Uma coisa bem comum à música pop é o conceito de coming of age ceremony. Geralmente, esse é um termo usado para algum “evento” onde ocorre a transição da vida infantil/adolescente para a vida adulta. No mundo real, isso pode ocorrer de uma porção de jeitos: primeiro amor mais intenso, primeira relação sexual, primeiro chifre. Em suma, é a perda da inocência. O que é muito utilizado dentro da indústria fonográfica pop. Geralmente, como uma virada de chave na carreira de cantores ou grupos que já eram atuantes bem jovens e querem ou acompanhar o crescimento etário do público que tinham antes, ou conquistar um maior.
No ocidente, são vários os exemplos. Se eu focar só em ex-atores de canais infantis, dá pra montar um parágrafo enorme. Britney, Christina e Justin, que eram do Clube do Mickey e começaram suas carreiras musicais no teen pop tiveram suas grandes viradas falando sacanagens em I’m Slave 4 U e nos álbuns Stripped e FutureSex / LoveSounds. Demi, Selena e Miley, também filhotes da Disney, assumidamente se inspiraram em Britney e Christina quando vieram com seus lançamentos nesse estilo: Demi fria pro verão, Selena boa para você e Miley não podendo parar. E, da concorrência, Ariana fez todo o caminho de princesinha com músicas fofas até vestir uma fantasia de coelha e se mostrar uma mulher fatal.
No oriente isso também é comum. No K-Pop, em especial, é quase institucionalizado. Tem literalmente uma música chamada Coming of Age Ceremony, onde a Park Ji Yoon mancha a roupa branca de sangue para mostrar que agora é adulta. Sunmi, Suzy, Girls’ Generation, GFRIEND, Girl’s Day, TXT, Mamamoo, Loona… a seus jeitos, o que não faltam são acts entregando essa transição como parte da história que querem contar conceitualmente. E aí chegamos na IU em 2015, ano onde ela completou 23 anos (naquilo de “idade coreana”) e se apoiou nisso para mandar todo mundo tomar no cu, quase ser escorraçada midiaticamente, mas conseguir se safar sem dano algum. Afinal, ela é a IU.
Chegou o dia que esse blog falará do Chat-Shire!
Continuar lendo “MINI-ALBUM REVIEW | IU – Chat-Shire (2015)” →