Lisa chuta a carcaça da Rosé em “LALISA”, solo que choca por não ser uma merda completa (algo raro quando falamos de BLACKPINK)

Lançamentos relacionados ao BLACKPINK são aqueles eventos que todos se prestam a comentar: pessoas chatas da fanbase das quatro rainhas do porão, pessoas de dentro do mundinho capopeiro 101, pessoas que não se importam muito com o K-Pop, mas sabem que o BLACKPINK tem força o suficiente para atrair cliques e render um burburinho de capopeiros que precisam dessa validação “de fora do meio”, veículos grandes, veículos pequenos, você, sua tia Marlene chata pra caralho, o Manoel da padaria que compra muambas pra netinha que gosta “desse povo do olho puxado”, o Charles do carro do peixe que coloca “Kill This Love” como tema para quando ele está passando e por aí vai.

Então, hora de dedicar alguns parágrafos para o debut solo da Lisa, que quer que todos digam o nome dela tal como dizíamos “heeeey, Ms Carter” pra Beyoncé em uma distante época em que o brasileiro médio podia ir a um show (ou assistir ao Rock in Rio pela TV, meu caso). Já devem ter ouvido, mas ouçam de novo LALISA

Acho que o melhor elogio que eu posso dar para isso aqui (e que os blinks certamente não entenderão, pois são, na maioria, um poço de ignorância em termos de interpretação de texto) é que “LALISA” está muito melhor do que poderia estar. Explicarei.

O Teddy é um produtor musical extremamente limitado em suas ideias. Não que isso seja de total ruim. Ali mais ou menos entre 2009 e 2015, mesmo dentro de algumas fórmulas meio manjadas de se montar uma música, ele ainda conseguia entregar uma maioria de faixas realmente divertidas. Mas dos últimos anos para cá o velhote parece ter perdido gostoso a mão para essas repetições.

E quando o BLACKPINK teve o seu maior desempenho “internacional” em DDU-DU DDU-DU, ele entregou para a nova galinha dos ovos de ouro da gravadora canções que reprisavam tal porcaria asquerosa como se nós, ouvintes, tivéssemos memória curta e não conseguíssemos comparar um lançamento com outro treco igual feito meses antes (bom, os blinks talvez tenham memória seletiva mesmo). O fundo do poço foi How You Like That, que ainda hoje me faz pensar se a surdez não seria uma opção melhor.

O lance é que, por ser a Lisa, que é a rapper do grupo (ouviu, Jennie?), era quase que óbvio que “LALISA” seria ainda outra reprise dos números try-hard já feitos pelo grupo/produzidos pelo Teddy num geral. E meio que é mesmo. Em estrutura, em ideias, sintetizadores, etc. Só que, por incrível que pareça, a Lisa consegue fazer isso aqui funcionar. Ela manda bem nas rimas, tem um flow legal (vocês também pegaram birra dessa palavra depois do sucesso do podcast ridículo lá?), ela consegue preencher com o rap dela os espaços vazios que as produções do Teddy costumam ter, o refrão tem mais versos do que só o título sendo repetido, a parte final após o break étnico obrigatório reserva ainda outro refrão.

“LALISA” talvez seja agora o que “The Baddest Female” foi para a CL e o 2NE1. Ela está bem mais próxima dessa “YG das antigas”, onde os acts tinham um pouco mais de investimento em fazer acontecer fora de seus grupos do que rola hoje em dia. “LALISA” não é tão diferente assim do que algo que o próprio BLACKPINK soltaria (ela me parece algo entre “How You Like That” e “Ice Cream”), mas o que a destaca das outras é que… bom, ela é escutável.

Não sei se vai ser a grande música que colocará a Lisa como solista na memória coletiva de fãs de K-Pop (como foi a da CL acima), mas só dessa ser uma faixa BLACKPINK related que não fez com que eu perdesse a paciência antes da metade, já estamos no lucro. Lisa rainha, Rosé nadinha (ou vão fingir que ainda ouvem as porcarias que ela soltou solo e flopou pro Brave Girls esse ano? Se respeitem, blinks!)

11 comentários em “Lisa chuta a carcaça da Rosé em “LALISA”, solo que choca por não ser uma merda completa (algo raro quando falamos de BLACKPINK)

  1. Coragem chamar esse trem aí de escutável, viu. Eu ia até dizer que já desisti do Blackpink, mas nunca apostei nada nelas né ¯\_(ツ)_/¯

    Com o BP a barra é tão baixa que elas entregam LITERALMENTE QUALQUER COISA, como essa faixa extremamente datada e feita nas coxas que qualquer nugu lançaria no longínquo ano da graça de 2015 e as pessoas aplaudem porque não parece um monte de pregos batendo em um liquidificador.

    Como diriam os jovens… Cringe. Esse rapzinho ruim (e não falo da interpretação da Lisa, mas da letra mesmo) enterrou a faixa, o refrão TOSCO jogou a última pá de terra e o break ~étnico~ trouxe a coroa de flores para completar o funeral. Tem mais cara de paródia do que a CL lançaria há 10 anos do que uma faixa real, de 2021.

    #ForaTeddy

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  2. Pois pra mim é contrário, desceu mais ainda as escadas da ruindade. Ela repetindo o nome Lalisa pela música inteira matou, quase não consegui chegar ao final ouvindo.
    Só achei curioso o povo ficar “nossa uau” pra essa batidinha étnica sendo que nas músicas do BP sempre tem uma dessas no meio das músicas.

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    1. A música se sustenta porque a Lalisa tem fãs e é carismática. A melhor parte da música é a batida étnica, se ela tivesse insistido pro Teddy em por um trecho de rap em tailandês (uma canetada ousada) nesse trecho antes de colocar Lalisa repetido nove vezes, seria bem memorável, mas com certeza só chegaram com o negócio pronto pra ela e disseram: “cante porque isso aqui é a sua cara”.

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  3. Esse cara pega muito leve com o blackpink. Se fosse o BTS lançando uma porcaria igual essa aí, os bloggers já iriam falar que é a pior música da história do planeta Terra.

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  4. Cada vez mais as músicas do BP vem me decepcionando. Desde Kill This Love que eu não me senti realmente satisfeita com as produções delas. Não sei. Acho que Lalisa foi super “glamourizalado” por ser de uma artista, querendo ou não, grande (mais ainda sendo ela a membro mais popular), mas ainda com o MV bem feito e trabalhado, não consegui tirar nada de positivo dessa música! Algo triste, por que eu gostava muito do grupo em meados de 2016/2017.

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