TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2023 [25-11]

Penúltima parte desse ranking. O que quer dizer que, hoje, rola aquele clichê de listas de melhores do ano da blogosfera fundo de quintal, onde são várias e várias as gemas intocáveis, lacradoras, fadas de cristal, donas de nossos furicos, destruidoras de nações inteiras e salvadoras do pop, mas que, por pura subjetividade desse belo rapaz que vos escreve, acabaram ficando fora das 10 mais de 2023 de acordo com esse blágh.

Uma porção de fan favorites rodam abaixo. Será que a sua SOTY aparece aqui? É clicar e conferir…

25. MAVE: – PANDORA

Eu sou um ser humano ridiculamente contraditório. Tenho opiniões bem negativas a toda essa onda de músicas feitas a partir de IAs, e a história por traz do MAVE: ser ou não um grupo virtual com cantoras de verdade me deixa com uma pulga atrás da orelha. Mas “Pandora” é uma música tão boa, com um MV tão agressivamente espetacular (imagino os produtores do aespa estourando os pratos por isso aqui) que se tornou o meu guilty pleasure de 2023. “Pandora” é um desses casos raros de número-mina-fodona que realmente funcionam nessa atualidade pós-BLACKPINK saturando o mercado de cópias mais pobres. As batidas futuristas colam, os versos são efetivos e constroem uma cadência melódica que nos dá uma sensação de perigo crescente, aí vem o refrão explosivo sing-along e é impossível não se deixar levar. Pode ser que o título seja uma sentença de morte e que estejamos abrindo a caixa de pandora do K-Pop com IAs, mas isso só o futuro vai dizer.

24. SOMI – FAST FORWARD

É como o Dougie já disse: nós, básicas, nos divertimos muito. Não precisou muito além de uma demo que parece descarte do “Chromatica” para a Somi entregar o seu melhor single até então. Tudo em “Fast Forward” funciona tão bem que me remete a tempos antigos do K-Pop. É só ela sendo gostosa e loira cantando sobre já não aguentar mais passar por relacionamentos ruins até encontrar o amor da vida dela enquanto nos coloca para rebolar nas pistas de dança. E a pista de dança é sempre o melhor lugar para esse tipo de viagem interna. Em vez de a gente se deprimir em casa, no escuro, fazemos isso pulando com nossos amigos enquanto pancadões assim estouram em nossos ouvidos.

23. RYOKUOUSHOKU SHAKAI – BE A FLOWER

Aaaarrrghh, essa aqui tão maravilhosa! ❤ É muito bom gostar de animê. Lamento pela tristeza que é a vida de vocês não otaquinhos. Tipo, isso aqui é tema de um dramalhão CSI sobre uma mina na idade média da “China” que é boa com venenos e remédios e fica resolvendo problemas no palácio de uma das concubinas do imperador “chinês” (é que não dizem que é na China, mas é). Aí o que que escolhem pra abertura? Isso mesmo, um rockzão descabelado pesado e dramático pra caralho. O Japão, senhoras e senhores, é uma maluquice de país. E a voz rouca da vocalista deixa tudo ainda mais envolvente.

22. ODD EYE CIRCLE – AIR FORCE ONE

Quando o Loona esfarelou e Kim Beiço, Ceroeja e JinAlma assinaram com o selo do Jaden, o coração dos orbits velhos de guerra (os que acompanharam toda a campanha pré-debut, oie) bateu mais forte. Pois era a oportunidade de, enfim, ressuscitarem a unit que levou o projeto prum ouro lado anos atrás. E isso realmente aconteceu, com o Odd Eye Circle, com engrish ruim e tudo (era para ser “eyed”, que nem o Brown Eyed Girls), retornando das cinzas. “Air Force One” é uma dessas músicas acontecimento. É como se elas estivessem seguindo do mesmo exato ponto onde pararam lá em 2017. O refrão explosivo é tipo uma flecha no coração mesmo. Pra mim, a segunda melhor relacionada ao Loona esse ano (uia, polêmica).

21. MILLENNIUM PARADE, SHEENA RINGO – WORK

Sheena Ringo! ❤ Meio esquisito pra mim, e imagino que pra outros fãs de longa data da velha, que as duas melhores músicas dela esse ano são trabalhos com o Millennium Parade e não as prévias que ela soltou de seu eventual novo álbum solo. Esquisitices acontecem. “Work”, que é abertura de um anime chatão, “Hell’s Paradise”, monta bem um senso de rebeldia em seu instrumental invocado e lotado de elementos grandiosos. Rebeldia essa que é reforçada pelos vocais da Sheena e do cara, que inclusive são distorcidos em alguns momentos para soarem como se estivessem saindo de um megafone no meio de uma multidão. Animesong ótima, single excelente (e inesperado) dentro do catálogo da Sheena. E a b-side foi ainda melhor…

20. YOASOBI – YUUSHA

Essa aqui é bonita demais. A gente usa “bonita” para muitas coisas, mas aqui, realmente, dá essa sensação de ser uma música bonita de ouvir. Já disse e repito que é uma maluquice uma galera ter raiva do Yoasobi. O sucesso, nesse caso, faz muito sentido. Olha o tipo de música que os caras lançam. “Yuusha” é super emotiva, dá uns arrepios ouvindo. É lindamente detalhada, com cada momento funcionando perfeitamente em nos transportar para esse universo mágico (meio melancólico, mas que fica mó positivo depois) de “Frieren” (que foi meu animê predileto desse ano). Reizinhos demais.

19. LOOSSEMBLE – SENSITIVE

Não sei se isso será um sacrilégio para alguns orbits, mas calhou de “Sensitive” ser o meu negócio relacionado ao Loona predileto desse ano. E nem é por a icônica Pirralha do Sapo dizer “shake your body like dum-di-dum”, diga “so tell me” apontando pra própria boca e feche as linhas dizendo “sensitive” com a voz toda cheia de distorções. Isso tudo conta muitos pontos, mas não é isso. Acho que é por os produtores entenderem bem o tipo de vocal que as integrantes aqui têm e aproveitarem isso para bolar um instrumental extremamente criativo e impressionante sozinho. Ou não, sei lá. Só sei que “Sensitive” me deixa feliz demais toda vez que escuto ela. O refrão é bom pra caralho. OLHA O QUE VOCÊ PERDEU, JADEN, HAHAHA, SE FODEU!

18. KISS OF LIFE – SHHH

MELHOR DEBUT

Eu já imaginava que eu gostaria do Kiss of Life. A Natty tá ali, e a campanha Loona de soltar solos para as integrantes antes do debut foi legal. Mas não imaginava que gostaria tanto assim de “Shhh”. O instrumental brinca com variações ao mesmo tempo em que elas brincam com os vocais. Tem momentos que a interpretação é mais rimada, tem outros em que elas se esgoelam com vontade. E eu gosto também como as coisas vão esquentando e escalonando a partir do término do primeiro refrão. As meninas vendem muito bem a música, é um desses jams que vão despertando uma vontade de dançar, principalmente depois da bridge, que é daqueles momentos que quem sabe street dance começaria a rodopiar pelo chão, dar uns mortais ou algo assim. Melhor debut desse ano. E menção honrosa pra “Sugarcoat” e “Bad News”, que morreram na peneira, mas também são excelentes.

17. AKO – ALL TO MYSELF

A Ako, que não é a Ado, e nem a Ano, me transportou diretamente para a minha adolescência no Ensino Médio com essa aqui. Nessa época, bandas emo como NX Zero, Fresno, e outras de rock mais adolescente, como Paramore, e a Avril Lavigne, eram o que fazia sucesso entre a minha geração. E de minha parte, eu já escutava muito J-Pop, então também tinha na bagagem a Tomoko Kawase, com o The Brilliant Green e a Tommy Heavenly6. E “All To Myself” me parece cria disso aí tudo. É como se a Ako tivesse crescido com toda essa galera nos fones de ouvido e recriasse a magia hoje em dia. É uma música pessimista, melancólica, até meio psicopata, mas com todo o charme que só o espírito adolescente livre de amarras pode nos proporcionar.

16. IVE – BLUE BLOOD

Muitos de vocês quiseram me matar por ter descartado “I Am” tão cedo na lista, mas fiquei surpreso que outros muitos de vocês acham a música ruim. Eu adoro “I Am”, embora tenha me cansado um pouco dela. De qualquer forma, preferi “Blue Blood”. Tem algo de hipnótico aqui que faz dela a minha predileta entre tantos troços do IVE nesse ano. Não sei se é esse instrumental marcial dos versos e do refrão, se é a “virada étnica” que ele dá depois e faz com que eu me sinta em “O Clone”, se são os vocais graves que as gatinhas colocam aqui, se é a letra meio maluca sobre querer conquistar alguém, mas destacar como sua maior qualidade ter sangue frio. Talvez seja uma soma de todo o conjunto. Se antes o IVE era um grupo de grandes singles, agora também é de grandes album tracks.

15. AESPA – BETTER THINGS

“Better Things” foi o azarão de 2023. Nunca que, lá no início do ano, eu imaginaria que uma das músicas que eu mais me viciaria seria um single avulso de verão que nem tem nada a ver com a sonoridade assinatura do aespa. Mas tem uma coisa na simplicidade dela que me cativa demais. A letra sobre seguir em frente depois de um término por cima de uma fucking salsa fica legal demais. É uma bobagem de um pouco mais de três minutos que diverte do início ao fim. E acho que justamente por ela ser tão “fácil” que dá vontade de ficar repetindo. Um dos grandes hinos da estação mais quente da Ásia, juntinho desse outro aqui da ilha vizinha:

14. EXWHYZ – FURACHINA SUMMER

Eu sempre abro um sorrisão quando o techno summer eletrohits dos versos dessa aqui dão lugar prum synthpop fofinho tão idol. É um bagulho TÃO JAPONÊS que é impossível não amar. “Furachina Summer” é uma dessas gemas que acho que só o J-Pop hoje em dia consegue nos proporcionar. As gatinhas creepy do ExWHYZ cantam sobre curtirmos o calor com elas, sobre nos deixarem de camisa molhada, porque elas estão com o corpo formigando. É maravilhoso, porque pode ser literal, e isso já é divertido daí mesmo, ou pode ser uma grande metáfora para SACANAGEM, o que é quintuplamente divertido também. É uma música tão insolente e tão imperdoável quanto o título diz. E ainda rola espaço pra prestar homenagem a um clássico da Bonnie Pink. Enfim, um grande hino do verão, e a minha música predileta do ExWHYZ a partir de hoje.

13. AESPA – SALTY AND SWEET

Eu sempre gostei do aespa num geral. Curto a ideia por trás do grupo e acho que o ~lore~ ajuda a vender as músicas. Mas acho que é consenso que estava demorando para a SM realmente dar um trabalho no mesmo nível do que já fizeram com o Girls’ Generation, com o f(x) e com o Red Velvet para elas. E ele enfim veio nesse mais recente mini-álbum, que é inteiro excelente, espetacular, energético, pesado, agressivo, gutural, emocionante. De longe o disco mais legal do K-Pop nessa primeira metade do ano. E a melhor faixa nele é a que melhor engloba o aespa em seu conceito de grupo futurista de meninas malvadas. “Salty & Sweet” é daqueles exemplares “Love or Lies”, “First Timer”, “Like The First Time” de músicas que parecem ser de 3023 e não lançamentos atuais. Eu adoro como as batidas secas nela deixam tudo com uma cara “mecânica”. O refrão é grude puro. E a última repetição dele lá no final, com uma das pirralhas berrando como se não houvesse amanhã atrás, é pop heaven. Finalmente, caralho, finalmente! Só não é a melhor do grupo porque, meses depois, elas conseguiram se superar ainda mais. Mas isso aí é papo pro top 10…

12. RED VELVET – CHILL KILL

Tem música que conquista pela emoção. Que parece montada, milimetricamente, para bater que nem uma marreta na gente. Isso nas melodias usadas, na letra, no jeito como cantam, até nos elementos sônicos utilizados na back track. E “Chill Kill” é um desses casos. É até difícil teorizar aqui o porquê de eu achar que isso é um pop heaven. Mas tem um ar catártico nela, nos versos intensos, na virada de chave esquisitinha do refrão. E a bridge é coisa de louco. As cinco espinhas de peixe presas na garganta de Baphomet parecem descarregar tudo o que têm quando a bridge chega. A parte do “until the eeeeend of tiiiimeeee”, seguida da repetição final mais gritada do refrão… sei lá, bicho, é como se eu saísse do meu corpo. O Red Velvet é um grupo acima do normal, e com quase 10 anos de carreira elas entregaram uma de suas melhores músicas. O brilho delas realmente é interminável. Isso é pra poucos.

11. TATSUYA KITANI – WHERE OUR BLUE IS

Outra que bate com força. “Ao no sumika” é a epítome do clichê de animesongs ultra emotivas. Só que clichês existem por uma razão, e quando ouvimos uma música especial assim entendemos o porquê. Tudo nela me vende aquele fôlego jovem shounen energético de personagens correndo em alta velocidade com um sorrisão estampado no rosto, lutando suas batalhas mais importantes da vida, descobrindo que precisarão enfrentar a si mesmos antes de enfim derrotarem o vilão. É dramático num nível inescapável para qualquer otaku (oie) e inesgotável para qualquer um que goste de pop/rock, do Japão e de fora dele. E é só a segunda melhor da trilha de “Jujutsu Kaisen” nesse ano.

GOMAWO TAEYEON — NEWJEANS ETA (2023)

It is what it is, crianças e saudosos da pangeia. Agora, só restam as 10 mais. Chutem aí o que vai aparecer.

Elusivos spoilers: A quantidade de músicas japonesas e coreanas depende do ponto de vista. Uma galera vai defender que são 5 do J-Pop e 5 do K-Pop, outra vai defender que são 4 do J-Pop e 6 do K-Pop.

Dessas músicas, 6 são de girlgroups (sendo que 2 são de um mesmo grupo). Aí vem 3 animesongs (duas de um mesmo projeto). Por fim, uma b-side de uma velha fumante. Se alguém acertar eu mando um pix de 69 centavos.

13 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2023 [25-11]

  1. Minha SOTY, Ao no Sumika, morreu cedo demais. Aliás, boa parte do meu top 10 morreu, haha, Chill Kill, Blue Blood, Air Force One, Sensitive…

    Vitória para nós Vivi stans que finalmente vemos a gatinha abrir a boca em uma música, amém.

    O anime da apotecária foi minha surpresa da temporada, comecei não botando muita fé (na verdade decidi assistir porque achei a premissa parecida com outro que gosto, Kokyuu no Karasu), e não só estou adorando, como quero até ler o mangá. Ajuda muito que a OP é uma daquelas impossíveis de pular.

    Apostas para o top10: Cool With You e ETA do NewJeans; Eve, Psyche & The Bluebeard’s Wife do Lesserafim; alguma do XG (a polêmica entre Kpop/Jpop); a segunda OP de Jujutsu, Specialz; o resto não sei.

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    1. “Vitória para nós Vivi stans que finalmente vemos a gatinha abrir a boca em uma música, amém”

      …Abrindo a boca em comparação com os tempos do OT12, né? É verdade que a lenda de Hong Kong praticamente triplicou o tempo de vocais nas músicas, mas quando o tempo antes era de 2 segundos por música e agora são 6 segundos (quando até os versos da Pirralha do Sapo e o mini-rap da Go Won Minaj têm bem mais tempo que isso), convenhamos que os produtores ainda poderiam dar um pouquinho mais de espaço pra nossa querida ViViane…

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      1. Claro, ela ainda não canta lá tanto tempo, mas se a gente comparar com os idos de So What ou PTT (nem linhas solo a Vivi teve na title), é uma grande melhora.

        Mas por mim a gente bota mais linhas para a Vivi sim, e quem não gostou que engula com farofa.

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  2. Ou seja: no top 10 vai ter TGIF do XG, Cool With You e ETA (eleita SOTY) do New Jeans, a b-side é da Sheena Ringo, Eve, Psyche & The Bluebeard’s Wife das serafinas, duas (?) de Jujutsu Kaisen e a última anisong eu não sei.

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  3. AEEEEE!!! Muito bom ver o Loossemble e o OEC emplacando músicas no top 100 do ano, depois de anos com o Loona vindo com bomba atrás de bomba!

    Fica a torcida pra pelo menos um desses dois grupos decidir abraçar o legado abandonado (mas NUNCA esquecido) do sexy concept no k-pop. Minha aposta vai pro Loossemble, especialmente considerando o potencial da HyunJin e da Hyeju-ex-Olivia-Hye como as possíveis grandes gostosas da geração atual do k-pop – a última inclusive chegou a se bronzear pra performance num music show da vida, seguindo o legado de musas morenaças como Hyolyn e Seolhyun; só faltou mandar no meio da música um “Império Bronze, trabalho lindo”:

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      1. MARAVILHOSAS!!!

        O próximo special stage do Loossemble (supondo que elas durem tempo suficiente pra ganhar um special stage) PRECISA ser um cover medley de “Expectation”, “Miniskirt” e “Touch My Body”!

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  4. Chill Kill realmente é uma música que mexe com o emocional, e talvez o red Velvet seja o único grupo capaz de fazer músicas que te trazem uma experiência, se o red Velvet der disband mesmo, o lugar delas nunca será ocupado porque nunca existirá um grupo que faça metade do que elas fizeram, seja pro bem ou pro mal.

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  5. A propósito lunei, vc a Rafa e o Dougie tem OBRIGAÇÃO de falar sobre a situação do blackpink, as quatro não renovaram o contrato de exclusividade com a YG e a Jennie ainda abriu uma empresa e ainda tem blink jurando que vai ter blackpink.

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  6. Levando em consideração que você tem alguns filtros bem fortes em relação ao tempo em que as músicas foram lançadas vs o quanto você gosta delas… eu diria ainda que Chill Kill é seu TOP3. Você só não teve coragem de matar alguma outra que está lá…

    (ps.: meu TOP1 já rodou no seu ranking)

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