Em tempos de redes sociais, nos acostumamos a banalizar a “tristeza” como um termo. Coloquem isso dentro do nicho de K-Pop, do qual fazemos parte. É muito comum que categorizemos como “triste” coisas que, não necessariamente, são isso, ou que, ao menos, não deveríamos considerar assim. Exemplo próprio: lembro que, tempos atrás, estava conversando sobre alguns grupos antigos que acompanhava quando comecei a me inserir nesse meio, aí falei algo como “nossa, a trajetória do F(x) foi bem triste”. E não. Parando pra pensar, a trajetória do F(x) não foi triste. Em sete anos de carreira, tiveram uma porção de comebacks, venderam milhões de cópias, foram o segundo maior nome feminino da SM em seu tempo, as integrantes parecem ter juntado uma boa grana. E como idols, ainda me deixaram, ao menos, quatro álbuns excelentes (Red Light, 4 Walls, Hot Summer e Pink Tape), coisa raríssima em grupos sul-coreanos. Não há tristeza nisso.
Talvez por já ser um pouquinho (só um pouquinho mesmo, hein) mais velho que a maioria do público atual de K-Pop, consequentemente tendo passado por mais experiências ao longo da vida, já não considero “triste” de verdade que, vá lá, minhas expectativas acerca de gerenciamento de meus acts favoritos não sejam cumpridas. Ou mesmo (e agora vem uma pseudo-polêmica, será que vão me cancelar?) que esses artistas pisem na bola e façam determinadas merdas, com a Jimin reproduzindo comportamentos abusivos comuns dessa indústria com a Mina, por exemplo. Sei lá, só não é triste de verdade. No fim do dia, a vida segue na mesma, com lampejos de indiferença da minha parte.
Agora, querem saber de um momento realmente TRISTE, que marcou o público quando rolou e ofusca qualquer sentimento mais negativo que um “o gerenciamento porco YG está matando o BLACKPINK e eu vou morrer junto” finge parecer em importância?
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