TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [70-56]

Terceira parte do grande listão rememorando o que de melhor saiu no melhor ano da última década para o pop asiático. Nessa, mais 15 grandes pancadões serão cortados para vocês reclamarem que as músicas lá do post de esquecidas no churrasco são melhores que as que eu escolhi (e eu rir bastante da cara de vocês chocados por isso).

Entre as escolhidas da vez, vamos com a icônica canção que acidentalmente (pffff) ocupa a posição #69 do ranking, além da melhor animesong de 2015 e da que ganha a versão coreana do Troféu CL de Melhor Música Ruim (pois a melhor música ruim japa tá beirando o top 10, risos). Ah, uma curiosidade: essa melhor pior música, na verdade, foi a que chutou o T-ara desse top, pois eu quase esqueço de incluir ela. Uhhhh, qual será?

70. E-GIRLS – DANCE DANCE DANCE

É assim que se faz um refrão! É irônico que “Dance Dance Dance”, que é justamente a música que menos se aproxima dos tais dois conceitos fechados do E-Girls, seja uma das minhas favoritas em toda a discografia delas como um megazord completo. É interessante também o modo como os produtores responsáveis por isso aqui conseguiram respeitar as inspirações buscadas naquele jazz-de-cabaré e no funk de uma maneira coerente, mas ainda assim fazer com que a música soasse atual. Todas as meninas da linha vocal estão cantando formidavelmente, as da linha de dança também mandando muito bem, a estética do clipe está ótima, Shuuka está deslumbrante também, viu. Te amo, Shuuka… ❤

69. BROWN EYED GIRLS – WARM HOLE

A história dessa aqui é muito boa: durante as prévias do “Basic”, álbum do Brown Eyed Girls de 2015, soltaram a tracklist e alguns sites de notícia noticiaram que uma das titles estava com um erro de grafia. Se chamava “Worm Hole” (buraco de minhoca), pois o LP teria essa temática espacial/dimensional em sua estética visual. Aí a staff do quarteto foi lá e desmentiu, dizendo que a faixa se chamaria “Warm Hole” (buraco quente) mesmo, chocando uma galera que já tinha esquecido que o BEG apostava mesmo em conceitos mais sapecas sem muito pudor. Dias depois, “Warm Hole” foi trabalhada como singleb-side” do comeback e recebeu o MV acima, lotado de cenas sobre coisas entrando em buracos, sendo um dos momentos mais hilários do final de 2015. A música é ótima.

68. TOKYO KARAN KORON – SPICE

MELHOR ANIMESONG

Trocentos animes são lançados anualmente, mas poucos realmente acontecem como “Shokugeki No Souma” aconteceu. De carona na trama shounen usando o ambiente gastronômico como pano de fundo, tivemos a ending “Spice”, a melhor animesong do ano. Aaaaaaaarhg, que música bonitinha! Eu não tenho ideia do motivo, mas toda vez que a escuto, a vontade que dá é sair correndo pela rua gritando toda a letra com o máximo de força que eu conseguir no momento. Não sei se por 2015 ter sido relativamente esquecível em relação às animações, mas nadinha nesse nicho conseguiu ao menos se aproximar do amálgama de sentimentalismo com despretensão pop que o Tokyo Karan Koron fez aqui.

67. WONDER GIRLS – LOVED

“Loved” é a magia e alegria oitentista em forma de música. Os sintetizadores envolventes vão tomando conta do corpo conforme elas vão cantando numa região mais grave, quase hipnótica. É lindo o jeito como o Wonder Girls se permite ir a fundo nesse conceito retrô sem qualquer pudor de, evidentemente, soar datado e deliciosamente cafona. A bridge aqui é sensacional, os versos finais, com a banda atrás ficando em ainda maior evidencia, arrepiam todos os pelos do corpo. É Pet Shop Boys do início ao fim, mas cantado por gostosas coreanas. Ou seja, não tem como ser nem próximo de ruim.

66. F(X) – RUDE LOVE

“Rude Love” é uma das faixas mais fortes do “4 Walls”. Seu maior brilho está em ser cantada de maneira mais melódica, quase como em uma balada, sobre um arranjo upbeat clubber razoavelmente alto. E é óbvio que o refrão chiclete é eficiente em fazer com que eu a escute repetidas vezes até enjoar – coisa que, com anos de lançamento, ainda não aconteceu. Não sou de guardar rancor de gravadoras coreanas, pois sei que tudo isso é uma indústria e etc., mas eu fico genuinamente chateado com a SM por não ter colocado essa aqui nem como faixa de apoio para apresentações nos Raul Gils da vida. Ela merecia muito mais, caras, muito mais…

65. FAKY – YOU

Ooh, como me irrita o Faky não receber a devida e merecida atenção não só na cena japa, mas também entre o público jotapopeiro casual ao redor do globo. É nítido que elas têm todo o necessário para serem consideradas uma boa girlband: bons vocais, visual interessante, bom gosto na hora de bolar videoclipes e, o principal, boas músicas. Da trinca que elas soltaram ao retornarem com uma nova formação no final de 2015 (a melhor de todas, em minha opinião), “You” foi a terceira mais legal, apostando na soma de sintetizadores gamers com acordes de violão agressivíssimos. O resultado é meio torto, mas surpreendente para o grupo.

64. GESU NO KIWAMI OTOME – OTONATIC

O Gesu No Kiwami Otome foi ainda outro grande grupo que teve em 2015 o seu grande breakthrough. Eu fico bobo no modo como eles conseguem fazer uma mesma fórmula sonora funcionar de maneiras diferentes várias e várias vezes. Tal molde é nada mais que misturar num andamento jazzístico elementos sonoros vindos do rock, do folclore nipônico e da música negra americana. Isso tudo de uma maneira estruturalmente pesada, mas ainda assim soando… fofo. É assim que “Otonatic” se parece e como uma outra aí, bem, bem, beeeeeeeeem mais lá pra cima, se prova ainda melhor.

63. POCKET GIRLS – BBANG BBANG

TROFÉU CL DE MELHOR MÚSICA RUIM COREANA

“Bbang Bbang” é o grande hino nugu da capopesfera. Ponto. A música toda é uma bobageira eletrônica bagaceira, mas o entorno todo nela é o grande charme do lançamento. As integrantes de plásticas incomparáveis que estão no MV (Pete Burns e Mulher Melão grandes ícones), a coreografia merdavilhosa, o clipe que deve ter custado uns trinta wons recheado de humor involuntário, o fato delas se tornarem modelos de exposições automotivas sem querer pelo tanto de apresentações em eventos do tipo que elas fizeram, o line-up mudando toda semana, as reações impagáveis da plateia quando elas abrem os blazers no refrão, aquela vez que elas cantaram para militares numa igreja e se tornaram o Pussy Riot coreano… Enfim, um abração pro Pocket Girls e para o Sowon Xiita que me avisou para não esquecer de incluir esse hino na lista!

62. EXO – LOVE ME RIGHT

O mais engraçado sobre o EXO é que, mesmo com fãs que beiram ao insuportável tamanha a devoção desenfreada e a maneira como tratam aqueles que não os idolatram, os caras realmente conseguem lançar um punhado de faixas que justificam esse hype todo em cima. 2015 foi o melhor ano do grupo até agora, não pelo troço horrível que é “Lightsaber”, mas por coisas boas como “Love Me Right”. Esse é um daqueles números que mesclam o eletrônico com o funk de maneira competente, com elementos sônicos bastante marcantes, um peso legal e, é claro, um refrão matador. Eu sei que um monte de gente vai falar que é só a SM reciclando SuJu/SHINee/TVXQ!, mas se é para reciclar, que bom o fazem tão bem assim. (edit 2021: nossa, esse parágrafo ficou tão datado, o EXO ainda tinha fãs na época que escrevi ele pro outro blog.)

61. NAMIE AMURO – GOLDEN TOUCH

“Golden Touch” foi uma das músicas responsáveis por meu mergulho na Namie Amuro. Isso aí é teen pra caralho, poderia ser gravado pela Katy Perry de tão genérico que é, não tem absolutamente nada de inovador… mas eu adoro. Não sei se é pelo clipe ótimo com aquilo de colocar o dedo na tela para interagir com o vídeo (e provavelmente é, huahuahua), mas essa foi uma das minhas músicas definitivas de 2015 e continua bem forte no meu dia a dia atual. Tem vezes que o pop só precisa ser bobo e divertido mesmo para encantar, cativar, dar vontade de ouvir e esse tipo de coisa que grandes hits se mostram com o tempo.

60. KODA KUMI – LIKE IT

O “Walk Of My Life” foi um álbum tão bom e fez do 2015 da Koda Kumi um ano tão ótimo que meio que me bate uma tristeza ao ver como tudo foi pro saco depois disso. E eu sei que boa parte das catorze pessoas que ouvem J-Pop e acompanham isso aqui irá virar os olhos com o fato de eu ignorar “Mercedes”, “Piece in the Puzzle” e outras album tracks ótimas, mas a verdade é que “Like It” foi o meu grande vício daquela era, com Kodão repetindo “laique laique laique, uuuuuuuh laique laiqueee” por quase 3 minutos enquanto rola um batidão urban por trás sendo um dos bagulhos mais “Koda Kumi” dela nesse ano. Acho que nem é a “melhor” música da tracklist mesmo, mas certamente é a que eu ainda mais ouço.

59. GOT7 – JUST RIGHT

“Just Right” é um daqueles exemplos perfeitos de como construir uma atmosfera agradável e divertida dentro de uma música, mas não se permitindo exagerar demais no açúcar em seus elementos. Assistindo o MV, é como um dos trecos desovados pelo Astro-cujas-fãs-sumiram, já que eles agem como pivetes de 8 anos, com cores demais, inocência forçada, etc. No entanto, aos ouvidos, temos um conjunto pop extremamente redondo, bem executado, com peso certo no instrumental e uma porção de momentos de puro grude radiofônico. Uma das mais legais do GOT7, que acabaria se superando ainda nesse mesmo ano…

58. IU – ZEZÉ

O mini-álbum da IU foi uma das melhores coisas que lançaram na cena musical DO MUNDO em 2015. Eu poderia tranquilamente colocar todas as faixas dele aqui, mas enfim, das que selecionei, “Zezé” é a que começa essa invasão. A soma de folk no popzão instrumentalmente mais pesado funcionou como poucas conseguem no K-Pop. Cada elemento tem o seu lugar de brilho e realmente faz a diferença no resultado final. Há pulso, há replay factor, há tudo de necessário para que esse seja um release agradável e marcante. Que bom que as tosquíssimas acusações por conta da letra inspirada no livro brasileiro “Meu Pé de Laranja Lima” não deram em nada. Rainha com o corpo fechado.

57. BTS – I NEED U

E aqui está o grande motivo de orgulho das army, aquilo que, inicialmente, lhes deu gás para ficar horas e horas discutindo nas internetes o quanto os bias delas são superiores, inovadores, vanguardistas, etc. quando comparados a outros grupos contemporâneos. “I Need U” é sempre colocada pelas fãs do BTS como uma faixa acima da média e como um dos maiores destaques não só de acts masculinos, mas como de todo o capope em 2015. E lhes digo uma coisa: elas estão certas!!!!! De fato, “Eu Preciso de Você” é tudo isso. Essa mistura de R&B com eletrônico totalmente funcionou, deixando todo o resultado final naquela linha emotiva-mas-com-vontade-de-dançar que quase ninguém na Coreia do Sul consegue fazer direito. O MV todo melancólico também rola legal. Enfim, é o pacote completo feito com primazia. Só não está mais acima por o nível em 2015 ter sido MUITO alto – e ter uma outra deles que é ainda melhor

56. 4MINUTE – CRAZY

Xii, deve ter gente da época do outro blog que caiu da cadeira agora. Originalmente, “Crazy” ocupava o topo dessa lista. Só que o tempo foi meio ruim com ela, a rotatividade em minhas audições diárias diminuiu consideravelmente (culpa do excesso de números try-hard no K-Pop atual?), então, ela morrerá aqui mesmo na primeira metade da lista. De qualquer forma, “Crazy” ainda é um puta jam. É daqueles exemplares-mina-fodona espetaculares, com o plus de a letra ser um hino contra o comodismo social e todas as besteiras que as pessoas nos impõem como comportamentos certos e errados. “Não se deixe ser solitário / Ache o seu “eu” escondido no mundo, antes que seja tarde / Enlouqueça! Grite! Aproveite! / A vida é muito curta, então, todos devem enlouquecer!” A backtrack disso é tão frenética que qualquer deslize de atenção é capaz de nos privar de algum elemento que poderá tornar toda a experiência diferente quando descoberto numa próxima ouvida – o pré-refrão em especial, com os sintetizadores subindo, é de tirar o fôlego. Uma pena o 4MINUTE ter se separado, mas não tenho muito do que reclamar, já que elas deixaram uma discografia onde várias coisas conseguem ser ainda melhores que “Crazy”. Então, vamos todos enlouquecer juntos.

Na próxima parte, mais uma porção de hinos. Nos vemos lá!

10 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2015 [70-56]

  1. Embora eu ame as Pocket Girls, NUNCA que “Bbang Bbang” é melhor que “Heart Attack” do AOA ou “Only You” do miss A. Mas é uma música divertida, então vou dar um desconto.

    No mais, adoro “You” das FAKY, e também gostei de ver as E-Girls (na época que o Dream ainda existia e fazia parte do megazord) na lista!

    E sério que o povo se chocou com as Brown Eyed Girls nomeando uma música como “buraco quente”? É o grupo da Gain, afinal, aquela que frequentemente testa os limites entre arte e pornografia…

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  2. Triste que Rude Love morreu tão cedo e que Love Me Right, absoluto HINO, tenha ficado atrás daquela porcaria do GOT7.

    Não critico Crazy ter rodado já, porque sou da mesma opinião. Na época, era uma coisa bem diferente, uma proposta interessante, e mesmo hoje ainda sendo superior ao bate estaca try hard que qualquer nugu lança, não tem mais o mesmo destaque. É, para mim, uma música que envelheceu mal e que parece meio datada.

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