NewJeans são NewJeans no Japão com “Right Now” e “Supernatural”

O NewJeans segue em um ano bem legal. Por algum motivo que não entendo bem, mas coloco a culpa no BTS, tenho a impressão de que uma galera tem desenvolvido um hate em cima do grupo apenas por ele existir. Não estou nessa patota e sigo achando as cinco filhas da Min HeeJin uma das novidades mais legais no K-Pop nos últimos anos.

Em 2024, elas já mudaram legal o disco indo prum citypop anos 80 em Bubble Gum, e serviram Claudinho e Buchecha realness na diferentona How Sweet. Agora, elas foram para o Japão em seus primeiros lançamentos oficiais mirando o público de lá com as também muito legais Right Now e Supernatural. Eu adorei as duas por motivos diferentes. Então, vamos a elas…

Antes de tudo, deixa eu abrir parênteses aqui para dizer que acho, huh, interessante que acts de K-pop sigam investindo em releases em japonês para a ilha vizinha em 2024. Diferente do que rolava na década passada, onde havia uma resistência da mídia japonesa em receber artistas coreanos cantando em coreano em represaria à onda hallyu de anos antes, hoje em dia é bem comum que as faixas em coreano mesmo façam sucesso por lá, e inclusive toquem na rádio e em programas de TV, visto o próprio NewJeans performando no Kouhaku no último ano novo por lá.

Então, ver o NewJeans e, sei lá, o ITZY, dentre outros, ainda se prestando a gravarem em japonês, mesmo não sendo mais tão necessário, é legal de observar. Me remete a uma época mais antiga nesse nicho onde mesmo os grupos mais flops dava um jeito de conseguir um contrato com uma gravadora nipônica para tentar arrumar uns trocados por lá. Que… não é o caso do NewJeans, que resolveu lançar esse primeiro single pela ADOR mesmo, na Coreia do Sul. E a maioria dos envolvidos na produção e composição nem são japoneses (uma das letristas é de “Right Now” é de lá). Ou seja, é um caso de release quase 100% estrangeiro tentando se embrenhar na indústria fonográfica vizinha.

“Right Now”, a b-side do single (e aqui é b-side mesmo, pois isso é um single, e não um álbum, que vocês ficam chamando as album tracks de b-sides, seus esquisitos), é uma graça. Ela é como um resumo de muita coisa que o NewJeans fez até aqui. O drum’n’bass fofinho está lá, os vocais mais suspirados, a letra um tiquinho mais elaborada que o comum, e a estética de desenhos animados da Cartoon Network dos anos 2000. É tudo on point, gostosinho de ouvir, de se deixar levar. E ainda rolam umas passagens de bossa nova no instrumental, o que torna a experiência ainda mais legal para nós, brasileiros gostosos e queimados de praia (eu fui na praia esses dias e estou com marquinha de sunga, me deixem).

Já “Supernatural”, o prato principal do single, é TÃO MARAVILHOSA. Trabalho de um DJ sul-coreano (o 250) em cima de uma demo do Pharrell Williams e de uma compositora sueca (sempre de lá), a Ylva Dimberg, que fez “Singing In The Rain”, da JinSoul, com letra da Minji. O resultado é muito bom.

Eu adoro essa mistura de new jack swing e outros elementos do hip hop dos anos 90 utilizados em releases atuais. Lady, do EXID, ficou ótima, Retro Future, do Triple H, também. E “Supernatural” serve isso muito bem, com as cinco nos transportando diretamente para aquela época, seja em som, seja em vídeo, com a estética do MV, as roupas, a coreografia e tudo mais.

Sigo adorando o que o NewJeans tem me servido. E discordo quando a galera diz que elas deveriam mudar sua sonoridade para se diferenciarem daqui em diante. Elas são as que melhor fazem esse tipo de coisa atualmente, então por mim ainda lançam mais uns três ou quatro singles nessa pegada até dizer chega. Quer dizer, pensem na sequência de lançamentos retrô~farofas do T-ara: se alguém dizia, durante o tempo de vida do grupo, que elas se repetiam nas sonoridades, hoje em dia devem ouvir as músicas e pensar que ali havia uma identidade. Pra mim, é assim com o NewJeans.

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Aproveitando o tópico, deixem eu usar o espaço aqui pra divulgar esses dois remixes funkzões que calharam de pintar na minha timeline tempos atrás. NewJeans rainhas do “taco lá dentro e não tiro de dentro”.

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