi tão ruim quanto pregaram. Claro, não é a coisa mais interessante da discografia do Girls’ Generation (tem coisa melhor no próprio mini, já chego nisso), mas ainda segue como um electropop pesadão e esquisito muito legal. A bridge com o instrumental crescendo e tudo explodindo em gritos de Tiffany, Jessica e Taeyeon é uma maravilha.
97. AFTERSCHOOL – DRESS TO KILL
Eu ainda hoje rio com o engrish da avex/pledis nesse LP do AFTERSCHOOL (escrito assim mesmo, em caixa alta e tudo junto, pois elas estava no Japão). “Dress To Kill” (vestir pra matar) não faz o menor sentido. O correto seria “Dressed To Kill” (vestidas para matar!). De qualquer forma, tá aí outro grande álbum de J-Pop da década passada. Se pá, é o MELHOR álbum de um ato capopeiro na ilha vizinha. Todo ele vai num climão mais sombrio, como se fosse uma trilha de filme de suspense futurista. E isso se reflete bem na faixa título, recheada de sintetizadores graves e com uma guitarra stoner que dá o tom. Grande bop!
96. FEMM – THE REAL THING
Yup, já tem mais FEMM na lista. E ainda vai rolar muito mais. Das músicas do álbum, diria que essa aqui é a que tem a “mensagem” mais forte. No caso, elas cantam sobre o que há de real ou não em relacionamentos online, um tema que, com quase uma década já passada, segue mais atual que nunca. Só que numa fórmula chicletona e com um instrumental que parece uma mistura das produções do Timbaland nos anos 2000 com algo que estaria no “The Fame”, da Lady Gaga. Pontos extras ainda por elas estarem vestidas como a Astronema, de Power Rangers no Espaço, no videoclipe.
95. F(X) – DRACULA
Ainda nessa de grandes álbuns da década, já era óbvio que uma porrada de coisa do “Red Light” apareceria aqui, não? Essa é a melhor era do f(x), com as melhores e mais transgressoras (pros padrões do K-Pop, huh) do grupo. Sempre digo que o “Red Light” é dividido em dois lados. Tem uma parte mais sapeca e suingada, e outra clubber, porradeira, com influencias do EBM sombrio dos anos 80. “Dracula” tá nessa segunda, com um estilo teatral acompanhado de gritos e efeitos sonoros por trás que ampliam a proposta da música. Essas rookies atuais que gostam de pagar de meninas más adorariam ter uma dessa no catálogo. Hino! [1]
94. SUNMI, JACKSON – FROZEN IN TIME
Falando em vampirices, em 2014, Sunmi estava de volta à JYP já com um sucessão nas costas (“24 Hours”, do ano anterior) e encabeçando um álbum solo antes de todas as amigas de Wonder Girls. O “Full Moon” é recheado de pérolas, mas também marca por outro motivo: o velhote fez questão de socar o máximo de gente da gravadora que dava como feat. apenas porque sim! ❤ Nessa, tivemos “Frozen in Time”, colaboração dela com o Jackson, do até então iniciante GOT7. A faixa é um R&B de motel bem Tinashe, bem SZA, que dá vontade de rebolar de calcinha com uma taça de vinho num sábado a noite.
93. 2NE1 – CRUSH
Um trabalho que eu meio que “fiz as pazes” depois de mais velho foi o “Crush”, do 2NE1. Sempre gostei muito do grupo, principalmente das faixas entre 2009 e 2012, a era de ouro delas. Só que eu estava num bode tão grande com a YG nessa época por atrasar TANTO esse segundo álbum que, quando ele enfim veio, fiquei meio “ah, agora foda-se também”. Mas o tempo passou, o grupo MORREU depois disso, e comecei a curtir as essas músicas porque NÃO SOBROU MAIS NADA. Enfim, “Crush” divertida demais. Uma irmã mais nova de “I am The Best”. Ao vivo fica ainda melhor, porque o 2NE1 sempre foi ótimo em vender o que canta ao público.
92. SOYOU, JUNGGIGO, LIL BOI – SOME
Vocês ainda não eram vivos nessa época, mas na metade da década passada TODO MUNDO resolveu soltar duetinhos R&B bonitinhos de cafeteria, geralmente de uma mina com um cara qualquer. A culpa disso foi (do AKMU e) desse feat. aqui da TãoVocê, do Sistar, com uns caras aí, que varreu os charts da Coreia do Sul por um tempão. “Some” é dessas músicas que envelhecem como vinho. Se na época que estava mais interessado em bangers para as pistas de dança, hoje, que sou velho e acabado, consigo genuinamente curtir algo mais simpático e aconchegante dessa linha. “Ain, Lunei, mas é música de cafeteriaaaa!” sim. E das ótimas.
91. SONAMOO – DEJA VU
MELHOR DEBUT
O debut do Sonamoo foi um desses eventos interessantíssimos dentro do nicho. Em 2014, esse estilo hoje tão comum de girlgroups fazendo “músicas de boygroups” era raríssimo. Então, algo como “Deja Vu” era um sopro de ar no cenário. E isso fica ainda melhor pelo instrumental ser bem o tipo de treco que o Pharrell Williams produziria para a Britney Spears nos anos 2000 (a música grita “Slave 4 U”). Depois disso, a TS Entertainment decidiu, primeiro, dar uma cara mais Red Velvet ao Sonamoo, depois jogou elas pro white aegyo, com nada disso funcionando e o grupo nunca chegando a acontecer de verdade. Mas o debut segue ótimo.
90. SORA AMAMIYA – SKYREACH
Vocês se lembram o que é um “Akame Ga Kill”? Vi aqui que assisti esse troço, mas não tenho a mais remota ideia sobre o que é esse anime. Isso que dá assistir a tantos shounens de lutinha genéricos, todos eles se misturam na cabeça com o tempo. Mas, enfim, calha de uma das OSTs dele, “Skyreach”, seguir em minhas playlists. Vez ou outra o YouTube indica ela pra mim quando estou ouvindo alguma outra animesong e, bom, aqui estamos. Ouçam aí e se impressionem com o tamanho do público nessa apresentação acima. Incrível como seiyuus eram, e ainda são, tão fortes na indústria fonográfica nipônica.
89. CL – MTBD
Eu olho pra trás e me sinto triste. Era pra CL ter acontecido há muito tempo, mas a YG detestava mesmo o 2NE1. Ela tinha o apelo, ela tinha o visual, o flow, a voz, a presença de palco, o apoio do Diplo, a atenção internacional. Só faltou mesmo o investimento. “MTBD” trouxe lá atrás esses raps farofeiros piranhudos de gostosas que hoje são enormes. A Jessi literalmente tem uma das músicas mais escutadas desse ano seguindo esse template. A CL deveria estar nesse patamar. O final com ela se alisando no chão enquanto geme o quão bonita e dura é a vida é arte pura. Sério: eu fui num museu e estava lá. Juro!
88. KING CREAM SODA – GERA GERA PO SONG
Okay, isso aqui é uma palhaçada e provavelmente só está aqui pelo puro lulz. “Yo-kai Watch” é um desses animes que eu sempre revisito, nem que seja através de cenas aleatórias no YouTube. E um pedaço ENORME do apelo está na música RIDÍCULA que eles utilizaram como abertura da série. “Gera Gera Po” é uma bobajada que não se leva a sério em momento algum, assim como o anime. Então, sugiro que vocês só apertem o play e se deixem levar pelo quão deliciosa é essa brincadeira – que muito provavelmente ficará grudado em suas cabeças por um tempão. Na minha ficou. Quase dez anos e essa maldição não se vai.
87. GIRLS’ GENERATION – SOUL
Mas voltando ao mini do Girls’ Generation, que é muito legal, embora pouca gente se dê ao trabalho de ouvir, lá no finalzinho dele tem a versão coreana de “Soul”. Esse é um single que elas lançaram em mandarim (!) prum jogo aí que não lembro o nome, mas que fica bem melhor na língua natal do grupo. Era tão bom quando compositores se preocupavam em criar refrães com letras, né? Estrofes inteiras! “Soul” é recheada de energia, um pop/funk pra se jogar nas pistas de dança e ainda com um tiquinho a mais de, perdoem pelo trocadilho, “alma” que números assim necessitariam. Segunda melhor do mini, a na próxima parte eu trago a melhor.
86. SHEENA RINGO – NIPPON
A Sheena Ringo é uma figura hilária. “Nippon” foi uma música encomendada pela estação de TV NHK para servir de tema no canal para a seleção japonesa na copa de 2014 (que foi sediada aqui no Brasil, inclusive, já que muita gente bradou que não ia ter copa, mas aí teve copa, olimpíada, e golpe e por aí vai). Mas essa ridícula é tão nacionalista que escreveu a letra como se fosse um canto de guerra, falando sobre o Japão utilizar os recursos acumulados, e enfrentar os inimigos na batalha com o cheiro de morte se aproximando e todo o mundo queimar em azul. É de uma cara de pau tão grande que simplesmente cativa ao final. Eu não consigo não amar essa senhora.
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E nos vemos na próxima parte.
2014, o ano das midtempos sensuais no kpop
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Mãe Diná ligou e mandou avisar que tem f(x) com Red Light no #1
Falando sério agora, não entendo até hoje as pessoas torcerem o nariz para Mr Mr quando o SNSD literalmente lançou Party. Galera, vamos ter prioridades nas críticas… Acabo concordando contigo em dizer que Soul é melhor na versão coreana, mas é porque eu sempre acho isso comparando qualquer versão em mandarim com a coreana.
Por mim cabia uma album track do Red Light em cada parte do top 100, viu…
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Pra mim cabia também
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mr mr para mim ta para sempre marcado como o último single coreano com a jessica no grupo, mas assim como a presença dela no grupo, o single foi esquecido.
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Eu não esqueço por conta daquele cover dessa música feito num music show pelo AOA, Girl’s Day e aquelas moças que tinham saído do EXID pra formar outro grupo (teria sido melhor se o music show tivesse chamado as EXID propriamente ditas no lugar das ex-integrantes, mas enfim).
Lembro que os sones em geral xingaram MUITO esse cover…
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