TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2016 [100-86]

E veio aí de verdade! Não, não era lenda. Eu enfim começarei esse top 2016, tão prometido e comentado há tanto tempo, mas que fui empurrando com a barriga por preguiça. A partir de hoje, pelas próximas semanas de agosto, recobrarei esse ranking com os maiores lançamentos de quatro anos atrás, originalmente postado lá no outro blog. Claro, com algumas atualizações, pois o tempo passa e nossas opiniões vão se modificando.

2016 foi um ano bem… atípico para o pop asiático. A partir dele, uma porção de acts sul-coreanos decidiram, na falta de um termo melhor, se levar a sério demais nisso de “conceito” e em produzir material para que as fanbases se digladiarem em interpretações através de poucos segundos de MVs ou letras quaisquer. Nessa, o K-Pop perdeu parte daquela aura “trash” que atraiu muita gente no início da década, como se a Coreia do Sul fosse um grande depósito de pancadões pop derivativos maravilhosos que os EUA já não conseguiam mais ser, justamente por se venderem como algo “a mais” do que eram.

Em paralelo a isso, na ilha vizinha, todo mundo resolveu aparecer. Utada voltou da aposentadoria com seu melhor álbum em todos os tempos, outras j-véias foram pra cima com singles também muito fortes e uma campada do novos acts pirados da cabeça fizeram de tudo para se sobressair. Bom para mim e para outros fãs de J-Pop. Em reflexo, essa foi a lista mais desnivelada para o lado nipônico que já fiz: serão 2 representantes do MandoPop, 46 do K-Pop e CINQUENTA E DUAS do J-Pop. Se preparem para suas favoritas nem aparecendo enquanto REOL ou Wednesday Campanella comem várias e várias posições com album tracks emblemáticas.

MARAVILHOSAS REGRAS

O top é meu, baseado única e exclusivamente em minha opinião, minha subjetividade. Então, coisas como charts, vendas, popularidade e relevância pra o meio em nada influenciam isso;

Meu maior critério de escolha, na real, é o quanto as faixas duram em minhas playlists diárias. Quanto mais ouço, mais alto ela aparece. Mesmo que eu considere uma música “melhor” que outra em questões técnicas (exemplo aqui, reveluvs), se eu ouvi pouco conforme os anos passaram, tchau;

Vocês têm todo o direito de discordar das minhas opiniões e até sugerir outras melhores para as posições ocupadas, mas saibam que estarão errados, pois meu gosto musical é perfeito. Bjokas.

Sem mais enrolações, vamos ao primeiro corte, com Jennie e as outras já morrendo na última posição…

100. BLACKPINK – BOOMBAYAH

Hehe. Se algum blink ao acaso chegar nesse post, certamente levantará tochas com “Boombayah” em último lugar, mas acho que não corro esse risco. O risco maior, na real, é o da galera que acompanha o isso aqui há mais tempo se sentir ofendido com isso aqui batendo ponto no ranking, já que na época do debut fiz um post super apelativo (saudades) dizendo que elas debutaram cagando em nossos ouvidos – ou coisa parecida, nem lembro mais. Lembro que foi bem eficaz para atrair atenção ao blog, consegui dezenas de milhares de visualizações. E eu tinha achado bem bosta mesmo um grupo com o orçamento da YG estrear com uma farofa a nível de nugus trasheiras, tipo Pocket Girls, Laysha e variações de quinta categoria. No entanto, o tempo passou, a piada de a discografia das quatro ser uma vergonha em quantidade foi crescendo e, hoje em dia, até que curto “Boombayah” – com a mesma seriedade que curto bagulhos como Oppa Is a Trash e Chocolate Cream, não se enganem. Enfim, meio triste o run do BLACKPINK quando visto em retrospecto, não?

99. TAEYEON – WHY

Uns quatro anos atrás eu vivia zoando a Taeyeon por trocar de estilo musical na mesma proporção que troca de roupa. Ali, ela já tinha lançado power ballad de Pop/Rock, R&B, Pop acústico etc. Mas, ó, quer saber? Na grande maioria dessas tentativas, a soshi megera acertou no que se propôs, incluindo esse tropical house trend que se tornou um dos grandes exemplares em summer jams pós-2015. O refrão com ela gritando em cima da base eletrônica enlouquecida é intenso ao extremo. E quando entra o vocal harmonizando, não tem como competir. Rola ainda toda a fanfic ridícula dela encarnar uma alienígena no MV, por sabe-se lá qual motivo (talvez pela arcada dentária desproporcional?) O EP também é ótimo do início ao fim. Pontos para a Teião, que seguiu como a solista mais consistente do Girls’ Generation depois do grupo esfarelar.

98. STELLAR – CRYING

Ainda na seara de grandes pancadões de verão, temos aqui o último grande single do Stellar (e acho que o último do Brave Brothers também, não?) O que mais gosto em “Crying” é que o grupo, diferente de muito do que começou a ser feito no K-Pop nesse período, se despiu de qualquer conceitinho ou tentativa de soar mais sério do que é, focando única e exclusivamente e entregar um pancadão delicioso para as pistas de dança, com o tempo lá em cima e uma porção de melodias grudentas posicionadas uma atrás da outra para nosso deleite. Ouço “Crying” e é como se eu fosse transportado para uma viagem de carro ao sol com amigos. E o pacote final todo vai pra outro nível com o final ridículo do MV, com elas se vingando do oppa da thumb acima da maneira mais estúpida possível.

97. RADWIMPS – ZEN ZEN ZENSE

Há músicas que, através de contextos específicos, conseguem uma atenção e importância maior do que teriam caso lançadas fora deles. É o caso de “Zen Zen Zense”, que serviu de tema para a animação “Kimi no Nawa” (Your Name), um puta sucesso de bilheteria no Japão e um dos longa-metragens nipônicos da década passada a conquistar mais atenção ao redor do planeta (merecidamente, pois é um filmaço). Por osmose, esse tema principal da banda RADWIMPS também se tornou uma febre, estourando fonograficamente (e no meu celular desde então). Musicalmente, parece um cover de Recomeçar, do Restart. E como eu genuinamente gosto da bobageira do PeLanza (essa e aquela Levo Comigo bonitinha envelheceram surpreendentemente bem comigo, lidem com essa informação da maneira que preferirem), não seria diferente com a contraparte japa. Falando em OSTs que se beneficiaram do sucesso do anime…

96. DEAN FUJIOKA – HISTORY MAKER

“Yuri!!!!! On Ice” ❤ É claro que eu ter achado a delícia um dos animes mais legais de tal ano ano influenciou muito à época na escolha dessa faixa aqui para o top, até porque, “History Maker” foi uma das poucas aberturas que eu não pulei enquanto assistia uma animação. Entretanto, como vinho, o tempo só lhe fez bem, viu. O legal é que ela transmite toda a grandiosidade e classicismo do desenho através de seu instrumental opereta, mas que se torna totalmente Pop ao aparecerem sintetizadores eletrônicos explosivos no refrão. O chato do Dean Fujioka JAMAIS lançará algo que chegue perto.

95. JY – I’M JUST NOT INTO YOU

Olha, eu adoro underdogs. De todas as ex-KARA a apostarem no Japão como mercado principal para sua carreira solo, por algum motivo que ninguém entendeu (nem ela deve ter entendido), a JiYoung acabou sendo bem mais sucedida, não só comercialmente, como sonoramente. Todas as faixas soltas por ela, embora variem bastante em sonoridades, conseguem ser competentes no que se propõem, dependendo da preferência do ouvinte para que as favoritas sejam selecionadas. E como sou putinha dos anos 90, uma das que mais curti, sem sombra de dúvidas, foi “I’m Just Not Into You”. Aposto que a Paula Abdul ou a Mariah Carey teriam feito rios de dinheiro com isso aqui há uns anos. Uma pena não ter rolado um clipe de verdade, cheio de coreografia e takes glamurosos na frente do espelho. Vacilou, JY!

94. F(X) – COWBOY

Até hoje eu meio que me recuso a aceitar o fato de o verdadeiro canto do cisne do F(x) foi um single requentado de “4 Walls” pro Japão, sem nem se darem trabalho de filmar um novo videoclipe. Teria sido bem melhor promover essa b-side gostosinha à faixa principal. O instrumental “western” é divertidíssimo, a letra é recheada de pérolas com duplo sentido. A avex, inclusive, poderia ter reaproveitado os figurinos de Pink Spider, da Koda Kumi para um PV de baixo orçamento das quatro numa caixa decorada. Teria sido uma despedida japonesa muito bacana. Quanto descaso com o F(x), bicho! Mas morarão para sempre em nossos corações.

93. GROOVYROOM, AILEE – LOYALTY

Não entendi direito a Ailee ter escolhido uma música mais jazzy e Fifth Harmonyish para aquela rodada inicial do Good Girl (que eu ainda não comecei a assistir, hahaha), sendo que já em 2016 ela vinha construindo um repertório urban interessante que faria bem mais sentido dentro do contexto do programa. O feature com a Yoon-Mirae em Home cairia como uma luva, mas confesso que ficaria ainda mais feliz se ela tivesse optado por essa aqui do duo de produtores GroovyRoom (que estourariam no ano seguinte), tão evocativa nisso de “sou uma gostosona tentando pagar de maloqueira sapecona” que ela é. Se ainda não tiverem escutado, sugiro o play sem dó.

92. ANGERME – ONE BY ONE, ONE AFTER ONE

Bagulhos do Hello! Project Até a meiuca ali da década passada, era certo que jotapopeiros velhos de guerra sempre poderiam contar com esse galho no ecossistema nipônico para trecos anuais que ficam naquele limiar entre o ridículo e o divertido. Um dos de maior replay factor foi propiciado pelas rainhas da farofa, Angerme, com essa “One By One, One After One” sendo ideal para fritar nas pistas de dança como se não houvesse amanhã. Sintetizadores pesadaços, melodia grudenta, refrão hilário. São mais de cinco minutos de bate-cabelo ideais para salvar vidas. E ainda rola a loucurinha de aparecerem uns signos marciais atrás, como se elas fossem um exércitos de androides destruidoras  que vieram para acabar com o planeta. Tem do que reclamar?

91. HEIZE, DEAN – SHUT UP AND GROOVE

Até hoje não entendo a implicância de vocês com a Heize. Dentro desse nicho de “músicas para jovens universitários que não querem ser pegos ouvindo idol pop“, ela é a que melhor trabalha seu repertório. “Shut Up and Groove” é uma delícia. É mais ou menos como uma resposta sonora e estilística à também ótima American Boy, da Estelle com o Kanye West. Parem de graça e escutem logo isso. O cenário musical sul-coreano é tão vasto e solta tantos exemplares em diferentes propostas, não há porquê não se permitir curtir o máximo pescável em cada uma delas. Ainda mais com o Dean dividindo as linhas com o timbre mais rasgado dele.

90. AYUMI HAMASAKI – MAD WORLD

Nossa, mas a Ayu flopou bonito com o “Made In Japan” mesmo, né? Teve aquilo de ela liberar ele antes para audição na plataforma da avex, aí depois lançou ele bonitinho com a capa bizarra ao lado e tals, mas a delícia não vendeu nadinha. E, aleatoriamente, essa foi a primeira vez que acho um flop dela injusto, já que esse foi seu melhor álbum desde “Rock’n’Roll Circus”, em 2010. Não que tivesse muito com o que concorrer, já que ela só lançou bosta nos últimos anos, mas enfim. O bom disso é que tivemos vários ótimos números, como em “Mad World”, que é emotiva e tem o peso instrumental correto para esse tipo de release. Um puta baladão para se sentir uma mocinha de dorama devastada pelo chifre que levou do senpai.

89. REOL – YOIYOI KOKON

“YoiYoi Kokon” é uma das ótimas faixas que foram trabalhadas do álbum do REOL, sendo uma das minhas favoritas do (até então) grupo por inserir elementos folclóricos japoneses em toda sua backtrack. Essa mistura de clássico e contemporâneo sempre me conquista com certa facilidade, mas aqui está tudo mais especial, já que o tempo da música é altíssimo e os versos frenéticos dão um tom desesperado muito impactante ao pacote final. A vontade que dá é de colocar um quimono e sair pulando por aí bêbado de saquê – com pausas estratégicas para executar o icônico movimento da sanfoninha quando chega o break de dubstep, é claro. Saudades, né, minha filha?

88. HASEUL – LET ME IN

A essa altura do campeonato, ninguém podia imaginar o quão legal e variado seria o repertório de pré-lançamentos do Loona no ano seguinte. A ideia de debutar uma garota diferente por mês ainda era bem recente, com poucas propostas sonoras exploradas até então. Nisso, “Let Me In” acabou sendo uma das minhas favoritas entre os releases das meninas, me despertando alegria e demais sentimentos mesmo com quase 4 anos passados. Temos aqui uma baladinha-princesa-da-Disney linda, interpretada passionalmente pela HaSeul. O break de tango é inusitadamente divertido e traz uma estranheza ao pacote todo. Já o MV, de tirar o fôlego.

87. AOA – 10 SECONDS

Essa album track aqui é pura melancolia. O dedo dos produtores do AOA para selecionar repertório em 2016 estava ótimo, no Japão e da Coreia do Sul. O “Good Luck” é o melhor trabalho fechado delas em terra natal, com uma tracklist redondinha, sem fillers, recheada de momentos de ápice criativo. “10 Seconds” é um bom exemplo para resumir tudo. Há uma, ahn, finesse na produção extremamente perceptível. Toda ela dá um barato bem bom, viajada ao extremo. Há influências oitentistas, as escolhas vocais mais contidas são lindas ao ouvido, o solo no teclado-guitarra que rola bridge bate com força na cabeça. Pra mim, segue como a melhor música não trabalhada como single do grupo no K-Pop.

86. E-GIRLS – DANCE WITH ME NOW

O repertório do lado ~cool~ do E-Girls ainda funciona tão bem comigo. E 2016 foi ainda outro grande ano para essa faceta do antigo megazorde de gatas da Exile Tribe, quando sua proposta ainda era juntar vários grupos numa unit gigantesca. Como essas maluquices-arranca-dinheiro de gravadoras japonesas fazem falta hoje em dia. “Dance With Me Now” é um petardo! Temos todas elas (e um bailarino de vogue bem closeiro) rebolando num clube noturno como se a estética para videoclipes vigente ainda fosse essa cafonice merdavilhosa de JLo feat. Pitbull ficando doentes na pista de dança em figurinos espalhafatosos. Não tinha como dar errado.

boombayah gifs | Tumblr

É isso por hoje. Vou tentar fazer, ao menos, dois posts desse top por semana e terminar antes que o mês acabe.

Deixem aí quais suas expectativas para as próximas partes. ^^

13 comentários em “TOP 100 | As melhores músicas do asian pop em 2016 [100-86]

  1. Já começamos bem! HaSeul, AOA… e Boombayah é divertida, as Blackpink fizeram um bom trabalho nela.

    Quanto às E-Girls, concordo plenamente que loucuras como o megazord de grupos que elas eram fazem falta (confesso que eu inclusive curtia o FAMM’IN, vendo as FAKY dando o sangue nas danças enquanto as FEMM continuavam imitando robôs com defeito). Minha torcida era pras units do LOONA funcionarem como essa tendência na Coreia (com as units sendo os grupos com comebacks mais regulares e as OT12 se reunindo vez ou outra pra abalar as estruturas do k-pop), mas a BBC preferiu largar as units no churrasco…

    (agora, que capa feia a desse single das E-Girls, hein? Quem diagramou essa capa, a Dream Ami?)

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  2. O f(x) já morreu no top ou cê prefere aquele station?

    Enfim, não me recordo de muita música de 2016, só espero que why so lonely entre no top 10 mesmo (e vai que o red velvet pegue um top 25 pelo menos…).

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      1. Free Somebody está NO MÍNIMO no top 15 de 2016. Keep on Doin’ também é concorrente forte a ter boa posição. O álbum inteiro de debut da Luna foi maravilhoso, e nem falo isso porque sou fã ao extremo de f(x) – pena que a carreira dela não deslanchou por falta de apoio por parte da SM; se tivessem lançado uma versão em inglês de Free Somebody teria estourado fácil por aqui.

        Luna e Seohyun = injustiçadas (Bad Love é meu #1 no top 2017 FÁCIL)

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  3. Espero que o Blackpink não apareça no top 100 só com Boombayah, que é fraquinha demais até para ser trash, quando temos o hino Playing With Fire no mesmo ano.

    Outras faixas que para mim entram na lista: Hate do 4Minute (flopou na época porque era avant garde demais, é isso), Monster do EXO (melhor title track deles, e o EX’ACT é cheio de pérolas como a outra a-side, Lucky One, e Artificial Lover), LIE do EXID, e BS&T do BTS (última faixa boa que eles lançaram – BWL é chiclete e despretensiosa, mas não tem o ~conceito).

    (Chorei quando vi f(x) ali, ai, saudade…)

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      1. Tinha esquecido total de Lotto!!!!! Para mim do que o EXO lançou em 2016 não é a melhor deles, mas é memorável de um jeito bom… 2016 foi o ano do EXO e ninguém me convence do contrário.

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