TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2016 [70-56]

Terceira parte do ranking com as 100 melhores músicas do asian pop em 2016 já está entre nós. Dessa vez, cobrindo os bops que vão da #70 até a #56 posição.

Por coincidência, uma porção de faixas que, originalmente, apareciam bem mais pra frente, acabaram morrendo aqui mesmo. O tempo passa e o nosso gosto vai variando. É a vida.

70. BRAVE GIRLS – HIGH HEELS

“High Heels” é ótima. Ótima, ótima, ótima, ótima! O modo como ela soa roqueira em sua construção, mas ainda ganhando elementos funkeados aqui e ali, é genial. A introdução com os “I’m a sassy girl, I’m top girl, I’m a pretty girl, I’m a foxy girl” gritados é chiclete puro. Ela é empolgante, é animada, grudenta, farofeira, divertida, viciante, eficaz na proposta inicial: entreter. Lembro que a escutei repetidamente na ida e volta de ônibus ao cinema para assistir “Procurando Dory” e não enjoei. Aliais, seis meses DOIS ANOS QUATRO ANOS se passaram e eu ainda não me cansei, pois HH é aquele tipo de bubblegum pop curtinha que não tenta reinventar a roda e nem adiciona elementos sônicos divergentes do normal, mas perdura por anos e anos, tamanha a capacidade de soar atual em diferentes períodos do tempo. Alguns qualificam isso como ser genérico de um modo pejorativo, eu qualifico como genérico de modo competente. O MV traz a mesma ideia usada por girlbands desde que o mundo é mundo: colocar cada integrante num papel diferente, atribuindo-lhes individualidade. E funcionou. Agora, olho para cada uma e penso, “Aah, é a gostosa bailarina”, “olha, é a tosca fantasiada de coelho”, “eita, é a gostosa que dança com a poc na borracharia”. Sinceramente, uma ótima farofa.

69. RANIA – MAKE ME AH

tour toda do Rania como “BP Rania”, adicionando a Alex no lineup e trabalhando o gimick de “vejam, somos o primeiro girlgroup de K-Pop com uma negra”, mas sem usar de verdade ela como idol de verdade na maioria dos lançamentos gerou muito ressentimento, mágoa e confusão dentro da fanbase internacional. E com razão. A Alex até hoje deve ter flashbacks de guerra com o momento que ela decidiu sair da Roc Nation para se aventurar pelo K-Pop, coitada. Em contrapartida, tenho que dizer que gosto de tudo o que o grupo soltou nesse meio tempo aí. Minha predileta de 2016 é essa “Make Me Ah”, uma bobageira sexual cheia de duplos sentidos, cujo refrão é montado por elas dizendo que o cara faz elas “ah ah ah ah aaaaah, ah ah ah ah ah aaaaah”. Pontos extras por terem conquistado a ira do coreano médio com o transgressor momento na coreografia onde elas… levantam a blusa. Uau!

68. EXO – ARTIFICIAL LOVE

Oi, fãs do EXO. Como vocês estão? Será que vão ficar ofendidas se eu disser que “Artificial Love” é muito mais legal que outras canções utilizadas na promoção do “EX’ACT”, como a insossa “Monster” e a culposamente divertida “Lotto”? Cuidado com as linhas faciais, hein, o tempo costuma ser cruel com quem se irrita tanto assim por bobagens. Enfim, essa gracinha aqui é fácil a melhor album track do grupo em 2016, parecendo enviada para cá diretamente de 1000 anos no futuro. O instrumental “artificial” é bom demais, o modo como eles cantam, sem muitos enfeites, casa legal com o pacote todo. Podia ter sido single, podia ter recebido clipe com o anão cabeçudo com voz de fumante (meu bias) lá tentando sensualizar. Seria hilário.

67. CHARISMA DOT COM – SUBLIMINAL DIET

Para quem desconhece, o Charisma Dot Com é (ou foi) outro daqueles projetos formados por uma cantora/MC e por um produtor/DJ (no caso, produtora), tipo o Young Juvenile Youth, o Wednesday Campanella e o Capsule. A diferença é que a proposta sonora aqui é bem menos experimental e um tanto mais pop e bagaceira. O que não torna a dupla inferior aos citados, MUITO PELO CONTRÁRIO, visto sempre podermos contar com elas para pancadões farofeiros deliciosos, tipo essa “Subliminal Diet”, que dá umas alfinetadas naquilo da busca por um corpo perfeito, zoando no videoclipe com produtos para emagrecimento rápido, com “Physical”, da fucking Olivia Newton John e várias outras coisas do estilo – isso tudo por cima de um EDM violento e cremosamente requebrante.

66. S.H.E – IRREPLACEABLE

MandoPop in the house. Não sou o maior conhecedor da discografia do S.H.E em todos os tempos, mas entendo que elas tiveram bastante importância dentro dessa cena. De modo que “Irreplaceable” foi utilizada para comemorar seus vários anos de estrada, refletindo em som e vídeo toda aquela ideia de “uma grande caminhada” que releases do tipo devem conter. Gosto demais desse instrumental EDM “roqueiro”, com a guitarra surgindo e ganhando cada vez mais destaque enquanto elas colocam seus vocais super emotivos por cima. O jeito que ela vai “crescendo” nos versos até explodir depois do refrão é bonito demais, consegue emocionar. Pra mim, um dos baladões mais legais desse ano. E o próximo aqui também não faz feio…

65. JY – UP IN THE AIR

Só eu acho meio hilário a JiYoung ter sido a única ex-KARA a conseguir manter uma carreira musical minimamente aceitável, sendo que esta é secundária em suas prioridades de atriz? As faixas mais açucaradas, geralmente acústicas, que ela solta não são muito minha praia. Já as que mesclam R&B com Pop eletrônico, como essa ballad aqui, junto da “Just Not Into You” que já passou e outras que não aparecerão na lista, como “Radio” e “Fake”, são excelentes e permanecem no meu celular até hoje. “Up in the Air” ficaria em casa num álbum de disney girl começando a deixar o ninho, mas sem fazer a transição-Miley-para-cachorronas. Uma graça.

64. BED IN – SEXY HERO

Vocês já ouviram o “Rich”, do Bed In, né? Espero que sim, ou estarei profundamente decepcionado, leitores (brincadeira, mas sempre é tempo). Nele, as versões japonesas de Patty e Selma Simpson Bouvier passeiam por diferentes sonoridades nipônicas remetentes ao final dos anos 80 e início dos 90, naquele contexto de estouro da bolha econômica, meio cafona, bêbado e deprimente que todo otaco (oie) adora e defende como a melhor bobagem em todos os tempos. “Sexy Hero” é um bom exemplar a encapsular os rockzões exageradíssimos usáveis como temas de tokusatsus e animes de lutinha, mas que também estariam em casa, sem os vocais, como trilhas de fundo de joguinhos de ação – me sinto uma fase de Megaman X toda vez que escuto essa bosta viciante. Nem é a melhor nessa linha dentro do LP, mas morará eternamente em meu coração.

63. COCOSORI – EXQUISITE!

É, pois é. Isso aqui caiu do meu top 10 para a primeira metade da lista. “Exquisite!” foi ultrassignificativa para o meu 2016, sendo um brilho weird em meio a um momento de transição jovem/adulto-de-faculdade-que-trabalha. Só que, passado o tempo, acabou não sendo tão frequente assim em minhas playlists. Ainda assim, segue como um jam imbatível no Pop-Estranho-Oriental, mesclando dance kawaii com heavy metal tal como grupos japoneses fariam muito bem, mas coreanos parecem ter medo de fuçar. Adoro o clipe acompanhando visualmente as peripécias vocais delas, sendo mais funny enquanto elas cantam como esquilas e mais dark quando entra o batidão rockish. E pensar que as duas, na verdade, se odiavam, hehehe.

62. UTADA HIKARU – KOUYA NO OOKAMI

Nossa, essa é tão maravilhosa. O baixo brinca com a bateria de um modo estupidamente suingado, sendo deliciosamente envolvente já no início, mesmo com tão poucos elementos ao ouvido. Conforme os segundos passam e o orquestral pertinente ao trabalhado no álbum aparece, tudo vai crescendo ainda mais de nível. Ouvir “Kouya no Ookami” é como estar chapado num clube em Nova Orleans durante um carnaval 300 anos a frente do nosso. A propósito, já esperem várias faixas do “Fantôme” nessa lista, pois elas aparecerão sem qualquer cerimônia minha em panfletar um dos melhores discos dos últimos anos.

61. SNH48 – PRINCESS’S CLOAK

MELHOR MANDOPOP

A história dessa aqui é ótima. O SNH48 é o grupo da franquia AKB48 na China, sendo trabalhado assim por lá, como um galho da árvore principal que cruzava a fronteira (tipo o IZ*ONE na Coreia do Sul). Contudo, num dos movimentos mais hilários desse nicho idol, o grupo resolveu dar um golpe de estado e se separar do time principal, atuando de maneira independente. Não sei se isso chegou a ir pra frente de verdade (acho que não), mas essa “Princess’s Cloack”, por ter servido como single nessa mesma época, acabou conquistando uma atenção internacional que o SNH48, até então, não havia aproveitado. Ainda gosto bastante. Desses números dancehall que já eram modinha lá em 2016, é um dos que mais escuto, não só pela ironia da situação. Os produtores conseguiram adicionar uma aura de filme da Disney no resultado final que, aleatoriamente, a eleva de patamar. E o videoclipe com elas piranhando como toureiras e dançarinas de flamenco é um desbunde (deve ter sido caríssimo, mãe China abriu a carteira nessa).

60. HYUNJIN, HEEJIN – I’LL BE THERE

Preciso dizer: até hoje não entendi o porquê de terem escolhido a sonolenta Around You como debut single da HyunJin, sendo que tinham essa delicinha magnética aqui em mãos. “I’ll Be There” é o mais puro ouro do bubblegum pop. O instrumental new jack swing é implacável, o refrão “conversado” é puro grude. Fosse usada como solo, seria um dos melhores da dúzia de lançamentos principais. Mas não, não, coloca a porra da baladinha mais fraca que kissuco de quinta categoria como title mesmo, era disso que uma das integrantes mais espevitadas do lineup precisava. Vai entender…

59. JIMIN PARK, YOUNG K – 20

Tal como rolou com a HyunJin acima, por algum motivo que me foge ao bom senso, a JYP preferiu pegar a faixa mais boboca do mini da Jimin pra trabalhar como single. E o pior que isso nem é coerente com a tracklist montada pra ele, quase toda baseada em batidões eletrônicos para a pista. “20”, com o acompanhamento visual correto, poderia ter sido um divisor de águas em sua carreira, permitindo que ela encarnasse uma persona disco diva que cairia como uma luva para seu talento vocal e personalidade. Junto ainda do gimick IU dela estar ficando mais velha, que ajudaria a vender o comeback? Seria espetacular! Novamente: vai entender…

58. REOL – LUNATIC

A aura completamente viajada, remetendo a longa-metragens e animes clássicos de Sci-Fi representados sonoramente através da construção instrumental New Wave em “Lunatic” é não menos que espetacular, fazendo dela a melhor album track do “Sigma”. Uma pena que não bolaram um videoclipe bem doentio remetendo aos trashs espaciais de onde parece ter sido a inspiração para a construção da faixa. Nem uma animação utaite da Reol rolou. Esses artistas estão precisando de uma assessoria melhor na hora de escolher faixas de trabalho. E é lógico que eu adorei a homenagem ao nome do (antigo) blog, já estava na hora de alguém reconhecer o meu valor… :v

57. TWICE – I’M GONNA BE A STAR

Para todos os que bateram o olho nessa bobagem aqui do Twice e rolaram seus olhos, rindo do meu gosto musical refinadíssimo, deixo apenas a minha pena quanto às suas capacidades limitadas de identificar verdadeiras obras de arte auditivas – hahaha, parei. Mas falando sério, “I’m Gonna Be a Star” é um daqueles números toscões que não fazem a mínima questão de tentar ser algo mais que diversão humorística simples e pura. O nome da faixa repetido exaustivamente fica na cabeça por dias. Inclusive, toda a construção me soa parecida com o que a RuPaul fez em Call Me Mother, naquilo de inserir um instrumental pesadão e a letra ser uma sequência de frases arrogantes e amalucadas quase que faladas. Ou seja, sua existência é todinha baseada em servir de trilha de fundo para deboches maravilhosos. Hino.

56. 4MINUTE – HATE

O último respiro de vida do 4MINUTE como um grupo foi igualmente incrível a toda sua trajetória de 2009 até ali. É interessante pensar em como o som do grupo foi se modificando ao longo dos anos, mas sempre mantendo a aura girlcrush à qual o quinteto estava atrelado. “Hate” não fugiu nem um pouco disso. Sua melodia começa ao piano e adquire elementos Urban conforme passam os segundos, aumentando e aumentando em peso, até explodir em sintetizadores Techno gravíssimos, deixando todo o material final com uma cara Industrial mesclada com Hip Hop que beira ao sensacional. Podem descansar em paz, meninas, o legado de vocês teve um grand finale digníssimo.

E de hoje foi isso aí. Mas ainda falta MUITA COISA. Voltamos numa próxima. \o\

13 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2016 [70-56]

  1. Dá pra colocar os álbuns inteiros da Utada e das Bed.In nesse top 100, e seria merecido.

    Sobre I’ll Be There, realmente foi um erro da BBC não escolher essa música como single, sendo que é a que mais combina com a personalidade “4D” da HyunJin. Acho que a única explicação seria que apesar da HyunJin ser maluquete, a personagem dela no loonaverso seria mais tímida – apesar das personagens delas serem baseadas nas idols propriamente ditas, tem algumas diferenças (existe toda uma teoria de que a personagem da Yves seria uma mulher trans, por exemplo). Mas esse é um caso em que eu preferiria que a escolha da música fosse colocada à frente da historinha, não o contrário.

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  2. É muito esquisito pensar como os grupos de 2009 fizeram muito sucesso e depois acabaram de uma vez. Isso contando do debut até o último comeback, é claro. 2ne1 durou até 2014, After School por aí também, F(x) até 2015, 4minute ainda conseguiu chegar até 2016. Pena, porque foram grupos muito bons na maior parte de seu repertório.

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  3. ex’act/lotto penúltimo álbum verdadeiramente bom do exo (depois só em 2018).. saudades quando a sm realmente liberava uma grana pra comprar umas demos gostosas de ouvir.
    obs: the war fãs (sim, recentemente descobri que eles existem) favor não tumultuar.

    uma pena que eles deixaram o pancadão house de lado.. aguardo lucky one no top10.

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    1. The War é mediano e só tem uma faixa verdadeiramente fantástica (que eu acho uma das melhores tracks do EXO no geral): The Eve. E nem falo pela coreografia.

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  4. Sabia que Artificial Love estaria na lista, mas discordo que Monster é insossa porque para mim é a melhor title track do EXO /com folga/. Talvez ver o Baekhyun com aquele piercing fake tenha obscurecido minha visão e meu julgamento, mas ainda sim……………………………..

    Hate foi injustiçada demais quando foi lançada. Não entendo por que faixas tão boas fazem o público torcer o nariz enquanto porcarias assépticas se tornam grandes sucessos… Musicalmente falando é a faixa mais interessante do 4Minute, com o trabalho dos sintetizadores fazendo a faixa funcionar apesar dos gêneros musicais contrastantes (tipo I Got a Boy, que apesar das mudanças de ritmo consegue ser coesa por conta de elementos aqui e ali presentes nas diversas partes). Gosto mais de Crazy pelo conjunto, mas Hate é musicalmente superior em construção.

    Aguardo Luna no top 10. Free Somebody é a única opção de primeiro lugar.

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  5. O mais legal desse top é ter as lembranças do Asian mixtape em tempos de auge, lembro que o ano tava morníssimo com a única coisa realmente ótima 10/10 lançada sendo someone like you laaaaa em janeiro, daí high heels foi lançada e todo mundo ficou obcecado por ela, só pro Bruno dizer que achou bem qualquer coisa e que era uma faixa descartada do aoa que todo mundo só tava vendendo como maravilhosa porque o ano em si tava ruim, fazendo todos os k7’s (sdds fandom) surtarem nos comentários. (Inclusive uma coisa que sinto falta no blog são os comentários, no AM era basicamente um fórum onde você descobria milhões de lançamentos novos e coisas pra acompanhar que você não ia ver em nenhum outro lugar. Ai lunei o legado do Bruno realmente tá contigo e com o dougie)

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  6. O SNH48 ainda tem grande relevância no China, e além de as integrantes não cantarem em coro acho que não se graduam.

    Recentemente o akb48 lançou outra unite chinesa, mas agora bem atrelada para evitar surpresas. Tanto que todos os grupos le akb no
    Nome agora

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