TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2023 [55-41]

E aí, pessoal, vocês chamam os idols pelo stage name ou pelo nome de nascença?

55. FIFTY FIFTY – CUPID

HUAHUAHUA com a gravadora colocando na thumb do vídeo a única do grupo que continuou lá. O K-Pop tem umas caras de pau que seguem me fazendo gargalhar mesmo depois de tantos anos. De qualquer forma, parabéns para as meninas que conseguiram viralizar fora da Coreia do Sul e parabéns a todo o resto de engravatados não sabendo lidar direito com isso e estragando todo o apelo que o FIFTY FIFTY poderia ter a partir de “Cupid”, que é uma música bem graciosa, divertida e grudenta. Qualquer um que já tenha dado outra chance ao amor e quebrado a cara logo em seguida sabe como essa letra é ótima.

54. KEY – KILLER

MELHOR INITIAL S

E para finalizar a trinca de “Initial S” lançada num mesmo mês, a melhor em todas: “Killer”, do Key. Eu acho bom demais que esse cara meio que caga pros “padrões” do que oppas devem entregar e solta uma porção de bops que são, ao mesmo tempo, dramáticos e rebolativos. E ele parece ter entendido o que é necessário em uma “Initial S”, levando dançarinos pro meio da estrada, colocando um macacão de motoqueiro, metendo um fucking jato de fogo e incendiando a própria motoca. Key, você é um ícone! Sori deve estar chorando orgulhosa emocionada em casa curtindo sua aposentadoria!

53. TRI.BE – WOULD YOU RUN

Um (mini)evento do final do ano passado foi o TRI.BE, grupo nugu da mesma galera que cuidava do EXID, soltar no YouTube a versão original de “Would You Run”, música que seria usada em seu debut, mas foi modificada para se tornar um farofão tribal meio BLACKPINK. Eu adoro a versão que veio ao mundo, mas confesso que essa aqui, um deep house mais elegantão para fazer carão no espelho e bater uns vogues, é ainda mais interessante. A faixa enfim viu a luz do dia esse ano, como album track no mini do comeback delas, e foi outro dos meus vícios de início de ano. Eu curti tanto “Would You Run (Boiola vers.)” que lembro de baixar o mp3 dela do YouTube pra ouvir no meu celular enquanto fazia minhas corridas matinais antes mesmo dela sair no Spotify. E o vídeo delas sendo cunty na pista de decolagem é icônico.

52. KANA-BOON – SONG OF THE DEAD

Fun fact do mundo otaku: tem esse animê chamado “Zom 100”, que é sobre um publicitário (?) que detesta a própria vida, pois o Japão é péssimo com direitos trabalhistas, aí ele é obrigado a passar dias e dias no trabalho. Um dia, rola um apocalipse zumbi e ele enfim pode ser feliz, porque não vai ter mais que trabalhar. A série toda é uma crítica ao modelo de trabalho ultra liberal japonês que destrói a vida de todos por lá. Ironicamente, o animê não conseguiu soltar todos os seus episódios esse ano, justamente porque… o ambiente de trabalho no estúdio que anima a obra era um cocô. Risos. A música de abertura é boa demais. ouçam aí.

51. GENIE HIGH – CLASSIC HIGH

É possível que essa música aqui só esteja aqui beirando a segunda parte da lista por causa da intro, com os “FU FU FU FU FU FU FUUUU”? É possível. Mas eu genuinamente curto quase tudo o que o Genie High solta, acho os instrumentais mais jazzísticos Sheena Ringo deles uma delícia, e adoro a voz de adolescente fumante da vocalista. Me sinto como um professor universitário triste num bar alternativo em Tóquio ouvindo isso enquanto tomo um uísque e fumo um charutão 10 minutos antes de começar a chorar para o barman e desabafar sobre todos os amores que tive e que não foram pra frente. Um hino.

50. LEE CHAEYEON – I DON’T WANNA KNOW

Abrindo a segunda metade da lista, já disse que achei um plot twist da vida a Chaeyeon não só querer lançar músicas de divas pop que dançam, mas, de fato, saber dançar. E isso fica evidente nessas apresentações no Domingo da Gente que ela fez da album track “I Don’t Wanna Know”. Sobre a música, eu curto como ela me passa uma vibe de perigo, como se fosse uma fase importante logo antes do chefão num videogame. É legal, inclusive, que ela demora para começar com o vocal, pois a graça está em acompanhar os quarenta e tantos segundos de pancadão pesado que rolam na nossa cara. Aí o refrão é novamente esse EDM, mas com ela repetindo o título enquanto tá tudo fritando. Uma das album tracks mais legais desse ano.

49. PASSCODE – CLOUDS ACROSS THE MOON

Essa é excelente também. E também vai naquilo de passar um clima de fase importante de videogame, só que aqui com uma pegada mais rockish de idol de J-Pop mesmo. Então vocês podem ter certeza de que o instrumental de “Clouds Across The Moon” é bem intenso, bem agressivo, e de que as integrantes do PassCode estão dando tudo de si para emocionar quem ouvir, uma delas até mete um screamo como se fosse a maior fã do Sepultura que existe. Fica melhor ainda com o videoclipe, com elas sendo emos nas luzes da cidade grande. É bem Japão isso. Tipo, muito Japão mesmo. Muito, muito, muito Japão! Um abraço para os criadores da estética idol japonesa.

48. TRIPLES – RISING

A primeira aparição do (até então) line-up completo das icônicas vencedoras do prêmio de rookies do ano (não tinha ninguém melhor concorrendo?) foi recheada de drama por parte dos orbits. O povo reclamando que a estética era parecida com a do Loona, sendo que vem do mesmo produtor, me serviu como entretenimento por um bom tempo. E por mais que o MV seja uma delícia por si só, devo dizer que “Rising” como música sozinha me encanta ainda mais. Eu vivo pela repetição dos “lala lalará”, acho essas influências de hip hop bem aplicadas, acho as batidas do refrão mágicas por si só. “Rising” prova que, por trás de toda megalomania do Jaden, realmente há um veneno para a música que poucos produtores conseguem ter. Aleatoriamente, o tripleS ainda se superou tempos depois, mas falo disso posições acima.

47. RICEBALL – RAINBOW

A história por trás desse trio é bem interessante, na real. Por conta do aumento do preço do arroz lá no Japão na década passada, elas formaram esse grupo como um protesto, pois queriam apoiar as famílias produtoras de arroz do interior perante grandes conglomerados que estavam destruindo a tradição por motivações capitalistas (ou algo assim). Nunca tinha ouvido nada delas, até que tuitaram essa “Rainbow” em algum momento desse ano e me apaixonei pela música. É bem aquilo que temos em mente quando pensamos em um pop nipônico mais “folclórico”. Pensem no que o Flower fazia, mas de um jeito menos sério.

46. MILET – ANYTIME ANYWHERE

Meu animê favorito de 2023 foi a segunda temporada de “Jujutsu Kaisen”. Meu animê INÉDITO favorito de 2023 foi “Frieren”, uma fantasia sobre uma elfa com 1000 anos que descobre que ter amigos é muito bom. Tem um tom agridoce na série que me dá um friozinho na barriga todo episódio a que assisto. Porque é meio triste ver que a protagonista desperdiçou centenas de anos na solidão, mas também encantador acompanhar ela se dando conta dos momentos felizes que teve com os amigos. E naquilo de animesongs que entregam exatamente a proposta do animê, a Milet aqui em “Anytime Anywhere” fez isso através de um baladão ultra emotivo. É um soco no estômago em forma de música.

45. IVE – KITSCH

Eu juro que até hoje não entendi a implicância de alguns de vocês com essa aqui. Acho “Kitsch” uma bobagenzinha despretensiosa (“unserious”, como vocês jovens estão tentando engatar) com um replay-factor bem alto. Eu me divirto bastante com a mudança do instrumental mais disney girls dos versos pro batidão de bordel do refrão. Ela mostra um lado mais despojado do IVE, e um lado mais bad girls que elas até tentaram explorar depois com “Baddies”, mas não colou tanto comigo (acho que só colou com a Veronica Sawyer mesmo, risos). Enfim, galera, eu não esperava esse kitsch de 19 anos do IVE e ir ao chão diariamente com ele é sempre uma experiência.

44. TRIPLES – GIRLS’ CAPITALISM

MELHOR VIDEOCLIPE COREANO

Eu AMO esse videoclipe. O Jaden é um ridículo, todos concordamos com isso, né? As críticas ao capitalismo selvagem aqui são óbvias, descaradas, sem um pingo de elegância. E talvez esse seja o charme dessa palhaçada. É tão agressivo, é tão óbvio, é tão “terceiro período de Letras no diretório acadêmico” que faz a volta e se torna camp. A cena com as pirralhas comendo um SANDUÍCHE DE DINHEIRO me fazem cascar o bico toda vez que assisto. “Girls’ Capitalism” (HUAHUAHUA esse título, vai tomar no cu, Jaden) é desses casos onde a música em si nem é a coisa mais inovadora de todos os tempos (o instrumental Max Martin 2010 poderia estar num “Teenage Dream” da vida), mas o MV e a proposta toda tornam ela muito mais especial. Call me beauty! ❤

43. AYASE, R-SHITEI – HITEI

O ano do Yoasobi foi excelente em lançamentos, e a primeira música relacionada ao grupo a aparecer ser quase no top 40 já mostra o quanto eu adoro eles. Pra quem não sabe, o Ayase é o cara do grupo que produz as músicas e etc. pra mina cantar. E ele também tem sua carreira como solista, que começou a decolar por osmose após o duo estourar. Como OST pra versão nova de “Rurouni Kenshin” (não assisti, a original já foi o suficiente), ele fez essa parceria com o rapper R-Shitei. É legal de ver como as estruturas sonoras do Yoasobi ficam numa intepretação mais, huh, “de macho” assim. Não foi a melhor dele como solista, nem a melhor Yoasobi related do ano, mas mesmo assim foi 10/10. Que pena dos haters.

42. JUNG KOOK, JACK HARLOW – 3D

Em acontecimentos aleatórios de 2023 nº 7 (esqueci de listar os outros 6): o rapper branco Jack Harlow SERVIU nessa aqui. Eu não tinha a menor ideia de que o Jung Kook sabia cantar (i mean, o BTS é um grupo de “rappers”, segundo as armynhas ficam repetindo), e também não tinha ideia de que ele tinha esse tesão todo pra entregar uma faixa meio Justin Timberlake dos anos 2000 sobre SAFADEZA assim. Mas o mais louco disso é o rap do rapper branco Jack Harlow. É não ironicamente ótimo! A parte “I had one girl, too boring, two girls, that was cool for me, three girls, damn dude’s horny, four girls, ok now you’re whoring” é uma canetada que deve ter deixado grandes nomes da indústria, como Iggy Azalea e GoWon, morrendo de inveja.

41. AI, CHANMINA – WORLD DANCE

Pra encerrar essa “primeira etapa” da lista, a parceria da AI com a Chanmina. Eu gosto muito da AI, gosto muito da voz dela, gosto muito de como ela leva o hip hop pruns lados diferentes do que estamos acostumados dentro desse cenário. Aqui, ela parece ter se inspirado nos EDMs Summer Eletrohits dos anos 2000, onde o intuito (como diz o refrão) é colocar todo mundo para dançar, sem se preocupar com mais nada. Fica ainda melhor com a entrada da Chanmina e seu vozeirão rasgado, meio bêbado. Só é uma pena não ter rolado um videoclipe com elas numa balada requebrando até o chão, mas fica aí como ainda outra album track excelente desse ano.

JUNGKOOK & JACK HARLOW ...

Jung Cock e rapper branco Jack Harlow in da house!

E por “primeira etapa”, quero dizer que, a partir do próximo post, as coisas começam a esquentar de verdade, com várias músicas que, em algum momento do ano, foram candidatas a SOTY, e cada posição foi agressivamente disputada em minha cabeça. Será que sua favorita aparecerá?

18 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2023 [55-41]

  1. Baddie foi hit aqui em casa sim, e na SK também né, respeita. Kitsch até cresceu comigo depois de um tempo, e tenho que concordar que prefiro Kitsch a I Am (que considero uma gritaria insuportável).

    Toda vez que o Kana-Boon participa da OST de um anime já sei que vai ser uma obra-prima pouco reconhecida. Assisti esse dos zumbis e fiquei pensando que realmente a realidade de ser PJ não é tão diferente assim entre Brasil e Japão lol. Na época em que eu trabalhava em consultório, se pudesse minha ex-chefe me manteria atendendo lá 24h por dia, 7 dias por semana, sendo alimentada via IV para não ter que ter horário de almoço.

    Key, você é um ícone que quebra padrões de gênero, obrigada por entregar o que nós gays e mulheres queremos em um homem!

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        1. poha finalmente alguem falando os fatos, essas meninas se esguelando pra atingir notas que claramente não dão conta acaba com a música, inclusive um dos motivos de baddie ser superior é os vocais soarem confortáveis a musica inteira

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  2. Eu vi essa polêmica sobre o stage name no twitter e basicamente só as EXO-Ls que estavam reclamando, mas é muito melhor XIUMIN do que Minseok.

    Rising e Girls’ Capitalism estão no meu top 10 maiores kpops de 2023. Rising é ótima, tão fresh, tão… jovem 😳 e Girls’ Capitalism eu não sei porque motivos gostei tanto, mas para mim é uma música TÃO boa! O TripleS foi o grupo rookie do ano na minha playlist (e eu sequer sei o nome de alguma integrante).

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    1. Não sabia que tinha uma polêmica sobre os nomes, mas não consigo chamar nenhum pelos nomes de nascença. Primeiro que eu nem sei alguns, segundo q sinto como se tivesse que ser da família ou amiga próxima pra chamar o LeeKnow de ~Minho.

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  3. Acho a implicância em cima de Kitsch tão tosca, na verdade, a música serviu para trazer uma faceta do grupo diferente, como se elas pudesse carregar uma demo do BP, por exemplo, embora tenham feito de uma maneira delas

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  4. Cupid pra mim é a música mais chata desse ano, e o principal motivo pra acabarem com o tiktok o mais rápido possível, espero que acabe logo essa trend de fazer música pra hitar nesse app porque a gente precisa de MÚSICA e não snippet.

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    1. Eu amo que a gente discorda em TUDO, mas de vez em quando se alinha, pois também sou a favor de acabar como Tiktok e guilhotinar todos os responsáveis por fazerem músicas voltadas para hitar no Tiktok.

      É ainda pior quando pegam uma música que seria normal de outra forma e aceleram para ficar parecendo cantada pelo Alvin e os esquilos 😭😭

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      1. Eu tenho certeza que daqui há alguns anos vai tomo mundo se arrepender de ter hitado cupid, se 2024 se basear em musiquinhas de tiktok eu desisto do kpop, espero que o NewJeans resolva fazer um EP de verdade dessa vez já que com certeza elas vão fazer comeback.

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  5. “vocês chamam os idols pelo stage name ou pelo nome de nascença?”

    Por apelidos zoando os stage names: Kim Beiço, PiranHyuna, Ceroeja, Teião (malz ae, Senhorita Taeyeon), SinBcita.

    No caso do Japão eu não acompanho muitas idols, geralmente preferindo cantoras sérias como Hikaru Utada, Namie Amuro ou AI; no caso da única idol também uso a regra do apelido (Ayuzão Hamasaki).

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  6. Eu adoro em como o Jungkook usa da sua fama e vontade de fazer músicas de macho gostoso, para na real se esfregar nos cantores ocidentais. E chocado que alguém além de mim deu alguns centavos pra uma música dele…

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