TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2022 [55-41]

Quarta-feira, 28 de dezembro de 2022. Chegamos naquele limiar da semana entre Natal e Ano Novo em que fica mais ou menos mais para lá do que para cá, mas não tanto assim. Hora de jogar o que sobrou da ceia no lixo, começar a se organizar pro que virá daqui em diante, fazer aquelas listinhas de metas que não serão seguidas e prospectar um futuro melhor.

O que também significa que essa lista finalmente chega à metade e as coisas começam a ficar ainda mais quentes na hora dos cortes. E a sua favorita, será que aparecerá agora, mais pra frente ou sequer foi considerada, tipo “Hush Rush”, da Chae Yeon, que eu tinha esquecido que saiu? Uou, vamos descobrir…

55. AKO – ANGEL

Então, a Ako não é nem a Ado e nem a Abo da parte passada, galera. Ela é bem mais flopada que essas, hahaha. Só que, da trinca de nomes parecidos, foi a que soltou a melhor música. Acho que esse vai ser outro daqueles momentos “nossa, Lunei, por que que tu fica ouvindo essas esquisitices?”, mas eu sempre fico caidinho nesses popzinhos mais esfumaçados e com cara de hipster que só uma meia-dúzia de tatuados fumantes com o cabelo ensebado e remela no olho devem curtir para pagar de alternativos lá no Japão. A música toda soa meio “errada” no ouvido, e isso é o que faz dela muito certa para mim.

54. MAISONDES, MINAMI, SAKURAMOTI – AIOE

E lá vamos nós tacar mais animesongs na lista. Essa aqui é a do remake de “Urusei Yatsura”, que não teve muita sorte em distribuição aqui no Brasil, mas os anitubes da vida estão por aí, né. Como música, “AIOE” expressa bem o sentimento de extrapolação do anime, sendo “over” em TUDO: over energética, over animada, over eufórica, over descontraída, over bobalhona. É tipo aquela cena em “Os Sem Floresta” (grande clássico) em que o esquilo toma uma refrigerante. O que cola muito com o que um tema prum anime como “Urusei Yatsura” deve despertar no ouvinte. Um negócio muito divertido, tal como o próprio desenho.

53. PERFUME – SPINNING WORLD

Tinha um tempo que o Perfume não entregava um videoclipe com elas sendo tão bizarras quanto o grupo consegue ser. E esse, com elas encarnando bonecas de corda, é uma visão e tanto. No limiar entre o ridículo (dum jeito bom) e o que pode ser considerado conceitual. Melhor ainda por vir pra uma música tão legal quanto “Spinning World”, que é como se fosse uma OST de videogame 16-bits cantada. A surra que elas devem ter dado no Nakata fez efeito. Aposto que elas amarraram o twink da terceira idade e bateram com uma raquete de tênis nos costas dele até que ele prometesse uma música legal.

52. WEDNESDAY CAMPANELLA – ORIHIME

Nossa, o Wednesday Campanella nesse ano soltou bop atrás de bop. Tem UMA PORRADA de músicas deles daqui em diante. E vocês percebem que o nível delas está alto quando a primeira de tantas aparece bem no finzinho da primeira metade do top. Sendo outra dessas faixas com a estrutura-love-cherry-motion, meu coração se enche de felicidade com esses versos e com o refrão mais colorido, só pra outra metade de versos ser um treco mais pesado e, depois do refrão, virem uns sintetizadores tortos que deixam uma confusão legal na cabeça. Ícones da música eletrônica mesmo.

51. BISH – GOMENNE

Encerrando a primeira metade do listão e participação do BiSH nesse top (e provavelmente de qualquer outro top daqui em diante, né), fica aqui a minha música predileta do “adeus” do grupo. “Gomenne” (“Foi mal, hein”, tradução livre) é um adeus choroso do grupo, onde elas pedem desculpa por eventualmente não estarem mais lá e insistem pra que não levem isso tão pro pessoal. Isso é TÃO IDOL que não tem como não se sentir tocado. Principalmente por meterem um instrumental que parece de rock cristão atrás. Tchau, BiSH. Eu jamais perdoarei vocês por me deixarem.

50. TOOBOE – JYOUZAI

Mais música de encerramento de “Chainsaw Man”, porque sim! ❤ Esses sintetizadores que emulam soundtracks de jogos de fliperama trazer vida ao meu peito. Eu acho muito louco como esses artistas do J-Pop conseguem bolar umas músicas que são super tortas, mas ainda assim extremamente radiofônicas. O refrão em “Jyouzai” é mó chiclete, e mó contagiante. Consigo imaginar ele sendo cantado por um bêbado com a gravata na testa em um karaokê. E ser performada por um trabalhador deprimido afogando as mágoas num karaokê é um elogio e tanto para uma faixa assim.

49. NEWJEANS – COOKIE

Quem aí quer provar o biscoitinho do NewJeans? Ela assaram ele com cuidado, fizeram ele bem gostosinho e têm certeza de que, quem provar, vai querer mais e se viciar. Dispostos a quebrarem a dieta? O bafafá acerca da letra dessa música foi um dos negócios mais involuntariamente hilários desse ano. Queria entender qual foi o ponto de virada para o público do K-Pop se tornar tão pudico, mesmo com letras de duplo sentido tão bobinhas quanto a de “Cookie”. Enfim, música legal, não? Me cativa muito pela simplicidade do instrumental. Parece algo que a FKA Twigs faria a seu modo.

48. JUNNA – KAZENOOTOSAE KIKOENAI

E mais outra música de anime. Dessa vez, de um BL pós-apocalíptico sobre cogumelos gigantes e desertos. E o que melhor para descrever esse clima do que um rockzão eletrônico doentiamente dramático? Isso aqui parece um canto marcial futurista com toda a sua intensidade quase caricata. É vigoroso, ultraemotivo, impactante, desesperado. Ideal para sair pulando e se jogando com força em cima dos outros num show, ou para se imaginar fazendo isso enquanto ouve sozinho em casa, pois moramos no Brasil e nunca que uma cantora tão local lá do Japão, sem apelo internacional algum, viria tocar aqui.

47. CAPSULE – GIVE ME A RIDE

Essa aqui também é magia pura! O Nakata é um twink nostálgico desgraçado mesmo. Quando entram os primeiros sintetizadores em “Give Me a Ride”, já me sinto dentro de um comercial daqueles VHSs de exercícios que vendiam antigamente, com um elenco todo de gostosas utilizando roupa de academia e sacodindo cabelos estragados cheios de permanente enquanto um instrutor descamisado peludo manda elas fazerem os movimentos inúteis lá para ficarem saradas. O que me espanta em “Give Me a Ride” é que ela parece saída de uma capsula (rá!) do tempo em vez de parecer um remake de sonoridades daquela época. Um abraço pro Nakata, nunca reclamei (mentira, reclamei bastante).

46. JO YURI – LOVE SHHH!

Risos gostosos que eu devo ter sido o único da blogosfera a deitar para essa aqui. Só sei que minha vida foi absolutamente mais feliz esse ano toda vez que “Love Shhh!” começou a tocar em meus fones de ouvido. A Yuri consegui aqui transmitir muito bem o tipo de energia jovial que canções desse tipo necessitam. “Love Shhh!” é tipo aquele raio de sol que passa pelas nuvens e começa a clarear o dia, é tipo quando está um calor infernal e a gente dá o primeiro gole em uma latinha de Pepsi, é tipo quando alguém chega em casa e diz “trouxe pão!”. E falando em grandes bops que despertam felicidade instantânea…

45. NAYEON – POP!

Se tivessem pedido a minha opinião, teriam umas quatro meninas mais interessantes no Twice para debutar antes da Nayeon, mas toda a minha decepção foi por água abaixo quando “Pop!” saiu e ela entregou, tal como a Yuri acima, um vórtex de felicidade em formato de música. “Pop!” é a melhor música da Meghan Trainor que a Meghan Trainor nunca lançou. De novo, quando ela começa a tocar, é como se um botão virasse na minha cabeça, e aí eu me deixo levar pelo universo de alegria construído nesses quase três minutos de puro escapismo cintilante. Achava que a Momo seria a HyunA no Twice, mas foi a Nayeon quem lançou a “Bubble Pop” do grupo.

44. OFFICIAL HIGE DANDISM – MIXED NUTS

Entra ano e sai ano e sempre venho com o mesmo papinho em listas desse tipo: eu adoro quando artistas e bandas entendem perfeitamente a assinatura que as animesongs precisam ter para representarem os animes em que elas são utilizadas. Em “SPY x FAMILY”, um dos animes mais legais desse ano, uma das protagonistas, a Anya, adora assistir e ler sobre histórias de espionagem. E aqui o Official Hige Dandism serve um ska/rock que exprime muito bem a sensação de perigo, porém ligeiramente canastrona, que trilhas sonoras de obras desse tipo costumam ter. “Mixed Nuts” é uma nova pérola dentro do universo das animesongs. Se tiverem ignorado todas as outras OSTs que listei até aqui, comecem por essa. Vocês não irão se arrepender.

43. AYUMI HAMASAKI – SUMMER AGAIN

Eu acho que nem a própria Ayu imaginava que, em pleno 2022, soltaria algo “Summer Again”. Sinto como se o mundo tivesse adormecido no final da década de 2000 e acordado só agora, porque isso aqui estaria em casa em alguma coletânea As Sete Mais da Jovem Pan (quando a Jovem Pan não era um antro bolsonarista) um Summer Electrohits da vida. Ayu nos levou com esse farofão tribal diretamente para as praias de Ibiza, aproveitando o dia num iate cafona com um monte de brancos ridículos de dentes excessivamente clareados que acham que a tal da GKay lá é artista. Por mim, tudo ótimo!

42. ALICE – DANCE ON

Vou falar pra vocês que eu sequer lembrava (ou talvez nem sabia, sei lá) que aquele grupo Elris, da Sohee-que-não-era-do-Loona, tinha adicionado ainda mais trainees na formação e redebutado com o nome Alice. É um nome BEM RUIM prum girlgroup, pois impossível que esteja nos primeiros resultados do Google, mas, yay, bom pra elas. E bom pra nós, que tivemos esse ano “Dance On”, que revive toda aquela magia dramática de produções do Sweetune na era de ouro. Dou play e me sinto ouvindo 9MUSES, Infinite ou KARA. Isso aqui até estava mais acima na lista, mas um lançamento recente nessa mesma pegada meio que ofuscou elas (vocês sabem qual). Que refrão impactante, não?

41. TAEYEON – SOME NIGHTS

Pra quem não sabe, “Some Nights”, que foi trabalhada como b-side no álbum que a Taeyeon lançou esse ano, é uma reimaginação da suite “Solveig’s Song”, de Edvard Grieg and Henrik Ibsen, presente em uma ópera dos anos 90 feita para celebrar alguma coisa que não entendi bem dos reis da Noruega. O produtor sueco Simon Petrén retrabalhou a ideia e as melodias num baladão meio R&B, meio roqueiro, onde a Taeyeon entrega uma interpretação vocal passional ao extremo. É impossível não ser levado pela bridge e pelos momentos finais da faixa. É assim que se retrabalha música erudita no K-Pop, Red Velvet. E é assim que se lança uma balada, crianças!

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Foi isso dessa vez. A partir de amanhã, chegamos naquela parte da lista onde cada posição, de fato, conta, onde estão os maiores bops desse ano, rola um banho de sangue com várias fan favorites e por aí vai.

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2 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2022 [55-41]

  1. Na época que Pop! saiu, eu achei a música meio meh porque não trabalhava bem as habilidades da Nayeon como solista e era genérica demais. Mas hoje eu adoro a música e não consigo ver outra solista fazendo Pop! funcionar de maneira não irônica. Aliás, sou apaixonada no vestido de cereja da Lirika Matoshi que ela usa, acho icônico. Queria mesmo era um solo da Jihyo 😦

    Será que a Taeyeon interpretando a Courtney Love em Can’t Control Myself entra no top? No meu entrou. Adoro quando ela expõe uma veia mais dramática e sombria, como em CCM e Some Nights.

    Red Velvet lançou umas A-sides bem mid tier esse ano. Mas em compensação, as B-sides! Bamboleo pega um lugar no top 10 facinho.

    Curtido por 1 pessoa

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