TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2022 [40-26]

E enfim chegamos à trinca final de posts. O que quer dizer que, daqui em diante, todas as faixas realmente fizeram algum barulho em minhas playlists, a ponto de, em dados momentos, serem consideradas para o top 10. Só que a vida não é perfeita para todos, então tais delicinhas acabaram barradas da festa um pouco mais cedo. Mas só um pouquinho mesmo. Diferente de “Hype Boy”, que foi barrada um poucão mais cedo.

Sem mais delongas, vamos lá…

40. AYUMI HAMASAKI – NONFICTION

Mas é uma beleza ver uma j-véia trabalhando com, se preparem, orçamento! A Ayu na época do “Made In Japan” (foi a última era dela que eu acompanhei de verdade, não liguei muito pros singles depois disso) tinha que se virar com NADA e isso apagou muito do brilho dos releases daquela época. Então, ver ela com dois cenários elaborados, figurinos e dançarinos causa até palpitações. Me sinto de volta aos anos 2000. E me sinto de volta aos anos 2000 também por esse electropop cheio de efeitos de “Nonfiction”. Ayuzão alimentou muito bem os filhos de j-divas das antigas esse ano. Um pisão da Koda Kumi.

39. FUJII KAZE – MATSURI

Até hoje me casco de rir com o tuíte da pessoa falando que o Fujii Kaze é o Tiago Iorc do Japão. Deve ser por isso que o Dougie quer tanto pegar ele. E o pior é que eu tenho certeza que a Sheena Ringo meteria a porrada no Tiago Iorc. Será que ela tem vontade, então, de meter a porrada no Fujii Kaze? Bobagens de lado, “Matsuri” é uma música linda demais. É sempre muito legal quando misturam elementos do musiqueiro folclórico tradicional nipônico com canções atuais. Geralmente isso é feito com o pop/rock, mas o Kaze mandou bem demais ao meter dentro de um R&B/pop. Tudo me soa bem delicado e acabo absorto nas melodias que ele entrega.

38. KWON EUNBI – HI

Nossa, mas eu ouvi essa aqui TANTO. Lembro que ela tava no início da minha playlists de asian pops quando eu comecei a correr todo fim de tarde, então serviu como um tema pra dar ânimo nessa hora todo dia. “Hi” é o que gosto de chamar de “música jujuba”. A letra é aquilo de, enfim, descobrir (ou admitir pra si mesmo) que se apaixonou. Os versos trazem uma confusão de pensamentos, com o eu lírico tentando entender o que que tá rolando. E aí, no refrão, é o momento de se jogar, de admitir que tá afim e sair gritando que quer contar isso. A graça é que o instrumental acompanha esse “friozinho na barriga” gostoso de se apaixonar. Caso vocês aí já tenham se apaixonado alguma vez na vida, é impossível chegar ao refrão e não se identificar com toda a energia que ele passa.

37. WEDNESDAY CAMPANELLA – HIMIKO

Eu admiro demais essa capacidade do Wednesday Campanella de tirar sarro de figuras históricas do Japão. Aqui, eles retratam a Himiko, primeira imperatriz (de que se tem registro) japonesa, que supostamente era uma xamã, como… uma garota do tempo! É uma falta de respeito hilária que eu adoraria que artistas aqui do Brasil também tivessem com nossas figuras históricas. A música também vai naquela linha de versos e refrães de um jeito mais fofo, e aí entram um sintetizadores pirados nos pós-refrães. Ainda outra maravilha viajada no ácido para alimentar minhas playlists que o grupo sempre entrega muito bem.

36. HYUNA – NABILLERA

Ai ai, subtexto. Pensando aqui se essa letra sobre a HyunA ser uma borboletinha que gosta de voar por aí e que “não é por ela ser a gatinha ‘dele’ que ela sempre tem que estar disponível” tem algum significado mais profundo agora que ela e o Dawn terminaram. Hehe. De qualquer forma, uma graça de música. Adoro as referências a outros sucessos solo dela ou com o 4MINUTE, adoro o instrumental mais enxuto e repetitivo, a coreografia referenciando a macarena. “Nabillera” é de longe, mas de MUITO LONGE, a melhor coisa que ela soltou como single na P-Nation. Finalmente a mãe encontrou a fórmula perfeita dessas faixas mais minimalistas que ela parece adorar fazer.

35. KYARY PAMYU PAMYU – MAYBE BABY

Aaaarrrgghhh, essa aqui também tão legal! Nakataaaa! ❤ Tá perdoado por aqueles anos horríveis de EDM-grass! “Maybe Baby” é uma música apaixonante demais. Eu sei que ela fica repetindo os mesmos versos ad infinitum, e sei também que ela é ligeiramente tosca num geral, mas a melodia e os sintetizadores de Game Boy Color são viciantes demais. A bridge, com o instrumental mudando como se tivéssemos encontrado o boss da fase, é de uma graça louvável. E o videoclipe em animação com o boneca corrente ainda reforça essa cara “gamer”. Só não foi a melhor faixa Nakata-related porque teve coisa ainda melhor no álbum do Perfume. Chego lá já já.

34. JAMIE – PITY PARTY

Tenho pra mim que a Jamie queria lançar um bop assim desde o debut, mas a maneira como a indústria pop coreana (do mundo inteiro, na real, mas ainda mais no K-Pop) é focada em aparência impediu que fosse esse o direcionamento dela na época da JYP. Mas o tempo passou, ela emagreceu e agora é “permitido” ela soltar um jam de grande gostosa como “Pity Party”. Triste pelas especulações bem prováveis, feliz pela música. O melhor nisso tudo é que a Jamie tem um dedo mais apurado pra escolher demos e catou uma com uma letra um tiquinho mais interessante e relacionável que o geral. É legal, pra variar, ver gente cantando sobre seus defeitos em vez de construir uns personagens perfeitinhos demais pra gente acreditar. “Pity Party” foi um enorme vício meu ao longo desse ano.

33. UTADA HIKARU – SOMEWHERE NEAR MARSEILLES

Essa é mó viagem. Em tempos onde as novinhas apostam em músicas de dois minutos para que o público fique repetindo no Spotify ou encaixando em trends de TikTok, é incrível ver Utada tacando na nossa cara um “épico” de quase 12 minutos. E o mais incrível é que esses quase 12 minutos, de fato, valem a pena. São tantas as camadas e mudanças e texturas sonoras que “Somewhere Near Marseilles” nos propõe aos ouvidos que tal tempo não poderia ser mais prazeroso. Um abraço para a redação da Pitchfork, que reconheceu essa aqui como uma das melhores do ano (embora mais da metade da lista seja uma porcaria, ahein).

32. PERFUME – DRIVE’N THE RAIN

Ainda nessa de músicas bem maiores do que o socialmente aceito em 2022, eu sou apaixonado por essa aqui. Tem uma “tradição” de, em álbuns do Perfume, sempre vir um grande número de minutagem gigante para as pistas. E se tempos distantes nos deram pancadões hecatômbicos como “Edge” e “Party Maker”, dessa vez, o trio de mocreias nos serviu algo mais leve e sutil, mas ainda assim espetacular. “Drive’n the Rain” também nos proporciona uma viagem, mas pela calma, como se realmente estivéssemos dirigindo na chuva e imergidos em pensamentos melancólicos. Não sei se é o negócio mais gostável prum público geral de pop, mas pra mim foi o melhor troço Nakata related do ano.

31. HYOLYN, JOOYOUNG – LAYIN’ LOW

Sim, “Layin’ Low” é uma “Dally” 2.0. Sim, eu adoro “Dally”. E sim, eu também adorei “Layin’ Low”. Pois a Hyolyn, tal como fez em “Dally”, conseguiu vender a música de piranha perfeita no que uma música de piranha pede. Ela é sexy, ela é provocativa, ela agressiva, ela suada, ela faz com que eu me imagine como uma prostituta gostosa que irá tirar todo o dinheiro de um chefe de departamento velhote que levou os estagiários prum puteiro só para impressionar. O velhote será levado pruma sala escura e eu farei ele de gato e sapato enquanto deixo uma câmera escondida, que será utilizada para chantageá-lo logo breve. Tá feliz, Hyolyn?

30. LEXIE LIU – FORTUNA

É ótimo que a Lexie Liu já tenha, mesmo com tão pouco tempo de carreira, conseguido construir uma assinatura sonora própria. A cada comeback dela, fico esperando esses “synthrocks” futuristas mais esquizofrênicos, que foi o que ela, novamente, entregou muito bem aqui em “Fortuna”. Não entendo nada de tarô (eu sou zero exotérico, galera, malz aí), mas curti demais como ela usou a carta como uma inspiração. Tem um “crescendo” ótimo no instrumental, com cada parte aumentando mais e mais, de modo que o refrão é fortão e, lá pro final, o último é ainda mais grandioso. E os “na na na na na na na *voz de demônio* FORTUNA” são deliciosamente perturbadores. Enfim, musicão, sem mais.

29. BILLLIE – OVERLAP (1/1)

Essa aqui é uma gema escondida dentro de um dos EPs do Billlie. Em “Overlap”, elas mostram um Billlie mais, huh, “místico”, com um instrumental que me remete a um conto de fadas. Mas é tipo o que falei partes atrás, no parágrafo de “Last Dance”, da Youha: é um conto de fadas mais sombrio, menos Disney, mais roots. O refrão gruda na cabeça igual chiclete, o jeito como elas cantam é meio hipnótico, e os barulhos que elas colocam na back track deixam o resultado agradavelmente esquisito. E eu genuinamente adoro a parte final, depois de uma pausa, quando elas colocam ainda mais força no refrão. Uma das melhores album tracks coreanas desse ano.

28. UTADA HIKARU – BAD MODE

Difícil escolher qual a melhor do álbum, mas “Bad Mode” tem uma vibração mais catártica que a torna irresistível. Há algo sobre Utada me dizendo que, mesmo quando tudo estiver uma merda imensa e quando eu me sentir que nem lixo, estará lá por mim, isso tudo enquanto toca um sambão por trás, que é impossível de não se sentir cativado. Depois de uma safra bem mais fraca delu nessa era, “Bad Mode” é aquela title que me lembra o porquê de eu curtir tanto o som de Utada Hikaru. A música é tão boa que eu até perdoo a capa TENEBROSA ao lado que a galera jura que é conceitual. Tome vergonha nessa cara!

27. WOO!AH! – CATCH THE STARS

Ah, ACHO que essa aqui vai ser uma surpresa, ainda mais alto assim na lista. Não acompanho muito o woo!ah! (nem lembro de outras músicas delas, pra ser honesto), mas elas me serviram aqui o que de melhor um white aegyo pode servir. “Catch the Stars” é daquelas músicas que despertam algo bonitinho dentro do peito, sabe? Claro que tem a ironia maravilhosa delas estarem todas fofinhas cantando sobre serem “levadas às estrelas” (entendedores entenderão), mas, na real, nem é assim que essa faixa me afeta. É mais de levar a cabeça prum lugar agradável, inclusive em momentos bem difíceis. Coisa que a próxima aqui também faz muito bem…

26. ROCKET PUNCH – CHIQUITA

“Chiquita” é como se convertessem luzes coloridas em um pouco mais de três minutos de música. Ela é extremamente feliz, claro. Contudo, não sei se pelo synthpop oitentista ter isso intrínseco a ele, ela também traz uma virada mais melancólica, dramática e intensa em seu decorrer. E aí chega a bridge super emotiva e adicionam também uns elementos mais fortes no instrumental das últimas repetições de refrão… nossa, uma delícia de música. Poderia ter alçado o Rocket Punch ao sucesso como “Ah-Choo” fez com o Lovelyz, mas são outros tempos.

 

E foi isso por hoje. Amanhã, aquele clichê de listas de fim de ano nesse blog, com um monte de gemas preciosas, lacradoras, sensuais e destruidoras de vidas que, por pura subjetividade desse que vos escreve, acabaram barradas do top 10. Será um fim de lista com muito choro da parte deste que vos escreve. Flw vlw.

3 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2022 [40-26]

  1. Utada e Ayu marcando presença no top 50… quem diria que, décadas depois da época em que elas dominavam o Japão, as duas ainda estariam lançando músicas ótimas.

    (é verdade que no caso da Ayu as músicas ótimas só voltaram depois de anos de álbuns e mais álbuns de músicas oscilando entre o medíocre e o ruim, mas tá valendo)

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