“RUB-A-DUM” é o descarrilamento de trem mais divertido dos últimos tempos até o K-Pop desovar alguma outra bagunça ruim/boa para nós

Não lembro se cheguei a falar do TRI.BE aqui no blog à época do debut lá, mas elas são uma espécie de “novo EXID”, o que se traduz em serem a nova aposta do produtor Shinsadong Tiger, que vem investindo nelas como um novo cartaz para as músicas que ele compõe. Honestamente, elas ainda terão que comer muito arroz com feijão para chegarem aos pés de LE, Hani e as outras, e mesmo o tigrão lá ainda terá que cavucar umas produções mais interessantes para que elas aconteçam de verdade, mas enquanto isso não acontece, dá pra ir se divertindo com tranqueiras como RUB-A-DUM

“RUB-A-DUM” é um barril de pólvora para a parcela mais “”””woke”””” de adolescentes que acompanham o K-Pop. No instrumental, a faixa explora diferentes influências, que podem ser lidas como indianas, árabes, latinas, até africanas. E no MV, elas usam referências visuais que jogam isso aí tudo num liquidificador. Há uma fatia bem grande de público que simplesmente não aceita que artistas usem como estética coisas que remetam a outras culturas (ou mesmo à própria). E aí, jogam tudo numa vala de “apropriação cultural”, como se um pouco mais de meia dúzia de pirralhas sul-coreanas fossem apagar histórias de povos alheios através de uma música pop.

Como sou velho (e estudado), sei separar esse tipo de coisa de apropriações culturais prejudiciais reais. E então, posso curtir essa bobageira aqui sem qualquer culpa. O que é ótimo, pois “RUB-A-DUM” é uma MERDAAAAA, tão merda, mas TÃO MERDA, que faz a volta e se torna icônica!!1!

O instrumental é tão cheio de referências que é como uma montanha russa aos ouvidos. Ela começa com umas crianças cantando como se estivessem numa cerimônia religiosa, aí já muda pro batidão eletrônico do refrão, então os versos vêm como se elas estivessem no Marrocos, pra logo surgir um pré-refrão fofinho que liga com o refrão pesado e um pós-refrão retirado da abertura de Caminho das Índias!!! É tanta coisa pra assimilar que, de algum jeito, ela acaba fazendo sentido ao fim.

Essa viagem de referências é perfeitamente transportada para o MV, tão maluco e bagunçado quanto. Rolam várias propostas diferentes, cenários, figurinos, como se elas literalmente viajassem o mundo numa música só. Por mim, tudo ótimo!

Mas acho melhor, para o futuro delas, que arrumem músicas realmente legais para elas daqui em diante. “RUB-A-DUM” funciona pelo fator kitsch da coisa toda, mas quando elas vão pruma zona mais controlada, tudo fica genérico demais. “LORO”, por exemplo, é um latin pop manjado que qualquer um poderia ter lançado sem diferença nenhuma no final.

Tô aqui com os dedos cruzados pelo TRI.BE. Pelo padrão com o Shinsadong Tiger, logo logo o megajam delas chega mesmo. Então nem tem muito com o que se preocupar.

13 comentários em ““RUB-A-DUM” é o descarrilamento de trem mais divertido dos últimos tempos até o K-Pop desovar alguma outra bagunça ruim/boa para nós

  1. A dificuldade de juntar tantos ritmos e referências assim em uma mesma música de forma a não ficar forçado é enorme.
    Além de conseguirem fazer isso na música, conseguiram também no MV.
    Trabalho absurdo!
    Chamar isso de PORCARIA é dose! Mesmo querendo elogiar.
    Não tem nada de porcaria nisso. É um trabalho bem complexo, difícil e bem feito.

    Com relação a “LORO” sim. Eu concordo.
    É uma merdinha genérica qualquer. Agora RUB-A-DUM é exelente em sua concepção do início ao fim.

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