TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2022 [100-86]

E não é que o ano de 2022 vai acabar, galera? Foi um período e tanto. A pandemia “acabou” (não acabou de verdade, mas estamos todos vacinados), o Bolsonaro caiu (hahaha, cara patético, fugiu de passar a faixa pro Lula), eu me cansei demais com a minha faculdade socando três períodos num espaço de um ano. E o pop asiático, nesse meio, seguiu em nossos fones de ouvido.

É final de dezembro e finais de dezembro na blogosfera fundo de quintal significam listinhas de melhores do ano. Começo aqui a minha, com 100 músicas, dividida em 7 partes que, se nada der errado, irão ao ar de hoje até o dia 31. Como esses posts sempre costumam furar um tiquinho a bolha de leitores aqui de Miojo e atingir o público que quer saber quais foram os maiores capopes do ano vigente ou algo assim, algumas regrinhas para não iniciados:

MARAVILHOSAS REGRAS

O top é meu, baseado única e exclusivamente em minha opinião, minha subjetividade. Então, coisas como charts, vendas, popularidade e relevância pra o meio em nada influenciam nele;

Um mesmo act pode aparecer um monte de vezes, ainda que isso signifique cortar outro que teve só um singlezinho legal no ano. Representatividade numérica não conta tanto para mim;

Meu maior critério de escolha, na real, é o quanto as faixas duram em minhas playlists diárias. Quanto mais ouço, mais alto ela aparece. Nem tudo que é bom eu gosto e nem tudo que eu gosto é bom. Mesmo que eu considere uma música “melhor” que outra em questões técnicas, se eu ouvi pouco conforme os meses passaram, tchau;

Vocês têm todo o direito de discordar das minhas opiniões e até sugerir outras melhores para as posições ocupadas, mas saibam que estarão errados, pois meu gosto musical é perfeito. Bjokas.

Sem mais delongas, vamos às 15 faixas do primeiro corte. Here we go again…

100. SOFTBOILEDEGG – BAD GALS

TROFÉU CL DE MELHOR MÚSICA RUIM

Acho que é a primeira vez que eu abro a lista já com a melhor pior música do ano, mas esse deve ser um bom jeito de começar os trabalhos. Eu tenho zero ideia de quem são essas toscas aqui, mas adorei o fogo nos olhos delas em meterem um hip hop retrô tosquíssimo utilizando como conceito aquela moda hilária que tinha no Japão nos anos 90 onde as garotas “cool” (Ayumi Hamasaki) enchiam a pele de bronzeamento artificial, chegando a resultados tão laranjas quanto elas representaram nesse clipe. A música é ridícula, o vídeo é hilário (tem uma parte onde uma delas se joga no chão numa pista de boliche pra twerkar e fica parecendo uma lombriga de debatendo, achei camp) e o saldo final não poderia ser pior/melhor. Troféu “not bad meaning bad, but bad meaning good” da CL pra elas! ❤

99. NEWJEANS – HYPE BOY

Consigo imaginar dois tipos de reações extremas com eu matando “Hype Boy” assim cedo: da galera que AMOU o NewJeans esse ano indignada por isso aqui não estar umas oitenta posições acima, e da galera que ODIOU o NewJeans esse ano, que alegaria que isso nem deveria aparecer num top 100. De qualquer forma, eu adorei “Hype Boy”, é uma dessas músicas “refrescantes” do verão coreano, com um refrão mais viajado e encantador que dá vontade de fazer os passinhos que a as integrantes fazem no vídeo. O único “porém” dela é que, na minha opinião, ela acaba muito abruptamente. Podiam ter colocado uma bridge e repetido o refrão mais uma vez, assim ela pareceria mais completa e, de fato, estaria umas oitenta posições acima nessa lista.

98. WONHO – EYE ON YOU

MELHOR MÚSICA DE OPPA

Sigo vivendo pelos bons jams de Clube das Mulheres que o meu parça de academia Wonho lança todo ano. “Eye On You” não reinventa a roda, é mais outro electropop sombrio, sexy e rebolativo que serve, justamente, para ele requebrar e alisar o corpo no videoclipe, mas parte da graça de acompanhar a carreira do Wonho é essa, então, yay, “Eye On You” hino. Por curiosidade, não coloquei nenhuma música de boygroup coreano na lista, então parabéns para o meu brother Wonho, que leva agora o título de melhor música de oppa em 2022 pela total falta de concorrência à altura!

97. SUNMI – HEART BURN

A Sunmi tem a incrível capacidade de conseguir imprimir a personalidade dela a cada lançamento. Não importa o tipo de música, ela sempre consegue fazer com que o material final soe tão esquisito, nublado e sensual quanto ela aparenta ser em sua persona idol. Tem vezes que ela erra bastante (vide “Noir”, um dos piores trecos dos últimos anos), e tem vezes que ela acerta em cheio, como aqui em “Heart Burn”, que tem um pouquinho de country, um pouquinho de folk estadunidense, mas sempre com aquele pézinho no pop retrô que ela adora abordar. Pontos extras por ela conseguir continuar estonteante mesmo com esses vinte quilos de cabelo que colocaram nela.

96. BRAVE GIRLS – WHISTLE

Hehehe, o Queendom, né? Incrível como quase todo mundo, o tempo todo, tomou decisões péssimas nesse programa. Mas calhou de as comadres do Brave Girls (onde foram parar?) terem conseguido, na final, a melhor música em todas. Não foi o suficiente para terem qualquer chance de vencer, mas “Whistle” ainda é um bopzinho de verão bem agradável, uma “Rollin'” 2.0 com o mesmo tipo de estrutura envolvente e que dá vontade de sair pulando pela casa. Num mundo ideal, essa música não teria se limitado ao programa e teria sido usada como single e dado segmento ao viral do grupo no ano passado.

95. KYARY PAMYU PAMYU – ISSHIN DOUTAI

Essa aqui boa demais também. Não sei o que que o Nakata tomou nos últimos tempos (talvez a Toshiko tenha juntado as meninas todas assinadas com ele e dado uma surra até ele prometer que iria parar de seguir trends atuais que datam fácil), mas tudo o que ele tá soltando com todo mundo está muito bom. É a primeira vez em muito tempo que não tenho que fazer ressalvas e posso indicar os trecos do Capsule, Perfume e, aqui, da Kyary, como destaques reais em seus repertórios. “Isshin Doutai” é uma doença mental maravilhosa, somando a esquisitice habitual da Kyary com uma levada dance oitentista que é puro bliss.

94. BILLLIE – GINGAMINGAYO

O debut do Billlie foi tão ruim, ainda mais por ser envolvido em tanto hype quanto foi, que jurava que nunca mais daria uma chance para essas aí. Mas a Mystic arrumou a casa e resolveu dar MÚSICAS DE VERDADE para SuA e as demais. E não é que deu certo? Gostei muito de muitas coisas delas, incluindo o “viral” (pffff) “GingaMingaYo”, que é uma dessas “músicas 100% bobagem” que funcionam muito com quem não leva o K-Pop tão a sério. Minha parte predileta é o final, em que elas repetem o refrão com um coro mais empolgado depois de uma pausa. É tipo um carro parando no sinal e depois arrancando com velocidade.

93. AESPA – ILLUSION

Já um que eu não curti tanto esse foi o do grupo cover aespa. Não entendo direito o motivo de a SM apostar em singles com elas que parecem umas colagens esquisitas (ou são pau moles igual isso aqui) se eles têm em suas gavetas coisas realmente legais e dentro do mundinho “urban futurista” que parece ser o mote do quarteto. “Illusion” é super divertida, envolvente e transpira essa atmosfera de um mundo controlado por robôs ou algo assim. E aí foi usada só como propaganda pra sei lá o que. Não é a toa que outros girlgroups de agências menores estão chamando tão mais atenção que as quatro musas do metaverso.

92. H1-KEY – ATHLETIC GIRL

O debut do H1-KEY deve ter sido um dos mais conturbados da nugulândia nesse ano. Calhou delas chamarem a atenção negativamente de uma galera “woke” (muitas aspas aqui, hein) pela letra de “Athletic Girl”, calhou de a maior mídia que elas conseguiram ser por uma das integrantes ter um pai militar e ter feito declarações aí, mas pouco se falou do quão legal foi essa música e clipe. É bem raro, hoje em dia, gravadoras apostarem em grupos que não sejam formado por pirralhas. E quando vem um bom assim, que vai sem medo nesse conceito Pussycatdolls de “somos grandes gostosas”, é sempre algo a se comemorar. Btw, o refrão aqui é, ó, *smack*, chef’s kiss.

91. SEULGI – 28 REASONS

Finalmente a Seulgi teve sua chance de brilhar sozinha. Chance essa que o público geral parece ter dado de ombros, mas que satisfez muito a galera ávida por um release conceitual sombrio e sensual nesses tempos onde Gain segue desaparecida. “28 Reasons” tem uma das linhas de abertura mais icônicas desse ano (“eu beijo seu irmão”, wtf) e segue tão provocativa, misteriosa, sorumbática e afiada quanto esse início por toda ela. Um debut solo no nível daquela época onde debuts solos realmente faziam a diferença no cenário e não eram só um trato de cavalheiros para que tal idol renovasse o contrato.

90. GENIE HIGH – PEAKY

Eu gosto demais dessa voz meio fofinha, mas também meio irônica, da vocalista do Genie High. Músicas como “Peaky” poderiam ser só mais um J-Pop/SKA qualquer em meio a tantos outros exemplares que a indústria fonográfica japonesa solta semanalmente, mas é justamente esse timbre sapeca dela que tira a faixa do normal. Toda a explosão de energia vibrante, colorida e eufórica fica com uma cara de que, na real, é tudo uma grande zoação com a nossa cara e que, só por nos deixarmos curtir isso, o Genie High está nos escrotizando como se fossem o Pedro de Lara numa câmera escondida. Sonzaço!

89. KWON EUNBI – FLASH

O terceiro mini da Eunbi foi o meu álbum coreano predileto desse ano. Ela atira pra diferentes estilos musicais e acerta em todos. Uma das faixas mais legais nele é “Flash”, um R&B elegante e sensual, recheado de camadas instrumentais sutis e bem montadas, no qual a Eunbi adiciona uma interpretação vocal mais sexy ao cantar sobre querer o “brilho” do cara dentro dela. São várias as passagens sexuais de duplo sentido, incluindo brincadeiras com dedos, mas postas dum jeito em que nada fica muito explícito. Me lembra muito o “lado velvet” do Red Velvet (mas da época boa do “lado velvet”, não dessas bostas atuais com sample de música clássica).

88. CAPSULE – START

Ainda outro álbum muito legal desse ano, mas do lado japonês da força, foi o do Capsule. Lançado quase agora, aos quarenta e cinco do segundo tempo de 2022, ele é recheado com esses electropops oitentistas (todos com um pézinho no citypop plasticloviano) que foi o estilo investido pelo duo nessa era. É aquilo de simplesmente ouvir e pescar quais as suas favoritas dentro desse cercadinho. Das inéditas, uma das que mais curti foi “Start”. Eu adoro como ela vai alternando entre ser um pancadão de clube gótico eletrônico e ser uma soundtrack pra Sonic remixada que fará os sonhos molhados de um NEET ou algo assim.

87. YAGI KAIRI – KIMI HE NO IKUSA

Ai, essa aqui excelente também. O J-Pop entregou muito esse ano, embora vocês aí, chatos pra caralho, só se importem hoje com o K-Pop. “Kimi he no Ikusa” é daquelas músicas gostosinhas que criam uma atmosfera animada na cabeça. E o melhor é que a Kairi nunca deixa a voz dela ir muito pro agudo, então a faixa é toda muito agradável e envolvente. Eu adoro que do nada tudo vira um single do BABYMETAL, mas aí entra um jazz junto do solo de guitarra e as coisas viram Sheena Ringo. Pontos extras para o videoclipe, que zoa com aquela estética “citypop” de a cantora dirigindo um carro.

86. BISH – FINAL SHITS

Ainda no J-Pop, um dos meus grupos idol favoritos do Japão, o BiSH, está naquele ciclo de despedida, pois todas as integrantes irão se graduar (provavelmente por a mais gostosa nele, a Aina, estar chamando mais atenção que as outras). O bom dessa despedida é que elas estão soltando uma porrada de singles com essa aura “estamos indo, galera”. E esse conjunto incluiu “Final Shits”, literalmente uma música de adeus, onde elas cantam sobre se separarem de alguém (dos fãs?) e colocam várias alegorias à morte do jeito mais maluco possível. Tudo por cima de um instrumental de anime shoujo legal demais. Um pisão nos grupos favoritos de vocês que só anunciam disband e deixam os fãs sem nada.

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Um beijo pro seu irmão…

E foi isso por hoje. Alguma surpresa? Algum palpite do que deve aparecer?

Se quiserem, vão compartilhando também na caixa de comentários quais as prediletas de vocês em tais partes. Amanhã tem mais!