TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2023 [40-26]

Quinta-feira, 28 de dezembro de 2023. Chegamos naquele limiar da semana entre Natal e Ano Novo em que fica mais ou menos mais para lá do que para cá, mas não tanto assim. Hora de jogar o que sobrou da ceia no lixo, começar a se organizar pro que virá daqui em diante, fazer aquelas listinhas de metas que não serão seguidas e prospectar um futuro melhor.

E junto disso, enfim chegamos à trinca final de posts. O que quer dizer que, daqui em diante, todas as faixas realmente fizeram algum barulho em minhas playlists, a ponto de, em dados momentos, serem consideradas para o top 10. Só que a vida não é perfeita para todos, então tais delicinhas acabaram barradas da festa um pouco mais cedo.

Sem mais delongas, que comece o banho de sangue…

40. PERFUME – MOON

É bom viver em um tempo em que o Yasutaka Nakata voltou a sua boa fase. Já tem uns anos que as produções dele com o Capsule, com a Kyary e com o Perfume têm ido muito bem, explorando sonoridades legais e que renderam bops de alto calibre pros repertórios da trinca. Que continue assim por mais uns anos. “Moon” é outra cria desse momento criativo. Eu concordo com a galera que diz que isso é mais pra Mondo Grosso do que pra Nakata, ou que é uma versão Nakata do que o Mondo Grosso faz, mas eu amo o estilo dos dois e essa junção aqui funcionou perfeitamente. Pois “Moon” é uma música bonitinha demais e que dá uma sensação gostosinha na barriga. Além disso, o clipe com elas andando pra lá e pra cá no palco é icônico por si só. Ninguém entregaria isso tão bem quanto o Perfume.

39. PURPLE KISS – 7HEAVEN

Um dos grandes hinos do verão coreano (aqui em casa, claro, porque ninguém na Coreia do Sul se presta a ouvir Purple Kiss). E é interessante que calhou dela vir na sequência de “Moon” aqui nessa lista, porque a proposta musical é mais ou menos a mesma, com a diferença das gatinhas aqui irem prum lado mais energético na interpretação. Eu sei que é lugar comum no que eu vivo panfletando por aqui, mas esses números synthpop oitentistas são uma de minhas kryptonitas. Quando chega a bridge, com o “It’s time to celebraaaaate yeeeaaarrrgh!!!” e os sintetizadores Carly Rae Jenpsen começam a enlouquecer, é pura magia colorida pop heaven em minha cabeça. Se tiverem passado despercebido dessa ao longo do ano, vão sem medo agora.

38. RINA SAWAYAMA – EYE FOR AN EYE

Eu também adoro essa aqui. Aquilo que falo para OSTs de animê vale também para esse caso, que é uma OST de filme. A Rina Sawayama soube expressas direitinho o clima perigoso de um universo de crimes abaixo do radar de “John Wick” em “Eye For An Eye”. As influências Nancy Sinatra de “músicas de filme de espião” tão aqui, só que dum jeito ainda mais roqueiro e distorcido. É uma delícia. O jeito que a guitarra distorce atrás durante a primeira parte da bridge é um tesão. Ouço ela e me sinto com um casacão de pele, saindo de um carrão conversível e entrando com uma escopeta dentro de um cassino para assassinar o líder da máfia vizinha que está num quarto escondido nele cheirando uma carreira de pó na barriga de uma prostituta. Esquece a Lady Gaga e volta pro rock, Rina!

37. WEDNESDAY CAMPANELLA – LITTLE RED RIDING HOOD

Comparado com a do ano passado, essa não foi uma boa safra de lançamentos do Wednesday Campanella. Não que tenha saído algo ruim. Eu curti os singles todos, mas quase nada teve aquele impacto de soar como um novo clássico do grupo em minha cabeça como tudo o que eles soltaram no ano passado teve. A exceção foi “Little Red Riding Hood”. Essa música é boa para um caralho. E é 100% o que associamos ao Wednesday Campanella, com versos rápidos, um housezão maluco comendo atrás, refrão mais emotivo e muito espaço de bliss para que batamos o cabelo. É impossível ouvir os “ta ta ta tarara ta ta ta” repetidos e não sentir uma empolgação maluca crescendo no peito.

36. AMI SUZUKI – I JUST FEEL GOOD

Falando em empolgação maluca crescendo no peito, essa é outra que não tem como não se sentir tão eufórico quanto a garotinha do videoclipe. “I Just Feel Good” é outra dessas pérolas que acho que só o Japão poderiam nos proporcionar. É um negócio muito futurista, mas que tem um cheirinho de datado (pro bom sentido), como se estivéssemos num filme sci-fi da década de 1980. É começar os sintetizadores alienígenas do TeddyLoid já na intro que um troço vai subindo pelo corpo. Parece que me transformo no Sonic, ou no Mario depois de encostar na estrelinha, sei lá. Como diz o refrão, eu só me sinto bem. E que maravilhoso uma veterana como a Ami Suzuki se abrir para novos produtores e entregar algo fora da casinha assim a essa altura do campeonato.

35. AESPA – I’M UNHAPPY

“I’m Unhappy” é uma das melhores ~músicas com mensagem~ desse ano. Na letra, o aespa fala sobre como é uma merda essa vida de redes sociais, onde as pessoas se esforçam demais para montar uma timeline perfeita, mas que isso, na real, só se converte em infelicidade para quem acompanha e usa isso constantemente. Aí, no final, elas falam sobre abandonarem as redes e que, por conta disso, agora estão felizes. Claro que é só uma mensagem embrulhada para soar legal em uma música pop, mas ela conversa bem com o momento em que estamos vivendo e dá à produção toda um calibre artístico maior. E que não funcionaria se, como música, “I’m Unhappy” não fosse excelente em todo o resto. As melodias são grudentas, o refrão fica martelando na cabeça, o trapzão no instrumental casa direitinho e o jeito como ela vai adquirindo os elementos futuristas característicos do aespa mais ao final é a cereja do bolo. Já disse, foi o ano do aespa.

34. PERFUME – LOVE CLOUD

Se “Moon” é excelente, a b-side “Love Cloud” é excelente ao triplo. Aqui, as três mocreias se convertem em Azealias Banks japonesas e entregam um batidão cluber INACREDITÁVEL de tão sujo e podrão (no bom sentido). Dá uma confusão legal na cabeça o tuts tuts boiolão para rebolar suado em uma boate ganhando umas adições nakatianas de sintetizadores gamers, e uns instrumentos de sopro meio jazzísticos também. As próprias inserções do trio soltando umas falas mais despojadas respondendo o refrão levam “Love Cloud” prum lado ~errado~ que há muito tempo eu não ouvida do Perfume. É a música mais inusitada do Perfume em uns 7 ou 8 anos.

33. FROMIS_9 – ATTITUDE

Essa aqui é TÃO CUNTY! ❤ Talvez tenha essa regra de contrato no K-Pop de que todo girlgroup, em algum momento de seu tempo de vida, deve entregar um jamzão ideal para que termos como “yaaasss kweeens”, “weeeerrrkk”, “seeeerve” sejam utilizados para adjetivá-lo. E esse foi o momento do fromis_9. E “Attitude” ganha ainda mais pontos por as integrantes terem vocais um tico acima da média do esperado no K-Pop, com elas interpretando a música quase toda numa região mais baixa, que dá um tom bem sexy ao pacote todo. Falando em sexy, um abraço para a Seoyeon, ex-future 2NE1, que está lindíssima nesse vestido preto.

32. AESPA – HOLD ON TIGHT

aespa novamente. E com um dos momentos mais avulsos desse ano. Quem poderia imaginar que o grupo mandaria tão bem para uma música na trilha sonora de “Tetris”? E o mais engraçado é que “Hold On Tight” sequer toca no filme. Claro que o tema do jogo por si só já é um negócio de louco, mas com elas tudo ganha um ar mais épico, dramático, mais apoteótico. É quase uma sinfonia, mas uma sinfonia eletrônica, vinda do espaço, ou do futuro, ou de algum lugar do espaço no futuro, sei lá. “Hold On Tight” vai crescendo conforme os segundos passam e se converte em um dos bagulhos mais impressionantes do ano.

31. TXT – SUGAR RUSH RIDE

MELHOR MÚSICA DE BOYGROUP

Já tem um tempo que o TXT faz ótimas músicas sobre sexo. E o lance nem é só que as letras são bem sexuais, mas eles conseguem exprimir a ~sensação~ do sexo nas músicas. Lembro que “Can’t You See Me?” me passava uma sensação adolescente mais de descoberta do ato, de estar entrando num terreno que ainda não sabe direito como vai ser, que ficava algo meio assustador junto do prazeroso. “Sugar Rush Ride” é uma outra etapa disso. É quando a gente fica adulto e começa a entender o sexo como algo de puro prazer e sem essa amarras geralmente religiosas dele ser um pecado, de ser proibido. Tudo nela é pura satisfação. E eles sabem aproveitar bem cada momento nela, entregando uma estrutura mais crescente nos versos, para que o refrão seja aquela safadeza gemida com a flautinha atrás, aí vem a nova leva de versos, ainda mais empolgada, ainda mais energética. Essa é uma das canções mais criativas e espetaculares de 2023 – e sem sombra de dúvidas o ponto mais alto de um boygroup coreano.

30. BILLLIE – EUNOIA

O Billlie é outro grupo que é acima do normal, né? Não importa muito para qual lado elas atirem, quase sempre rende algo excepcional. Eu sei que na estética visual e sonora de “EUNOIA” elas tentam replicar o que deu certo com o NewJeans (assim como um monte de girlgroup fez com AOA, depois com Twice, depois com BLACKPINK, o K-Pop é assim), mas o resultado é TÃO GRACINHA que NÃO DÁ! Esse teclado sombrio-porém-colorido de new wave, as viradinhas pro new jack swing, a letra bonitinha demais, as bobagens suspiradas que elas usam pra preencher os espaços, tudo é como a versão sonora de um milkshake ou algo assim. “EUNOIA” me dá vontade de ser uma colegial coreana vivendo meu primeiro amor enquanto faço dancinhas pelo corredor e mato a última aula para ir passear com minhas amigas. Gostar de K-Pop é muito bom, vai se foder!

29. XG – LEFT RIGHT

Outro hino. Essa parte está me destruindo, porque em vez de escrever os parágrafos eu fico ouvido as músicas e dançando sozinho na frente do computador. O XG foi uma surpresa desse ano. Eu tinha acho elas mais interessantes do que legais no debut. A ideia de um grupo de J-Pop indo tentar a vida na indústria coreana me pegou, mas tava faltando ~algo~ ali, sabe? E aí elas voltaram no início do ano com esse double-A-side (e “Shooting Star” vai aparecer ainda, isso é óbvio) que entrega tudo o que grupos de alto escalão do K-Pop entregam. Pelo amor de TLC, “Left Right” é boa pra cacete. É aquilo de catarem referências específicas (no caso, o R&B eletrônico dos anos 90) e remodelarem em algo atual. E é tão bem cantado, tão bem interpretado. Nossa, como que pode a avex? Não faz o menor sentido…

28. HITSUJIBUNGAKU – MORE THAN WORDS

“Jujutsu Kaisen”, cuja primeira remessa de episódios já tinha entregado músicas que mudaram o eixo do planeta Terra, voltou essa ano com mais outras OSTs capazes de reescrever a história da humanidade em pouco mais de quatro minutos cada. Três dessas músicas me pegaram de jeito. A primeira a aparecer por aqui é “more than words”, que estraçalha minha cabeça toda vez que começa. Eu nem sei explicar direito o porquê. O rockzão noventista, junto da interpretação ultra passional da mina, junto da letra. Tudo grita dentro de mim, tudo me arrepia, tudo me dá uma sensação de que a vida vai dar certo. Uma das músicas mais LINDAS desse ano.

27. C&K – BLUE THREE

Aí corta pra uma outra música que me encanta ainda mais, só que por motivos totalmente diferentes. Eu gosto demais que, no Japão, a cena mainstream ainda permite que os artistas de lá invistam nesses instrumentais mais elaborados. Você pesca ali umas influências de bossa nova, de samba, de funk setentista, tem umas coisas folclóricas tradicionais. Mas é tudo numa proposta super pop, super divertida, onde o intuito principal está em fazer a gente se divertir enquanto escuta. “Blue Three” nem tenta emocionar, mas consegue ser catártica como se fosse pra nos tocar. Ouvi muito ela durante o ano sempre que quis me sentir bem, e funcionou em todas as vezes. Queria ter falado mais dela aqui antes, mas antes tarde do que nunca.

26. AESPA – SPICY

Yup, mais uma do aespa. E tem é o meu top 3 delas nesses ano. Uma das coisas que acho legal em “Spicy” é que essa foi uma mudança de rumo pro quarteto, mas pero no mucho também. Porque a linha instrumental delas ainda tá aqui. Ainda é um popzão eletrônico futurista barulhento que parece vindo de uma realidade cyberpunk onde elas são bad girls que salvarão o mundo. Mas tem uma pegada ainda mais pop, ainda mais chiclete, mais colorida e sapeca que torna as coisas melhores. Talvez por elas não precisarem mais cantar sobre cobras virtuais ou naevis, sim sobre o quanto são grandes gostosas melhores do que todo mundo. Enfim, um salve para as novas Poderosas do K-Pop. Qual delas será a Regina e qual será aquela que faz a previsão do tempo de acordo com os peitões? Fica no ar. Vamos lá, todo mundo: ‘Cause I’m to spicy for your heeeeeeaaaart!

E foi isso por hoje. Amanhã, aquele clichê de listas de fim de ano nesse blog, com um monte de gemas preciosas, lacradoras, sensuais e destruidoras de vidas que, por pura subjetividade desse que vos escreve, acabaram barradas do top 10. Será um fim de lista com muito choro da parte deste que vos escreve. Flw vlw.

11 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2023 [40-26]

  1. Nossa, que BAITA sequência de bops (apenas Sugar Rush Ride que parece deslocado em meio a tantos hinos)! A trinca Hold On Tight, Attitude e ESPECIALMENTE Love Cloud são AVASSALADORAS e fizeram o meu ano. E essa more than words é realmente muito bonita! Já salvei aqui na minha playlist.

    Enfim, é óbvio que CoolAs e TGIF marcarão ponto no top 10 pois sei que você é um exímio homem meio bicha que curte coisas BOAS.

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  2. A OST de Jujutsu >>>>>

    Eu tinha, real, esquecido de I’m Unhappy e essa outra da trilha sonora de Tetris que o aespa lançou KKKKKKKKKK. Mas Spicy foi bem colocada, achei muito divertida quando lançou, pena que não teve muita longevidade comigo.

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  3. Que crime spicy morrendo agora, é fácil top10, ainda bem que tem outras músicas maravilhosas delas por aí pra ocupar o lugar que deveria ser de spicy.

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  4. Na torcida aqui pra “Sensitive” aparecer nesse top 100… vai ser uma surpresa se o Lunei ignorar uma música trazendo a icônica Pirralha do Sapo e quatro amigas (incluindo a sempre mudinha ViViane) em versão AOA.

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