THROWBACK 2000s | O melhor do pop asiático no ano de 2000

Quem aí já era vivo no ano 2000? Confesso não ter tantas memórias assim dessa época (mal tinha feito 7 anos, nhoin), mas lembro de rolar algo sobre, na virada do século, o mundo supostamente acabar por conta de alguma previsão do “calendário maia” respectivo ao período. Lembro também do sucesso que foi “As Panteras” numa locadora (lugar onde íamos para alugar filmes em VHS e jogos de videogame aos fins de semana) local, com uma fila enorme para reservar tal preciosidade cinematográfica atemporal… Ou será que isso foi em 2001? Ooh, sei lá, esses fatos se misturam em minha cabeça.

Mas tem algo que eu me lembro com certa clareza: o impacto da cultura pop japonesa aqui no Brasil. Em tal ano, o Japão vivia uma boa safra de lançamentos, com alguns animes que se tornariam febres internacionais estreando por lá, como “Love Hina”, “Inuyasha”, “Hajime no Ippo”, “Yu-Gi-Oh!” e “Medabots”. A guerra Pokémon X Digimon seguia a mil, com ambos já em seus segundos animes disputando a atenção da criançada e da propaganda.

Guerra essa que no nos rendeu momentos como:

ESSA MERDA AQUI!!! Pokémon enchia tanto os bolsos da Record de dinheiro que a carreira idol da Eliana foi elevada para um novo patamar, com ela lançando “A Força de Um Mestre”, uma música tema não-oficial, mas que rendeu bons momentos de pura vergonha alheia, como o videoclipe acima, que deve ter servido de base para a Kyary Pamyu Pamyu montar sua persona, e performances de cair o queixo, como essa no Sabadão Sertanejo, com o auxílio de várias rabas molhadas sendo esfregadas na câmera em horário nobre…

Never forget

Mas voltando à boa safra de animes no Nihon, essa quantidade considerável de lançamentos para TV se refletiu também no investimento musical para tais produções, com algumas das OSTs utilizadas nessas séries continuando, até hoje, no consciente popular otaku. Minhas favoritas:

“Break Up”, do Miyazaki Wataru, e “Target”, do Koji Wada, ambas presentes na trilha sonora do injustiçadíssimo pela fanbase “Digimon 2.0”. Elas respiram aquele sentimentalismo exagerado rockish que eleva de categoria qualquer animesong que o utilize corretamente. Acho impossível tirar a introdução de “Break Up” da cabeça. Já “Target”, é provavelmente a minha música-de-Digimon preferida em todos os tempos.

“Change The World”, do V6, tema de abertura de “Inuyasha”. Também com uma introdução explosivamente memorável e com um clima de créditos subindo ideal pra encerrar qualquer playlist.

E “Under Star”, do Shocking Lemon, tema de “Hajime No Ippo”, anime daquele mangá de boxe quase interminável que nunca tive coragem de começar.

Mas não só de animesongs viviam os japas. Fato que surpreende muito do público atual de asian pop é que, já daí, ou melhor, já dos anos 80 e 90, o Japão continha um cenário musical bem vasto, variado, com espaço para uma porção de nichos se satisfazerem em singles, álbuns e tudo mais. Imagino que o que mais interesse vocês que estão lendo seja o de divas, então vamos aos highlights:

Koda Kumi novinha em seu debut ao estilo R&B/Pop/Urban/Mariah/JLo/Kelly Key. Essa sonoridade de “Take Back” foi muito utilizada internacionalmente à época. Confesso não dar muita bola para a música hoje em dia, mas é inegável o quanto o timbre vocal da Koda consegue tirar números mais básicos do lugar comum.

Utada Hikaru também apostava nesse estilo R&B dançante, mas com um pouco mais de intensidade instrumental e verba para videoclipes. Particularmente, adoro “Wait & See”. Considero esse o melhor single dela na era “Distance”.

Já a Ayu vinha com o espetacular terceiro álbum de estúdio dela, “Duty” (ouçam do início ao fim no Spotify, com atenção especial para a faixa título, “Seasons” e “Surreal”), que vendeu quase TRÊS MILHÕES DE CÓPIAS e segue intocável como uma obra prima em sua discografia. Minha favorita nele, e talvez a favorita da própria Ayu e do ano de 2000, é a “Vogue” acima. Uma preciosidade naquilo de misturar pop dançante com sonoridades folclóricas japonesas.

Outra tiazinha favorita minha, Sheena Ringo, também soltou um de seus melhores discos, “Shouso Strip” (de novo, ouçam inteirinho no Spotify). Dele, trago até hoje duas maravilhas que se tornaram “canções assinaturas” dela: “Crime and Punishment”, uma loucurinha fumada recheada de distorções e da teatralidade que a Patroa do J-Pop adora exibir, e “Gips”, uma das power ballads mais bonitas da história do Japão.

Namie Amuro estava passando por uma baixa criativa bem bosta à época, então ignoremos a velha (que era jovem nessa época) e vamos a outro nicho explorável da jmusic, os grupos:

Na seara de grupos idol, honestamente, não tinha muita concorrência para o Morning Musume nessa virada de década. As ridículas cravaram vendas altíssimas com uma sequência de singles, cujos melhores acima, “Koi No Dance Site” e “Happy Summer Wedding”, apropriações culturais árabes safadíssimas, passaram de um milhão de cópias cada. Se ainda não conhecem essas porcarias deliciosas, vão sem medo, são diversão garantida, bobageiras terríveis de alto nível.

Já o PUFFY lançou seu quinto álbum de estúdio, “Spike”, começando a conquistar espaço ao redor do globo, o que culminaria na animação delas na Cartoon Network e etc. Das presentes nele, “Boogie-Woogie Nº5” é uma das mais simpáticas, sendo um número retrô extremamente agradável e sing-along.

TÁ, LUNEI, MAS E O MEU CAPOPE??

Na Coreia do Sul, tudo era mato. Tá, não tudo. A forma de entretenimento que estourou mundialmente, que todos adoramos e consumimos como se fossemos nossa aqui no fandom já estava ganhando forma e timidamente se moldava de maneira a não só atender a demanda local, mas ser exportada por aí. Entretanto, não sei se por incompetência, falta de equipamento ou de experiência das empresas, a grande maioria das produções musicais ainda soavam extremamente amadoras.

A impressão de estranheza nas canções desse período é muito alta, é como se fosse comum lançarem demos como produtos finalizados. E isso meio que mata a curiosidade de buscar por coisas mais “antigas” (bizarro falar assim, sendo que é sobre os anos 2000) dentro desse cenário. Vocês podem tomar como exemplo “Be Natural”, do S.E.S, cujos vocais simplesmente não parecem casar com o instrumental, algo que fica ainda mais evidente quando escutamos a versão atualizada pelo Red Velvet, explicitando também o quanto o tempo fez bem para o Pop coreano.

Ainda assim, rolaram alguns pontos altos que valem o comentário. Vamos a eles:

“Coming of Age Ceremony”, produção do JYP para a Park Ji Yoon, um dos divisores de águas do que conhecemos como K-Pop. Não é a toa que performances com essa música com grupos e solistas atuais são ridiculamente frequentes em especiais de TV lá na Coreia, pois se a transição aegyo/rampeira existe, é porque a Park Ji Yoon lançou “COAC” anos atrás.

“ID; Peace B”, debut da BoA, que não sobrevive direito ao filtro auditivo do tempo (o vocal dela parece ter sido gravado numa lata de sardinha), mas vale muito pela nostalgia.

“Now”, do Fin.K.L (“irmãs mais velhas” do KARA, grupo que revelou a Lee Hyori), que na primeira vez que escutei, achei que as vozes ao início eram delas e não de um ghost singer masculino, meio que me decepcionando com elas não sendo drag queens fanhas.

E ESSA BOSTINHA DELICIOSA que o Oh My Girl regravou anos atrás.


Enfim, do ano de 2000, esses foram os pontos mais comentáveis. Ficou faltando alguma coisa? Espero que não.

Logo mais, voltamos com o que rolou no ano seguinte. E no fim disso tudo, com um topzão 100 compilando as melhores dos anos 2000. Aguardem atenciosamente. \o

9 comentários em “THROWBACK 2000s | O melhor do pop asiático no ano de 2000

  1. Digimon sempre teve músicas excelentes. Apesar da segunda temporada ser a mais fraca na minha opinião (se bem que não assisti a sexta e a sétima, então talvez elas sejam mais fracas), a trilha sonora dela é ótima.

    Fiquei surpreso com a música da Ayu, que realmente é muito boa. O que me surpreendeu não foi tanto a música (eu já sabia que as músicas velhas dela são ótimas), mas sim ver que o clipe é surpreendentemente bom, já que os clipes dela costumam ser extremamente bregas. Nesse aí, as únicas partes bregas ironicamente são as em que ela aparece (podiam ter deixado só as cenas das criancinhas no futuro distópico mesmo).

    E Coming Of Age Ceremony HINO!!!

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  2. Saudades inuyasha, nunca terminei de assisti até hj, e minha foto ai é dele. digimon as primeiras aberturas foram otimas, Kodão com musica agradavel, Boa está irreconhecivel hj, essa menina ai nao é ela.

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