Enfim, chegaremos na metade desse listão, que compila quais foram os 100 maiores bops do ano de 2014 no pop asiático. E essa é também a parte onde vocês descobrirão que uma das músicas mais cultuadas de uma grande cantora aí, pra mim, é, tipo, top 5 só do álbum dela. Uh, polêmica?
E qual será essa cantora? Bom, não é a Koda Kumi! :V
55. KODA KUMI – SHOW ME YOUR HOLLA
Que tempos lindos eram esses onde tínhamos Kodão Kumi bem sapeca entregando o conceito marinheira pin-up 50s gostosona muito bem, pedindo para o cara mostrar a holla numa das melhores titles dela em tal década. “Show Me Your Holla” (huahuahua que eu ainda rio com esse título mesmo tanto tempo depois) soa como uma evolução eletrônica do que a Christina Aguilera fez no ótimo “Back to Basics”, com um pé no retrô, mas bem popzona, rebolativa, envolvente e por aí vai. O resto do álbum CAGA pra esse conceito, mas foi um puta lead single. E aí, quem quer eu mostre minha holla?
54. SHANNON – DAYBREAK RAIN
A Shannon surgiu para o grande público dando uma de BoA e dançando loucamente numa baladinha profunda, emocionante, bem tocada e bem cantada. É claro que ela vestir um terninho vermelho e mandar uns passos de Jazz/Balé Moderno no meio da chuva contou pontos para que “Daybreak Rain” se fixasse em minha cabeça, mas a real é que isso aqui carrega tudo o que é necessário numa power ballad para que ela faça a diferença no fim do dia. A forma como ela vai adquirindo elementos de trap até explodir ao final me causa arrepios até hoje. Uma pena pra Shannon ela nunca ter decolado de verdade. Era uma dessas solistas que pareciam ter algo a mais pra entregar.
53. HA:TFELT, LIM – IRON GIRL
“Iron Girl”, colaboração da Yenny com a Lim Feia nos trechos de rap, soa como uma balada post grunge, quase como uma versão um tiquinho mais light de algo que o Audioslave faria. A diferença de interpretações entre ambas é interessante de ouvir, com a primeira mais enérgica, meio debochada até, e a outra imprimindo um mix de sentimentalismo, depressão e sensualidade. Versos ótimos, refrão ótimo, resultado arrepiante. De certa forma, o encontro perfeito entre o traço mais alternativo da HA:TFELT com os elementos mais radiofônicos que o velhote (felizmente) queria para a tracklist. Uma maneira linda de abrir um álbum lindo.
52. AFTERSCHOOL – IN THE MOONLIGHT
Outra das minhas prediletas no “Dress to Kill” é “In The Moonlight”, um funkzão-latino-eletrônico explosivo (e ligeiramente sombrio, tal como a proposta do LP), com uma porção de ganchos espertos que ficam na cabeça durante muito tempo. As últimas repetições do refrão são intensas como um carrinho de montanha-russa descendo o trilho. Tenho a impressão de que se o Jamiroquai enlouquecesse e quisesse meter o bedelho do idol pop asiático para faturar uma grana a mais com a Ásia com algum act apadrinhado ou algo do tipo, esse aqui seria o tipo de coisa vinda do grupo.
51. GOT7 – A
Eita, um boygroup nessa lista? Pois é, eles até existiram em 2014, mas a proporção de músicas melhores vindas de acts femininos foi tão alta que eu nem me senti intimado a incluir números masculinos “apenas aceitáveis” só pra preencher cota. Dito isso, das duas presenças de caras que vocês verão por aqui, começaremos com o GOT7. Uma pena a JYP ter estragado tanto esse apelo inicial deles em emular sonoridades retrôs. “A” é um exemplo perfeito de canção pop masculina bem executada, chiclete, divertida e que dá vontade de ouvir várias vezes. E o clipe ridículo com eles sendo toscões pra Sana também é excelente. A propósito, mesmo com essa thumb cagada, o vídeo está no ar, podem clicar.
50. LEE HI, SUHYUN, BOBBY – I’M DIFFERENT
Quase ninguém deve lembrar, mas, por sabe-se lá qual motivo, a YG resolveu montar uma unit com a Lee Hi e a Suhyun, do AKMU, chamada… Hi Suhyun. Yup, criatividade para nomes de units nunca foi o forte da YG. Mas o empenho que não rolou pro nome veio em peso na música, com “I’m Different” sendo um popzinho funkeado vibrante e cheio de maldade delas, e do Bobby, que batia ponto em todos os lançamentos possíveis da YG antes do iKON debutar. O MV é legal demais, com elas duas disputando ele, o novo vizinho gato e bobão que não percebe nada, só pra no final descobrirem que ele já namora a Jisoo (ou é a Rosé?) e não tá nem aí pra elas.
49. FEMM – KILL THE DJ
Eu adoro o instrumental pesadão em “Kill The DJ” e como ele serve de base para uma interpretação tão teen, boba, bubblegum. É uma música idiota, mas de uma maneira divertida, empolgante e que se sai bem melhor nessa proposta que 98% dos atos ocidentais atuais que tentavam à época (sim, isso foi um shade para Charli XCX). Btw, se alguns de vocês ainda não deram chance ao FEMM, essa aqui é uma boa porta de entrada, encapsulando o que é o duo numa totalidade: clipes de baixo orçamento, figurinos safadíssimos e bops radiofônicos retirados de alguma coletânea Summer Electro Hits. Podem dar play.
48. BOA – MASAYUME CHASING
“Masayume Chasing” deve ser uma das músicas mais subestimadas e maravilhosas do repertório japa da BoA. A letra passa uma mensagem tocante e a interpretação vocal excelente dela sobre o instrumental meio transcendental deixa tudo ainda mais convincente. O modo como tudo explode sonicamente no refrão não só é arrepiante, como realmente passa uma sentimento de alegria e força para seguir em frente. Não é a toa que essa acabou se tornando uma das OSTs mais icônicas de “Fairy Tail” – e talvez a última realmente memorável. Ouvi muito na minha época de rádios online, continuo ouvindo hoje em outras plataformas.
47. WAGAKKI BAND – ZENBONZAKURA
O álbum de covers de vocaloids da Wagakki Band! ❤ Porra, como a mistura de elementos folclóricos com rock‘n’roll deles me soa agradável. Por mim, todo mundo no J-Pop soltaria umas três ou quatro dessas ao longo da carreira obrigatoriamente. Pensem numa faixa como essa no “Made in Japan”, da Ayumi Hamasaki, por exemplo, que supostamente tinha um conceito clássico, mas, sonoramente, acabou rumando para outro lado. Tudo nos faz remeter ao que idealizamos ter sido o Japão há centenas de anos, com gueixas, samurais e misticismo. Por curiosidade, a versão original da Hatsune Miku também é maravilhosa.
46. 2NE1 – GOTTA BE YOU
Acho que “Gotta Be You” é a música que mais ilustra a minha má vontade para com o 2NE1 nessa época. Tinha achado ela péssima, muito por conta desse sintetizador que parece um grito de gato que rola pela maior parte dela. Mas o tempo passou e caí de amores pelo que as quatro fizeram aqui. Sabe aquela estrutura que todo mundo elogiou no BLACKPINK em “As If It’s Your Last”, com os versos sendo mais prum batidão, mas aí surge um refrão synth dançandinho? O Teddy já tinha feito ela todinha aqui! E ainda melhor, pois a bridge é ainda mais intensa e emotiva que a do BLACKPINK, então o resultado é imbatível.
45. FEMM – PARTY ALL NIGHT
“Party All Night” também é tão boa. Os versos zoados, o refrão grudento, o instrumental chupinhado do Daft Punk. Não tem quem não se sinta intimidado a imitar um robozinho quando chega esse refrão. Só pessoas sem alma. Mas aí, essas pessoas já seriam robôs, então isso nem faria sentido. A título de curiosidade, a letra foi feita para alfinetar uma lei japonesa tosquíssima que proibia que as pessoas dançassem depois da meia-noite. É uma narrativa aleatória, mas montada tão bem que, de fato, eu consigo acreditar no poder do FEMM de colocar a galera pra rebolar a raba de madrugada. Ou pelo menos as dezenove pessoas que devem escutar elas por lá.
44. SISTAR – TOUCH MY BODY
Deixando os flops de lado, mas voltando praquilo de músicas que, na época, não prestei muita atenção, mas hoje grito que são hinos, “Touch My Body” certamente foi a grande assinatura do Sistar em 2014. É o grupo cravando de vez o ideal de summer girls com um bop de refrão grudento e melodia sing-along. O bizarro é que eu me lembro de implicar com o Sistar por virem com essas bobagens radiofônicas laboratorialmente feitas com o único propósito de divertir e fazer com que os ouvintes se sentissem bem. Hoje em dia, é justamente o que mais me faz sentir falta delas. Aah, a Bora, em especial, está gostosíssima nesse vídeo, é necessário grifar.
43. F(X) – ALL NIGHT
Eu adoro que o dedo do Teddy Riley se faz bem presente nessa aqui, que é praticamente um amálgama do new jack swing dele com disco – tudo envolto na embalagem de produção sul-coreana em tornar quase tudo acessível aos ouvidos gerais. A grande maioria das faixas do “Red Light” carregam uma “tensão” sonora característica (que é parte do que torna ele espetacular), mas há uma leveza tão refrescante em “All Night” que faz dela uma das que mais repito nele sempre que escuto. Em termos que a galera dessa geração entende: esse é o “lado velvet” do f(x) no álbum. E a música que funciona como uma continuação dessa consegue ser ainda melhor. Que hino! [4]
42. STELLAR – MARIONETTE
Nossa, que saudade do Marionette’s gate! O hate em cima disso aqui foi tão grande, tão exagerado e tão engraçado que sinto até uma certa pena de a música ótima ter ficado em segundo plano. Em retrospecto, “Marionette” é uma das melhores representantes dessa onda de midtempos sensuais que imperava na época, sendo instrumentalmente pesadíssima, intensa e deliciosamente bem interpretada. Não foi a melhor coisa do Stellar em 2014, e hoje a produção talvez soa ligeiramente amadora, mas foi hiper eficaz como um “re-debut” que colocou de vez o grupo no mapa de grandes gostosas do K-Pop.
41. JOLIN TSAI – PLAY
Risos. Antes de tudo: não me matem, quatro fãs da Jolin que acompanham o blog. Eu sei que “Play” deve ser a música mais celebrada do álbum do mesmo nome dela em 2014, eu sei que o clipe é icônico e tudo mais. Porém, tem umas outras quatro que eu curto mais na tracklist, então ela morre aqui mesmo, fechando a primeira metade da lista. “Play” faz jus a todos os adjetivos que já deram a ela: a ideia de colocar uma letra super crítica e fechativa num instrumental que é a pura farofa cheia de bacon é excelente. Os breaks diferenciados depois de cada refrão são requebrativos demais. Como o Dougie disse na lista dele: é a farofa que a Madonna tenta lançar há anos, mas nunca conseguiu. Enfim, um grande hino.
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E agora só faltam as 40 mais. A partir da parte seguinte, cada posição será disputadíssima, com todas elas sendo canções que fortíssimas desse ano e por aí vai. Será que suas favoritas aparecerão ou serão ignoradas igual ao Red Velvet?
Eu daria uns 10 grupos da quarta geração para ter sistar cantando música de verão de novo enquanto eu danço na minha piscininha de 400 litros.
Marionette é muito boooa, mas hoje em dia eu não consigo curtir como antes depois dos depoimentos delas. Um guilty pleasure total para mim.
Lembrei que quando o asian mix tape ainda esta vivo, play foi 1° lugar na lista dele de 2014 kkk
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All Night ❤
"Sabe aquela estrutura que todo mundo elogiou no BLACKPINK (…)? O Teddy já tinha feito ela todinha aqui! E ainda melhor (…)" mas isso aqui resume a discografia/carreira inteira do BP, amigo…
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“O resto do álbum CAGA pra esse conceito” – bom, convenhamos que a maioria dos álbuns da Kumiko só tem conceito na capa e no primeiro single, com o resto das faixas sendo a mesma combinação habitual de pop-rocks, R&Bs piranhescos e baladões longos…
Uma pena ver “Play” fora do top 40; é uma das minhas músicas favoritas da Jolin. Gosto bastante da performance dela pra MTV colocando essa música no final de um medley com “The Great Artist” e “Fantasy” – e chocando a Damares Alves ao colocar os dançarinos vestindo rosa:
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Quais sãos as músicas desse vídeo da MTV. Play, fantasy, great e tem outra?
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Bem observado. Sim, entre “Fantasy” e “Play”, ela canta “Honey Trap”
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